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A história de auge e declínio em ‘Tár’

‘Tár’ reflete sobre os caminhos do talento e do caráter em um filme poderoso, mas cansativo

Tár (2022), de Todd Field, é um dos maiores nomes da temporada de premiações de Hollywood. No Oscar, o filme concorre a cinco categorias, entre elas melhor filme, melhor direção e melhor atriz. O longa acompanha a maestrina Lydia Tár (Cate Blanchett), que no auge de sua carreira está prestes a lançar um livro, ensaia o seu arranjo da quinta sinfonia de Mahler e encabeça uma das maiores filarmônicas do mundo, a Orquestra Filarmônica de Berlim.

Apesar das inúmeras conquistas da artista, Tár é sobre declínio. Um declínio gradual e lento, feio de assistir uma pessoa tão talentosa e importante se perdendo dentro da arrogância. Lydia Tár é uma personagem imponente e dissimulada, cheia de genialidade e que sofre com a falta de empatia, valiosa para a música e insignificante emocionalmente.

A construção minuciosa da personagem faz parecer que Lydia Tár realmente existiu, assim como sua esposa Sharon (Nina Hoss), a assistente Francesca (Noémie Merlant) e suas amantes. Apesar de não ser uma história real, essa impressão é resultado do enlace das diversas tramas que se constroem devagar durante os 158 minutos de duração do filme, que ora é cansativo, ora é instigante.

Duas mulheres loiras conversam. A primeira, à esquerda, usa preto e a segunda, à direita, está de branco.
Lydia e sua esposa durante uma discussão. As duas se conheceram quando Tár começou a trabalhar na Filarmônica de Berlim, mas, após o casamento, Sharon não foi a única mulher da orquestra que Lydia se relacionou. [Imagem: Reprodução/Focus Features]

A atuação de Blanchett é hipnotizante. A forma como as falas são ditas pela atriz — com os apostos bem marcados, típicos de uma personalidade arrogante como Lydia Tár —, olhares trocados com as demais personagens, a raiva transparecida e a dissimulação, não seriam tão bem retratadas se não feitas por Cate Blanchett. A indicação para o Oscar de melhor atriz é o mínimo para uma performance tão profunda de uma personagem tão complexa.

Como o filme trata sobre música, é irônico o pouco uso desse recurso em Tár, que foca mais nas conversas das personagens e nos momentos de silêncio para trazer a carga emocional. Mas quando há música em cena ela é grandiosa e situa muito bem o momento vivido por Lydia. Barulhos que parecem insignificantes são muito mais bem aplicados na trama para indicar o declínio da carreira e vida pessoal da maestrina.

Quanto a fotografia e direção, Tár é um filme feito para ser visto no cinema, já que possui uma grandeza que só as telonas podem proporcionar para os espectadores. É belo mas também cansativo devido a duração do filme e o ritmo em que tudo acontece.

O filme já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Confira o trailer legendado:

*Imagem de capa: Divulgação/Focus Features

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