Túlio Bucchioni
Muitos são os filmes que tentam captar os sentimentos envolvidos nas situações mais simples e corriqueiras da vida, poucos são os que realmente conseguem. É nessa armadilha que A Força da Amizade cai. A proposta do filme dirigido por Christopher N. Rowley, que tem como tema o poder da amizade em momentos difíceis pelos quais passamos no decorrer da vida, é justamente captar a essência desse vínculo que une pessoas diferentes, as torna companheiras e solidárias umas com as outras.
Tudo começa quando Arvilla (Jessica Lange) fica viúva em uma viagem a Nova Guiné e em seu retorno para sua pequena cidade no interior de Idaho, EUA, tem de acertar contas sobre o funeral de seu marido com a sua enteada Francine (Christine Baranski). Arvilla, que prometera ao marido morto espalhar suas cinzas pelo mundo, é surpreendida pela proposta que sua enteada, agora proprietária da casa em que Arvilla vive, lhe faz: as cinzas de seu pai em troca da permanência de Arvilla na casa que é sua por direito. Permanecendo fiél a sua promessa, Arvilla e suas duas melhores amigas, Margene (Kathy Bates) e Carol (Joan Allen) caem na estrada em um conversível de marca Bonneville e durante o percurso passam por uma série de aventuras em fabulosas paisagens.
A fotografia colorida e os pontos turísticos mostrados fazem de A Força da Amizade um filme bonito. Se o roteiro não é lá tão bem construído, pode-se dizer que o elenco mostra uma certa afinidade junto, com destaque para as cenas da sempre talentosa Kathy Bates e para as esquisitices de Carol, interpretada por uma apagada Joan Allen. O mérito do filme, todavia, é levar o espectador à reflexão sobre as diferentes interpretações e percepções que uma mesma pessoa pode deixar ao longo de sua vida.