Por: Bruna Caetano (brucaetano@usp.br)
Nosso ego é o que nos diferencia dos demais. É ele quem carrega nossa personalidade adquirida ao longo da nossa vida através de momentos experienciados, e é o que nos faz únicos diante dos outros seres. Com ele, caminha também nosso egoísmo e noção do “eu” individual que se fere em determinados momentos, como quando sentimos a necessidade de vencermos discussões ou quando deixamos transparecer, por deslize, alguma fraqueza. Em suma, nosso ego pode nem sempre nos trazer apenas . Contudo, algumas pessoas vivenciam a experiência de dissolução do ego, onde essa noção de “eu” desaparece, e passam a se enxergar não como um ser individual, mas como parte de um todo, integrando totalmente o Universo em uma grande conexão com ele.
Segundo o budismo, a noção do “eu” deve ser combatida junto com a ilusão de que somos separados do resto, por criar uma dualidade entre o “eu” e o “outro”, diferente da natureza e dos animais, por exemplo. Esse combate pode acontecer de diversas maneiras, como a meditação, ioga e o uso de substâncias psicotrópicas, que é o principal originador dessa sensação, como conta Cauê, dono do canal no Youtube “O Psiconauta”, que a experienciou e teve um momento de clareza através do uso de uma droga psicodélica após um momento pessoal com a sua câmera, onde perdeu a noção de seres animados e inanimados: “ Nesse momento eu era puro amor pelo próximo, pelo planeta, pela vida, e me pus a meditar. Senti um intenso fluxo de energia, meu corpo começou a vibrar, em minha testa sentia uma agradável pressão, até que essa pressão começou a ser visualizada por mim como um tubo que às vezes puxava e às vezes trazia energias.” O youtuber contou que esse momento durou aproximadamente 5 minutos, mas apesar disso, deixou resquícios em sua personalidade: “Foi uma reafirmação do que já acreditava, sempre que me questiono sobre a minha filosofia me lembro dessa experiência por ser a “evidência”. Após essa e outra experiência com cogumelos me desfiz de uma má perspectiva da vida e me tornei mais feliz, empático, altruísta e alguém que, creio eu, possa contribuir com o próximo”.
Em um estudo feito no Reino Unido em 2015, pesquisadores analisaram pela primeira vez o cérebro de 20 voluntários sob o efeito de LSD (ácido lisérgico) através de neuroimagens, juntamente com o cérebro de outros voluntários sob o efeito placebo, onde foram observadas ondas cerebrais, fluxo sanguíneo e conexões funcionais. Alguns indivíduos sob o efeito de LSD relataram além de alucinações — causadas por neurônios ligados aos estímulos visuais altamente ativos — uma sensação de perda da noção de si, que está relacionada a diminuição de conexão de neurônios nas regiões córtices para-hipocampal e retrosplenial do cérebro.
Já em outra pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e em Innsbruck, na Áustria, ainda revela uma hipótese de relação entre a dissolução do ego causada pelo uso de psicotrópicos e a comunhão e sentimento de empatia para com a natureza.
Além do uso de drogas psicodélicas,o policiamento da importância da noção do “eu” pode acontecer através da meditação, onde se pratica a auto-observação e o autoconhecimento, trazendo uma percepção maior de si e uma conexão maior com o Universo, que traz consigo uma expansão da consciência que muitos acreditam ser de âmbito espiritual, e que deixa resquícios de empatia e altruísmo na personalidade de a quem experiencia, seja de através da meditação ou de estados alterados da mente.
Olá
Já tive experiência com psicoativos que promovem conexão e unicidade. Ok. Fisiolgicamente abordando este uso, poderíamos deduzir q a glândula pineal, em reconhecendo, por feedback que sua finalidade está acontecendo, vai ficar em inatividade. Assim sendo, a tendência da pineal, neste processo, é a inatividade.