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O barco azul que navegou até a glória mundial: conheça a história do Manchester City

Conheça a trajetória do pequeno clube de Manchester que sonhou em voar próximo ao Sol e conseguiu conquistá-lo
Por João Pedro Teles Galante (joaoteles@usp.br)

Poucos clubes de futebol no mundo carregam uma trajetória comparável à do Manchester City. De suas origens humildes em uma comunidade operária do leste de Manchester até se tornar uma potência dominante no cenário futebolístico global, o City é a prova de como paixão, resiliência e administração podem transformar a história de uma equipe esportiva. Fundado em 1880 com laços profundos enraizados no coração da classe trabalhadora inglesa, o clube foi moldado por desafios econômicos, ascensos e descensos dentro das competições, e, sobretudo, pelo amor inabalável de sua torcida.

Hoje, o Manchester City é amplamente reconhecido não apenas pela excelência em campo, como também pelo impacto cultural e financeiro que exerce sobre o futebol mundial. Sob a liderança e com o investimento de novos proprietários no início do século 21, o clube se reinventou e atraiu algumas das maiores estrelas do esporte, consolidando-se como um símbolo moderno de inovação e sucesso.

Esta matéria traça a evolução do Manchester City desde seus primeiros passos modestos em Manchester até o estágio em que se encontra: um dos clubes mais temidos e admirados do planeta o qual se tornou um pilar indispensável na história do futebol.

Fundação

O Manchester City Football Club foi fundado em 1880, inicialmente sob o nome de St. Mark’s (West Gorton). Este humilde começo foi fruto de um grupo ligado à igreja local de St. Mark’s, em uma tentativa de reunir as pessoas da comunidade e combater problemas sociais como a pobreza, alcoolismo e criminalidade, especialmente em uma Manchester marcada pela Revolução Industrial.

Em 1887, o clube passou a se chamar Ardwick Association Football Club, mudando de nome novamente para Manchester City em 1894, com o objetivo de representar melhor a cidade no cenário esportivo. Foi uma decisão importante, visto que o outro clube da cidade, o Newton Heath (futuro Manchester United), já começava a despontar.

A primeira grande conquista veio em 1904, quando o City venceu a FA Cup sobre o Bolton Wanderers por 1 a 0. Esse triunfo marcou o clube como o primeiro time de Manchester a ganhar um grande título. Porém, com o sucesso inicial também vieram desafios, incluindo problemas financeiros e acusações de má gestão que culminaram em um hiato nos anos seguintes.

Primeira formação do time do Manchester City

A primeira formação da história do Manchester City. Até hoje, o motivo da cruz nas camisa é um mistério, e nunca mais se repetiu a utilização do símbolo [Imagem: Reprodução: Wikimedia Commons]

Subidas e Quedas no Século 20

A história do Manchester City no século 20 foi repleta de altos e baixos. O clube experimentou uma era dourada nos anos 1960 e 1970, destacando-se com técnicos lendários como Joe Mercer e Malcolm Allison. Durante esse período, o City conquistou a Primeira Divisão Inglesa (1968), a FA CUP (1969), a EFL Cup, também conhecida como Copa da Liga, (1970 e a Recopa Europeia (1970).

Essa foi a primeira era de ouro do City, conduzida por jogadores notáveis como Colin Bell, Francis Lee e Mike Summerbee, alguns dos ídolos eternos do clube.

No entanto, essa fase mudaria drasticamente nos anos seguintes. As décadas de 1980 e 1990 foram sombrias para o clube, que sofreu enorme turbulência financeira e administrativa, culminando em rebaixamentos dramáticos que levaram o City até a terceira divisão inglesa em 1998-99. Enquanto isso, seu rival, Manchester United, continuava a vencer e erguer troféus nesse período, consolidando-se como uma potência na Inglaterra.

Colin Bell, Francis Lee e Mike Summerbee, lendas do clube de extrema importância para a época de ouro entre os anos 60 e 70. Os três foram recentemente homenageados com a instalação de suas estátuas em frente ao Etihad em 2023 [Imagem: Divulgação]

O Renascimento

O clube conseguiu retornar à Premier League em 2002, e com uma ótima colocação no ano seguinte na temporada 2002-2003, se classificou pela primeira vez para uma competição europeia em 25 anos. Porém, esse desempenho não se manteve: o City, nos anos seguintes, oscilou principalmente entre o meio da tabela e a zona de rebaixamento, com sérios riscos de cair novamente. Era evidente, algo precisava mudar.

Foi nesse contexto que ocorreu o momento que mudou drasticamente a história do Manchester City. No dia 1º de setembro de 2008, o clube foi comprado pela empresa árabe Abu Dhabi United Group, liderada pelo xeique Mansour bin Zayed Al Nahyan. O grupo adquiriu o clube do até então proprietário Thaksin Shinawatra, ex-primeiro ministro da Tailândia, que havia comprado o time um ano antes, mas não conseguiu os resultados esperados após ter problemas legais e financeiros em seu país de origem.

A compra da equipe trouxe uma clara estratégia de transformação total, voltada à contratação de estrelas do futebol, criação de uma infraestrutura de ponta e modernização do clube financeiramente e esportivamente. O objetivo era colocá-lo entre os gigantes do futebol mundial.

Esse processo já havia inicialmente começado antes mesmo do grupo adquirir o clube, quando em 2003, o Manchester City deixou o tradicional estádio que jogava desde sua fundação, o Maine Road, para se instalar em sua nova e moderna casa, o City of Manchester Stadium. Mas tudo se intensificou abruptamente após a aquisição pelo grupo árabe: o próprio estádio passou por novas mudanças e reformas após a venda do clube e foi renomeado como Etihad Stadium, ampliando o complexo esportivo de maneira significativa para se tornar um dos melhores do mundo até os dias atuais.

Em entrevista ao Arquibancada, o jornalista da ESPN João Castelo-Branco afirma que o diferencial do projeto do clube para os demais, foi o investimento pesado não só no campo, mas principalmente no extracampo. ‘’Eles investiram muito em outras áreas, refizeram o CT e contrataram profissionais de alta qualidade em diferentes departamentos do clube, fazendo um grande trabalho de estrutura. Somado a um projeto muito claro de futebol, com os dirigentes que vieram do Barcelona, formaram condições ideais para que fosse criado um ambiente de  grande estabilidade e, consequentemente, grandes frutos’’, afirma o jornalista.

Além da parte estrutural, obviamente o maior foco foi a busca por novos nomes do futebol não só em novas estrelas e promessas, mas também em técnicos, comissões técnicas, e para a parte esportiva/administrativa do clube. Assim, o novo Manchester City, com uma política agressiva de contratações liderada pelo novo diretor de futebol, Txiki Begiristain – que havia feito um grande trabalho com o Barcelona nos anos anteriores –, montou uma equipe de elite para os anos seguintes. Alguns dos grandes nomes contratados durante esse período inicial foram: Robinho (2008), Carlos Tévez (2009), Yaya Touré e David Silva  (2010), e Sergio Agüero (2011).

David Silva, Mário Balotteli e Sergio Agüero, os novos talentos que foram a base para o Manchester City consolidar o projeto nos anos seguintes [Imagem: Reprodução/X: @ManCity]

Desenvolvimento e Conquistas

O investimento começou a dar os primeiros sinais de resultados na temporada 2009-2010, em que a chegada do treinador Roberto Mancini, junto com as novas estrelas Robinho e Carlos Tevez, foram fundamentais para que o clube conseguisse voltar a disputar e competir no campeonato inglês. No fim da temporada, o time ficou em quinto lugar.

Na temporada seguinte, 2010-2011, o Manchester City finalmente voltaria a vencer um título de relevância em cenário nacional, a Copa da Inglaterra (FA Cup),  após 35 anos sem levantar uma taça da primeira prateleira no futebol inglês, assim encerrando o maior jejum da história do clube. As chegadas de Yaya Touré, David Silva e Balotelli foram destaques fundamentais para a conquista do título. O City também voltaria a disputar a Champions League após terminar no top quatro pela primeira vez na era Premier League.

Porém, foi na temporada 2011-2012 que o clube começou a entregar os resultados esperados. O Manchester City era campeão da Premier League, após um jejum de 44 anos sem vencer o campeonato inglês. Esse foi o ponto de partida que transformou o City na potência que se tornou hoje. Em um campeonato extremamente disputado do início ao fim, os dois clubes rivais de Manchester disputaram a taça até a última rodada.

Foi quando aconteceu um dos maiores momentos do clube e do futebol inglês. O Manchester City estava perdendo o título até aos 92’, por  2 a 1 para os Queens Park Rangers (QPR). Até que em uma jogada de escanteio, o atacante Edin Dzeko marcou um gol de cabeça e deu novas esperanças para o City. Só restavam dois minutos do acréscimo e então, a história aconteceu. Na última bola do jogo, Mário Balotelli faz uma linda jogada com Sergio Aguero, que tira a marcação com uma bela finta e marca o gol do título. O estádio foi ao delírio, e os milhares de torcedores presentes naquele dia invadiram o campo para festejar aquela que seria a maior conquista do time nos últimos anos.

Momento em que o Manchester City voltou a erguer um troféu de campeonato inglês, após mais de quatro décadas na fila. Destaque para o autor do gol do título, Sergio Agüero, levantando o troféu [Imagem: Reprodução/X: @ManCity]

É importante abordar que os jogadores protagonistas dessa partida, Dzeko, Agüero e Balotelli, foram todos contratados após a chegada do grupo Abu Dhabi, o que demonstra a importância e o acerto na hora das contratações planejadas.

Nas próximas temporadas, o clube permaneceria na briga pelo topo da Inglaterra, com a conquista de mais uma Premier League em 2014, e a permanência consecutivas no top quatro dos campeonatos, garantindo a vaga para a Liga dos Campeões e grandes premiações em dinheiro.

Novas Ambições

O Manchester City virou uma realidade. O clube, naquele momento, vivia a melhor fase de sua história. Eram cinco temporadas seguidas na briga  pelo título do campeonato, sempre no topo do campeonato — uma realidade muito diferente se comparada à de duas décadas atrás, quando o clube disputava a terceira divisão inglesa.

No entanto, era preciso mais. O presidente do clube, Khaldoon Al Mubarak, não estava mais satisfeito apenas com os títulos ingleses e queria expandir as conquistas do clube para fora do país. O sonho agora era a UEFA Champions League. Com esse objetivo em mente, novamente um grande investimento foi realizado em contratações para compor o elenco na temporada 2015-2016. Novos talentos chegaram a Manchester: Raheem Sterling, Nicolás Otamendi e a futura melhor contratação da história do City, Kevin de Bruyne, foram alguns dos nomes que reforçaram o clube para a temporada.

Jogadores Sterling e de Bruyne se abraçam em campo

Raheem Sterling e Kevin De Bruyne, os novos reforços que chegavam e seriam peças fundamentais para a era que estava por vir [Imagem: Reprodução/X: @ManCity]

As contratações tiveram efeitos: nunca a pequena águia de Manchester havia voado tão alto. O time conseguiu alcançar as semifinais da UEFA Champions League pela primeira vez em sua história, sendo eliminado somente pelo futuro campeão da edição, o Real Madrid. Porém, a derrota para a equipe merengue mostrou que ainda havia uma distância que separava o  City das principais equipes europeias. Isso porque o confronto provou que, mesmo com um elenco estrelado e talentoso, ainda havia grandes diferenças entre a equipe inglesa e as demais, e a principal delas era a parte tática.

Nesse pretexto, o até então técnico do clube, Manuel Pellegrini, foi demitido para a chegada de Pep Guardiola, em junho de 2016.

O início de uma Era

A chegada de Guardiola foi mais um momento de revolução e transformação dentro do clube. Seria a partir dessa fase que o City passaria a ser o time da posse de bola, da pressão alta e do futebol ofensivo solicitado pelo novo técnico, em contraposição ao estilo mais defensivo, retroativo e de contra-ataque em que costumava  jogar. Para tal, mais contratações foram feitas, reforços que seriam fundamentais para o futuro do City, como Ilkay Gundogan e  Leroy Sané. Mas, a mudança foi difícil, e o time sentiu isso. Em uma temporada de transição bem complicada, o Manchester enfrentou dificuldades de adaptação, oscilando entre grandes exibições e eliminações frustrantes.

Recém chegado ao clube, Pep Guardiola foi contratado com um grande propósito: vencer a Liga dos Campeões [Imagem: Reprodução/X: @PepTeam]

Ao final da temporada 2016-17, o clube não conquistou nenhum título – algo raro na carreira de Guardiola – e ficou longe de brigar pelo título da Premier League. No entanto, foi um período essencial para que o City construísse as bases do sucesso que viria nos anos seguintes, muito por causa das novas contratações que reforçariam o elenco nos próximos anos. Eram eles: Kyle Walker, Ederson Moraes, Bernardo Silva, Aymeric Laporte, Ilkay Gundogan, Leroy Sané e Gabriel Jesus

Foi na temporada 2017-18 que o técnico Pep Guardiola brilhou e conseguiu colocar seus planos e ideais em prática. As novas peças que chegaram se encaixaram, e o Manchester City apresentou um futebol moderno, efetivo e brilhante. Era a primeira vez na história da Premier League em que um clube era campeão com 100 pontos dos 118 disputados. O pequeno time de Manchester havia feito a maior temporada da história do campeonato e batido quase todos os seus recordes naquela temporada. A diferença foi tão grande para os outros times que o segundo colocado do campeonato, o Liverpool, ficou 19 pontos atrás do City.

Equipe do Manchester City levantando a taça da primeira premier league de Pep Guardiola pelo time

A primeira Premier League vencida por Pep Guardiola, que já quebrou recordes ao alcançar os 100 pontos pela primeira vez na história do campeonato inglês [Imagem: Reprodução/X: @ManCityPT]

Mesmo assim, o clube novamente falhou naquilo que era sua meta, o seu sonho: ser campeão da Europa. Com uma eliminação pelo Liverpool nas quartas de final, o time se despediu cedo da Liga dos Campeões mais uma vez de uma maneira vexatória. Processo esse que se repetiria nos próximos anos.

A equipe de Pep Guardiola foi campeã da Premier League três vezes consecutivas (2017-18, 2018-19, 2019-20) nos anos seguintes, mas não conseguiu desempenhar bem na competição europeia. Parecia que o torneio da UEFA era um sonho impossível de se alcançar. Mesmo dominando em solo nacional, o City não conseguia levantar a taça de melhor da Europa, conquista que o Liverpool, outro time inglês, já havia conseguido durante esse período, em 2018.

A grande chance viria na temporada 2020-21, na qual o time conseguiria chegar à final do campeonato e enfrentaria um rival da Inglaterra, o Chelsea. Porém, nada mudou: o Manchester City perdeu a final por 1 a 0 e terminou vice-campeão da competição. No próximo ano, a situação seria ainda pior — o City teria uma das piores derrotas de sua história, quando tomou a virada para o Real Madrid ao levar dois gols com cinco minutos para o fim do jogo.

Nessa mesma temporada, o Manchester City ainda estava na disputa pelo título da Premier League. Bastava uma vitória contra o Aston Villa, que na época não brigava por mais nada, e o time se consagraria campeão. Contudo, parecia que o time ainda tinha traumas e inseguranças desde a eliminação na Liga dos Campeões para o Real Madrid, e mais uma vez o clube inglês estava vendo tudo que havia construído ser destruído.

Isso porque mesmo jogando em casa, o City viu o time adversário abrir 2 a 0 no placar aos 70’. Parecia que a Era Guardiola estava chegando ao fim. Mas assim como a dez anos atrás, quando Sergio Aguero virou uma das partidas mais improváveis da liga inglesa, o Manchester City fez história mais uma vez, agora com İlkay Gündoğan. Em um espaço de oito minutos, o clube inglês conseguiu fazer três gols – dois do alemão – e virar o placar contra o Aston Villa, conquistando mais um título da Premier League sob o comando de Guardiola — o quinto desde sua chegada.

Essa virada foi o ponto chave não só para essa conquista, mas para a criação de um time sólido, resiliente e experiente para a próxima temporada, aquela que seria a maior da história do clube.

İlkay Gündoğan comemorando após marcar o terceiro gol na virada, que devolvia o título aos colos do Manchester City [Imagem: Reprodução/X: @ManCityPT]

O Auge

O Manchester City era uma potência, mas uma coisa era fato: o time de Pep Guardiola não tinha um camisa 9, um centroavante, um artilheiro que suprisse a quantidade de oportunidades que criava. Até que em 10 de maio de 2022, chega à cidade de Manchester o craque Erling Haaland.

Erling Haaland com o uniforme do Manchester City

Anúncio da contratação do atacante norueguês, Erling Haaland, aquele que mudaria a história do clube inglês [Imagem: Reprodução/Instagram: @erling]

Não havia uma combinação mais mortal do que essa. No momento em que as chances que eram perdidas começassem a entrar no gol, era fato que tudo mudaria.

O resultado disso foi a maior temporada da história do time. Com Haaland no comando da equipe na temporada 2022-23, o Manchester City conquistou a tríplice coroa continental, ou seja, os principais campeonatos que disputou na temporada: a Premier League, a FA Cup (Copa da Inglaterra) e a Liga dos Campeões da UEFA. O time fez o que apenas outros seletos elencos conseguiram fazer na história: dominou o continente europeu como um todo. O maior responsável por isso foi o atacante norueguês. Com 53 gols marcados em sua temporada de estreia, Halland foi artilheiro do clube no ano e a principal diferença que colocou de uma vez o City como um gigante europeu.

erling haaland com o troféu de campeão do manchester city

Responsável pela maior parte dos gols do clube inglês na temporada, Halland foi fundamental para levantar o título que o City tanto sonhava: a Liga dos Campeões [Imagem: Reprodução/Instagram: @erling]

Além disso, o time também venceu a Copa do Mundo de Clubes da Fifa e a Supertaça da UEFA em 2023. Sua dominância não se limitava ao continente europeu, era sobre o mundo como um todo.

Futuro e Reformulação

Após viver o auge de sua história na temporada passada, o clube manteve-se no topo, mas com recaídas. Apesar da conquista da quarta Premier League consecutiva – e tornar-se a primeira equipe na história a fazer isso –, o time caiu nas semifinais para o Real Madrid na Liga dos Campeões e foi vice-campeão para o seu rival, Manchester United, na Copa da Inglaterra.

Entretanto, o pior viria na temporada seguinte. A temporada 2024-2025 foi a mais instável desde a chegada de Pep Guardiola ao comando do clube. O time teve uma brusca recaída após a perda dos principais pilares do elenco – como Rodri e Kevin de Bruyne – por lesões, e os novos reforços do clube não conseguiram se adaptar completamente ao estilo de jogo do time. Em consequência disso, o City foi eliminado de maneira precoce na Liga dos Campeões, na Copa da Inglaterra e na Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

Kevin de Bruyne transferiu-se para o Napoli e Rodri, após a vitória da bola de ouro, nunca mais conseguiu ter o mesmo ritmo de jogo, devido a uma grave lesão na qual rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito [Imagens: Reprodução/X: @ManCityPT]

João Castelo-Branco reitera que o momento atual é de transição: ‘’O elenco atual ficou um pouco ultrapassado, muitos perderam o nível e as condições de jogo, e o City demorou para mudar as peças que precisava’’.

O jornalista ainda comenta o problema político que o clube vive, em que está sendo acusado pela Premier League de quebrar as regras e diretrizes da liga em 115 ocasiões desde 2009 até 2018. No chamado ‘’julgamento do século’’, caso seja considerado culpado, o Manchester City pode perder diversos títulos conquistados nesse período e até ser rebaixado.

‘’Tudo é feito em muito segredo e sem informações. Mas para mim, ficou claro que o clube conseguiu achar brechas e irregularidades para poder gastar mais do que deviam. Agora, se a liga vai conseguir provar isso, é outra história, ainda mais com o caminhão de advogados que o clube está colocando para lutar [por] cada detalhe’’, diz o jornalista.

‘’Para mim, isso não tira o mérito do que o Guardiola fez, mas eu acho que a torcida deveria aceitar que talvez o clube tenha feito algo errado em vez de vaiar o hino da Premier League e se fazer de vítima, como se existisse uma conspiração contra eles’’

João Castelo-Branco, jornalista da ESPN

Com todos esses problemas dentro e fora de campo, a única conquista do clube foi um título de menor expressão, a Supertaça da Inglaterra contra o rival United, com um desempenho muito aquém do futebol que já havia mostrado em anos anteriores. Terminando a temporada de maneira bem decepcionante, o City correu, em certos momentos do campeonato, sérios riscos de sequer se classificar para a Liga dos Campeões da UEFA.

Nesse momento, o clube vive um período de reformulação dentro da Era Guardiola, com novas peças chegando para suprir o time (Cherki, Reijnders, Donnarumma, Aït-Nouri), enquanto outras lendas saíram do time (Ederson, Kevin de Bruyne, Gundogan). Além disso, a própria permanência de Guardiola é uma dúvida: mesmo com contrato vínculo até 2027, não se sabe se o treinador irá cumprir o acordo.

Lenda do clube, Pep Guardiola, tem o contrato até 2027, e diz que irá se afastar por um tempo indeterminado dos gramados após deixar o comando do City [Imagem: Reprodução/X: @ManCity]

Ainda assim, esse  processo não é novidade para o clube: o City já se acostumou com isso desde que foi comprado em 2008, passando por inúmeras reformulações e investimentos durante esse período. O fato é que o Manchester City é um exemplo de como o futebol é um esporte em constante desenvolvimento e transformação, e aqueles clubes que não se adaptarem para acompanhar essas mudanças, ficarão para trás e serão apenas mais um dos que viverão do passado. Não é em vão que o City saiu de apenas um pequeno barco da cidade de Manchester, para um gigante europeu, que serve de inspiração e modelo como um time de futebol e uma marca mundial.

Manchester is Blue!

Jogadores comemoram quarta premier league do manchester city

Comemoração do quarto troféu da Premier League seguido, conquistado na temporada 2023/24. Feito esse, que nenhum outro clube conseguiu e que dificilmente irá repetir [Imagem: Reprodução/X: @ManCity]

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