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Entre nós: de pessoas sobre pessoas

por Thaís Matos thais.matos.pinheiro@gmail.com Esqueça os velhos estereótipos e preconceitos em relação ao cinema brasileiro. O que se apresenta ultimamente é um cenário repleto de boas produções que ganham cada vez mais destaque internacional. O filme Entre Nós, de Paulo e Pedro Morelli, vem seguindo esse sucesso. Ele estreia no dia 27 de março já …

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por Thaís Matos
thais.matos.pinheiro@gmail.com

Esqueça os velhos estereótipos e preconceitos em relação ao cinema brasileiro. O que se apresenta ultimamente é um cenário repleto de boas produções que ganham cada vez mais destaque internacional. O filme Entre Nós, de Paulo e Pedro Morelli, vem seguindo esse sucesso. Ele estreia no dia 27 de março já com três prêmios no Festival do Rio, além de ter concorrido no Festival de Roma.

O elenco é formado por Caio Blat, Maria Ribeiro, Carolina Dieckmann, Julio Andrade, Paulo Vilhena, Martha Nowill e Lee Taylor.

A história é aparentemente muito simples: um grupo de amigos escritores passa um final de semana numa casa de campo e decide escrever cartas para si mesmos, que devem ser abertas dentro de 10 anos. Um acidente acontece e muitos segredos passam a rondar a turma. 10 anos mais tarde, eles se encontram no mesmo local e esses segredos começam a vir à tona.

Apesar de uma sinopse, à primeira vista, previsível, o filme é cheio de nuances, não ditos, olhares, relações fortes e personagens profundos. O clima permanente de mistério e angústia captam o espectador e promovem um processo quase que catártico.

A produção é completamente diferente do que vem sendo feito no país. É um filme extremamente humano, que trabalha com as pessoas em primeiro plano, circundadas por grandes temas. É a partir da visão muito particular e peculiar de cada personagem que se tecem as discussões sobre a passagem do tempo, da amizade e da lealdade, que compõem a temática da história.

Além disso, tem caráter intimista em todos os aspectos. O próprio nome sugere algo mais reservado. Essa característica também pode ser observada na estética da obra, por muitas vezes os personagens ficam aprisionados pelo enquadramento da câmera. As filmagens exploraram muito bem as metáforas. Em algumas situações, os personagens aparecem pelos reflexos de portas e janelas ou atrás de objetos, refletindo essa persona criada e escondida por eles.

O desencontro é um dos motores da histórias. Desencontro não só entre pessoas, mas consigo mesmo também, apresentado pelo choque entre o que os personagens queriam ser e o que eles se tornaram. O primeiro momento do filme é paradisíaco, traz a delícia da juventude, da liberdade e de se poder sonhar. E tudo isso é rapidamente destruído quando, 10 anos mais tarde, nenhum sonho foi realizado.

A força do filme atrai não só o público, mas também o elenco. “Criamos uma relação muito forte com o filme. Nós realmente o tomamos  pra nós, consideramos o nosso filme, a nossa história, o nosso momento. O momento de um país que é mais jovem, que está em construção, que está em revolução. A gente sente muito que esse é o nosso testemunho”, comentou Blat.

Ele também se centra em retratar os personagens de forma muito pessoal, sem se prender a classificações ou estereótipos. “Hoje se vê muito pouco a gente falando da gente. Eu não me sinto retratada no cinema brasileiro. Eu me vejo representada no cinema argentino mais do que no cinema brasileiro. E o Entre Nós é um filme que eu me vejo. Ele fala de geração, da chegada aos 40 anos, de decepções e temas que são mais caros a mim”, revelou Maria Ribeiro.

Relações

A amizade também é muito presente fora do filme. “Todos nós somos amigos há mais de anos e nossa amizade se transferiu para os personagens. A história do filme já estava muito bem montada, mas o dia a dia e as particularidades foram resultado dessa relação que passou de fora para dentro da produção”, contou Caio.

Além da sintonia do elenco, a direção compartilhada entre pai e filho foi fundamental para a criação do filme. Segundo Paulo Morelli, “ele só existe por causa dessa relação e surgiu da vontade de fazer algo juntos. Nós temos uma casa nessa região e ficávamos sonhando em produzir algo lá. Com o tempo, encontramos esse tema da passagem do tempo e da amizade e percebemos que era algo que valia a pena se falar”.

Entre Nós não é maniqueísta e não pretende julgar os personagens. Ele não fecha a história de ninguém, não condena ninguém. A intenção é proporcionar ao espectador uma leitura particular da história e imaginar o final de cada um, criar em cima da obra, é mexer com os sentimentos e impactar quem quer o assista.

<a href="https://www.youtube.com/watch?v=VjMwef-iP9k">https://www.youtube.com/watch?v=VjMwef-iP9k</a>

 

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