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‘Pandemônio’: literatura na pandemia

Como lidamos com a pandemia? Quem nos tornamos diante do medo? Pandemônio: nove narrativas entre São Paulo – Berlim insere o leitor de uma forma nova no caos repleto de sentimentos conflitantes e percepções preocupantes que se tornaram os últimos oito meses do ano. As relações sociais, a arte, a solidão, a finitude da vida, …

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Como lidamos com a pandemia? Quem nos tornamos diante do medo?

Pandemônio: nove narrativas entre São Paulo – Berlim insere o leitor de uma forma nova no caos repleto de sentimentos conflitantes e percepções preocupantes que se tornaram os últimos oito meses do ano. As relações sociais, a arte, a solidão, a finitude da vida, o luto. O que esperar do mundo que está por vir?

Dedicado às vítimas da Covid-19 no Brasil – em especial os artistas Antonio Bivar, Aldir Blanc, Ciro Pessoa e Sérgio Sant’Anna – o livro, da editora independente PANdemônio Edições e Outros Atos Ilícitos, é uma antologia que reúne contos de Aline Bei, Cristina Judar, Jorge Ialanji Filholini e Raimundo Neto, Carola Saavedra, Fred Di Giacomo, Alexandre Ribeiro, Karin Hueck e o alemão Carsten Regel.

É curioso observar como as narrativas, de autores separados por um oceano inteiro, apresentam palavras que se repetem com visões antagônicas. A casa, ao mesmo tempo que é um local seguro e confortável, é inóspita e fria. O álcool é uma anestesia para a dureza da vida, ou um componente da reunião de antigos amantes. A espera é tanto uma agonia insuportável, quanto uma prática natural.

A ressignificação das coisas, a vida e a morte, a distância – seja ela geográfica, afetiva, ideológica ou comportamental – são pontos tratados com um misto de delicadeza e agressividade em Pandemônio. Os estilos diferentes fazem com que cada história seja mais surpreendente que a anterior, e o leitor se deixa levar por formas tão particulares de encarar e enfrentar a pandemia.

É impossível sair ileso dessa espécie de “cápsula” de tempos tão confusos. As narrativas, muito plurais e com estilos que vão do terror à poesia, tocam pontos relevantes que não se limitam à questão da saúde. Falam do planeta, de questões raciais, de direitos LGBTQI+, da dupla jornada de mães – que se dividem entre os filhos, o trabalho e a casa durante a pandemia. Mas, principalmente, falam de amor, de aceitação, da vida.

Capa do livro físico, da editora PANdemônio Edições. [Imagem: Divulgação/Fred Di Giacomo]
Capa do livro físico, da editora PANdemônio Edições. [Imagem: Divulgação/Fred Di Giacomo]
Organizada por Cristina Judar e Fred Di Giacomo, a obra reflete os tempos de pandemia e de avanço do autoritarismo também por meio de seu projeto gráfico. Responsável pela direção de arte, Rodolfo França procura erguer pontes entre as cidades através do visual: usa duas tipografias, uma alemã, para os títulos, e outra brasileira, para o corpo do texto. Já a representação gráfica de um “epicentro nervoso e entediado”, como explica França, está presente na capa e contracapa.

O trabalho, que pretende levar a literatura brasileira para além das fronteiras do país, é plural e apresenta diversos olhares compostos por autores que são a nova geração da literatura nacional. Pandemônio reafirma que o sucesso de uma antologia não advém de nomes consagrados, mas sim da beleza das histórias reunidas.

[Capa: Maria Clara Abaurre/Jornalismo Júnior]

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