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Museu do Futebol sedia a 93ª Reunião do MEMOFUT

Por Renato Navarro (renatonavarro@usp.br) No último sábado, 11 de novembro, o auditório Armando Nogueira, localizado sobre o Museu do Futebol, foi palco da 93ª reunião do MEMOFUT. Criado em 2007 por nomes como Ivan Soter e Celso Unzelte, o grupo conta com jornalistas, escritores, historiadores e pessoas das mais diversas profissões com um objetivo: preservar …

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Por Renato Navarro (renatonavarro@usp.br)

No último sábado, 11 de novembro, o auditório Armando Nogueira, localizado sobre o Museu do Futebol, foi palco da 93ª reunião do MEMOFUT. Criado em 2007 por nomes como Ivan Soter e Celso Unzelte, o grupo conta com jornalistas, escritores, historiadores e pessoas das mais diversas profissões com um objetivo: preservar a literatura e a memória do ludopédio. Para isso, uma vez ao mês seus membros se encontram para a troca de livros e informações, realização de palestras e discussão de temas polêmicos e históricos.

Imagem: Renato Navarro

A primeira atração da reunião foi uma retrospectiva do título do campeonato paulista de 1977, conquistado pelo Corinthians. O vídeo exibido foi um especial do programa Grandes Momentos do Esporte, retirado dos acervos da TV Cultura. A edição em questão abordava o contexto do futebol paulista na época: o Corinthians estava pressionado desde 1954, quando conquistou o título paulista do IV Centenário, e amargava uma seca de títulos relevantes desde então. Por outro lado, a Ponte Preta contava com certo favoritismo, devido à qualidade de seu time e por já ter vencido o Timão em quatro partidas naquele ano, todas antes das finais do estadual. Foram mostradas as campanhas de ambos os times nas três fases do torneio, além dos jogos finais com seus personagens marcantes: Rui Rei, Dulcídio Vanderlei, Basílio e, claro, a torcida corinthiana vibrando com o fim do jejum.

Imagem: Renato Navarro
Imagem: Renato Navarro

Seguindo a temática da conquista corinthiana de 1977, Ademir Takara, bibliotecário do Museu do Futebol, apresentou um compilado de obras literárias que abordam o tema. Foram selecionados os cordéis de Franklin Machado, a biografia “Mestre Dicá”, escrita por André Pécora e Stephan Campineiro, o livro “A História de um Tabu que Durou 22 Anos”, do professor José de Souza Teixeira, assim como outras obras que se relacionam de alguma forma com a ocasião histórica e as pessoas nela envolvida.

Imagem: Renato Navarro

José de Souza Teixeira, inclusive, foi o próximo a palestrar no evento. Com quase 60 anos de experiência no futebol profissional, o professor de educação física dividiu suas memórias e contou um pouco de sua extensa trajetória: ela se iniciou em 1958, como preparador físico do São Paulo de Vicente Feola, treinador campeão mundial com a Seleção Brasileira no mesmo ano. Teixeira chegou a integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira principal, mas foi no Corinthians de Osvaldo Brandão que teve sua principal passagem como preparador. Na equipe, vivenciou parte dos anos de fila, bem como seu fim em 1977. Teixeira se tornou treinador do próprio Corinthians em 1978, passando posteriormente por Santos, Coritiba e Bahia. Ele também comandou seleções brasileiras de base e times de diversos países como Peru, Japão, Colômbia e Arábia Saudita, além de equipes de menor expressão no Brasil antes de se aposentar.

Imagem: Renato Navarro

A apresentação “O Elo Perdido”, de José Roberto Fornazza, retratou de forma bem humorada uma possível origem do futebol no Brasil. Contrariando histórias mais conhecidas, como as de Charles Miller e Thomas Donohoe, Fornazza defendeu que o esporte teria sido praticado pela primeira vez em terras tupiniquins graças a Thomas Archibald Scott, escocês que trabalhara na Companhia Paulista de Estradas de Ferro na região de Campinas. Especulações à parte, Scott teve papel fundamental de fato na fundação de três tradicionais clubes do interior paulista: a campineira Ponte Preta e os jundiaienses Paulista e Grêmio C.P.

Imagem: Renato Navarro

Em exposição incluída no roteiro do MEMOFUT, a Federação Paulista de Futebol apresentou os resultados de sua pesquisa sobre as divisões inferiores do futebol paulista de 1917 até hoje, além de convidar os especialistas presentes para colaborarem com o projeto. Com essa investigação, a FPF pretende listar todas as partidas das 2ª, 3ª e 4ª divisões estaduais — ou equivalentes — ao longo da história, em um levantamento que será publicado pela instituição em forma de livro.

Imagem: Renato Navarro

A última palestrante do dia foi de Lívia Gonçalves Magalhães, professora adjunta de História do Brasil República do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Sob a temática “Futebol e Ditaduras na América do Sul”, Lívia comentou as relações estabelecidas entre governos autoritários, as populações desses países e suas seleções. A professora destacou em sua fala dois casos: o primeiro consiste nos relatos de prisioneiros argentinos que assistiram e comentaram os jogos da Copa do Mundo de 1978 com seus torturadores em pleno cárcere, uma forma de interação social que os relembravam de sua própria humanidade em um período tão cruel. O segundo, por sua vez, tratava da comemoração da população uruguaia após a conquista do Mundialito de 1980, promovido no país. A celebração acabou tomando grandes proporções e se converteu em uma grande manifestação contra o governo militar vigente na época.

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