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Por trás da magia: Os diretores que deram vida ao Universo de Harry Potter

por Mel Pinheiro e Pedro Graminha mel.pinheiro.silva@gmail.com graminha.ph@gmail.com Em 15 de julho de 2011, os fãs de Harry Potter iam pela última vez ao cinema para a estreia de um filme da saga, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 ( Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2, 2011). Cinco …

Por trás da magia: Os diretores que deram vida ao Universo de Harry Potter Leia mais »

por Mel Pinheiro e Pedro Graminha
mel.pinheiro.silva@gmail.com
graminha.ph@gmail.com

Em 15 de julho de 2011, os fãs de Harry Potter iam pela última vez ao cinema para a estreia de um filme da saga, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 ( Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2, 2011). Cinco anos depois, a magia continua viva nos corações dos apaixonados pelo mundo mágico criado por J.K. Rowling. O mês de julho marca também o lançamento da peça Harry Potter and the Cursed Child, aguardada continuação da saga, que se passa 19 anos depois do último livro.

Em comemoração, o Cinéfilos preparou um especial de reportagens sobre o mundo de Harry Potter. Para começar, essa matéria traça o perfil de cada um dos diretores dos oito filmes, que conseguiram captar a magia dos livros e transmitir para o cinema, e que com estilos diferentes deram imagem e som para a história que tanto amamos.

Chris Columbus
Harry Potter e a Pedra Filosofal (Harry Potter and the Sorcerer’s Stone, 2001)
Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, 2002)

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Chris Columbus é o realizador por trás de inesquecíveis filmes para família dos anos 90, como Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990) e Uma Babá Quase Perfeita (Mrs. Doubtfire, 1993). O carisma e forte apelo emocional dos longas do diretor foi essencial para dar aos primeiros filmes de Harry Potter a personalidade merecida. A medida que o enredo de A Pedra Filosofal e A Câmara Secreta ainda não são tão dramáticos, mas voltados a aventura, a escolha de Columbus resultou em dois filmes agradáveis e fáceis de ganhar o público.

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Depois dos dois primeiros filmes da saga, Chris Columbus ainda produziu Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, 2004). Com o sucesso, Columbus foi convidado para dirigir a adaptação de outra saga de livros de fantasia: Percy Jackson e os Olimpianos. Porém, o primeiro filme da franquia, Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief, 2010) não atingiu as bilheterias esperadas, considerado um fracasso. O último blockbuster do diretor foi o nostálgico Pixels (Pixels, 2015), com referências a jogos dos anos 80 e 90.

pixels

Alfonso Cuarón
Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the prisioner of Azkaban, 2004)

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Mexicano, Cuarón foi o encarregado pela direção do terceiro filme da saga, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisioner of Azkaban, 2004). Antes de assumir a direção do longa, o cineasta ainda não havia lido nenhum livro da série ou sequer visto algum filme. Inicialmente, teria ficado relutante quanto a aceitar ou não o projeto, oferecido à ele pela Warner, produtora do seu – até então – próximo projeto, Filhos da Esperança (Children of Men, 2006). A decisão logo se mostrou acertada, já que Harry Potter foi o filme de maior bilheteria do diretor até hoje.

O cineasta descobriu a sua vocação ainda quando menino. Na juventude, quando estudou cinema, conheceu dois de seus futuros parceiros de trabalho, o também cineasta Carlos Marcovich e o diretor de fotografia Emanuel Lubezki. Sólo con tu Pareja (1991) foi o primeiro filme escrito e dirigido por Cuarón, após uma intensa luta para conseguir financiamento. O longa foi um grande sucesso no festival de Toronto, despertando a atenção dos produtores de Hollywood para o talento de Cuarón.A partir daí, o cineasta passou a dirigir alguns filmes em solo americano, como A princesinha e Addicted to Love.

Um tempo depois, retorna para o México e, junto ao produtor Jorge Vergara, funda as produtoras Anhelo e Moonson, pelas quais produz, roteiriza e dirige o grande sucesso (e um de seus filmes mais importantes) E Sua Mãe Também (Y Tu Mama Tambíen, 2001). Na trama, dois jovens mexicanos, um deles interpretado por Gael García Bernal, partem, na companhia de uma mulher espanhola e mais velha, em uma viagem de descobertas sexuais e de aspectos inerentes à existência humana. O filme fala sobre os dois Méxicos, da elite, representado por um dos personagens, e do povo, por outro. Dois Méxicos que se reconciliam através de uma figura “invasora”, a Espanha que outrora colonizara aquelas terras. Recheado por cenas de sexo realistas – não os absurdos cênicos apresentados pela industria hollywoodiana – Y Tu Mama Tambien, junto com Amores Brutos (Amores Perros, 2000) de Iñarritú, representavam um novo florescimento para o cinema mexicano.

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Eis que veio Harry Potter. O terceiro filme da saga apresentou uma mudança estética acentuada em relação aos dois anteriores. Hogwarts tornou-se mais sombria. O céu cor de chumbo e cores mais apagadas tornaram-se uma constante em cada quadro do filme. Os personagens não são mais as crianças de antes, mas adolescentes próximos da maturidade. Foi o primeiro passo da saga em direção ao que viria posteriormente. O mundo encantado de maravilhas dos primeiros filmes é gradativamente substituído por um mundo de ameaças constantes: Dementadores, lobisomens e assassinos a espreita.

Cuarón, para conhecer um pouco mais sobre os atores com quem iria trabalhar, pediu para que os três protagonistas escrevessem uma redação, contando um pouco sobre eles. Emma Watson entregou ao diretor 16 páginas sobre si; Daniel Radcliffe, uma modesta página; já Rupert Grint nem sequer a fez.

J.K Rowling ficou particularmente satisfeita com a escolha de Cuarón para a direção de O Prisioneiro de Azkaban. A autoria havia assistido à Y Tu Mama Tambíen, e sabia que o mexicano era capacitado para captar a essência adolescente pela qual seus personagens agora passavam.

O estilo de filmagem de Cuarón é composto principalmente por tomadas estáticas e lentas, o que destoa completamente do que fora apresentado nos filmes anteriores. Guilhermo Del Toro, outro diretor mexicano e amigo de Cuarón, sugeriu a ele que procurasse atenuar seu estilo e se manter fiel ao que fora apresentado anteriormente.

Por mais que tenha sido o filme da série que menos arrecadara com as bilheterias, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban foi o segundo filme mais bem avaliado da saga e, para grande parte do público, o melhor filme da série.

Os trabalhos de maior destaque de Cuarón pós Harry Potter foram, Filhos da Esperança (Children of Men, 2006) e Gravidade (Gravity, 2013). O primeiro, uma ficção científica que apresenta um mundo distópico na qual a humanidade não consegue mais procriar. Estrelado por Clive Owen, o filme foi um grande sucesso, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Já o segundo, o maior filme da carreira do cineasta até o momento, lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor em 2014.

gravidade

Mike Newell
Harry Potter e o Cálice de Fogo (Harry Potter and the Goblet of Fire, 2005)

HARRY POTTER AND THE GOBLET OF FIRE, director Mike Newell, Predrag Bjelac, Maggie Smith on set, 2005, (c) Warner Brothers

Mike Newell foi o primeiro diretor britânico a assumir a saga. Antes, o cineasta realizou um dos maiores sucessos do cinema no Reino Unido, Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weddings and a Funeral, 1994), além do drama policial Donnie Brasco (Donnie Brasco, 1997) que concorreu ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1998. Seu principal desafio em adaptar O Cálice de Fogo foi introduzir um clima adolescente e romântico a saga, ao mesmo tempo que essa se torna mais sombria, pois mostra a primeira morte significativa e trágica causada por Voldemort (Ralph Fiennes).

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Com a experiência de adaptar histórias para o cinema, Newell ganhou notoriedade ao dirigir Harry Potter, e em 2007, levou para as telonas Amor nos Tempos do Cólera (Love in the Time of Cholera, 2007), baseado na obra homônima de Gabriel García Márquez, além do clássico de Charles Dickens Grandes Esperanças (Great Expectations, 2012). Dentro do circuito hollywoodiano, o diretor ainda adaptou para a Disney o game Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (Prince of Persia: The Sands of Time, 2010).

David Yates
Harry Potter e Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, 2007)
Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, 2009)
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 1, 2010)
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 2, 2011)

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Antes de partir para a direção de cinema, Yates fez vários trabalhos para a televisão britânica, além de alguns curtas metragens. Em 2005, foi nomeado ao premio Emmy de Melhor Direção em Minissérie Dramática por The Girl in the Café (2005).

A carreira consolidada na televisão fez com que o nome do cineasta logo chegasse aos ouvidos dos produtores da saga do menino bruxo, entrando na lista de nomes cotados para a direção do quinto filme da série.

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Um dos produtores da saga Harry Potter, David Heyman, era grande fã do trabalho do cineasta. Quando perguntado sobre o porque de sua escolha, Heyman disse que Yates conseguia extrair a melhor performance de seus atores, e eles precisavam de um diretor que conseguisse extrair interpretações memoráveis de atores tão jovens. O produtor ainda disse que os filmes de Harry Potter, a partir daquele momento, poderiam ser considerados políticos, em certa maneira, pois tratam de uma rebelião liderada por jovens, contra o abuso de poder (exatamente o que é a Ordem da Fênix), e Yates fizera bons filmes políticos, os conduzindos de uma maneira leve.

Antes do início das gravações, David teria chamado o diretor do filme anterior da saga, Mike Newell, para um pub, tentando entender como seria pegar um projeto já iniciado por outra pessoa.

O resultado final foi satisfatório, a Ordem da Fênix alcançou bom sucesso comercial, salvo algumas críticas por parte dos fãs, em relação a curta duração do filme, que deu um ritmo “corrido” à narrativa. Sobre o trabalho de seu diretor, Gary Oldman, o Sirius Black, disse que Yates gosta de trabalhar refazendo os takes várias vezes, para ter a certeza de capturar as melhores interpretações de seus atores.

Logo em seguida, David Yates foi confirmado como o diretor do filme subsequente, Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, 2009). O protagonista tornava-se adulto. Os filmes agora assumiam um ar muito mais sério, e uma atmosfera sombria paira a todo instante, representada pela ameaça real de Voldemort. O Enigma do Príncipe foi o único filme de toda saga a ganhar uma nomeação ao Oscar,  pela categoria de Melhor Fotografia, feita pelo francês Bruno Delbonnel. Sobre ele e seu trabalho, Yates disse que conseguira trazer à série um visual imagético que se aproximava do estilo de pintura do holandês Rembrant.

Os próximos filmes da franquia são provenientes da divisão do último livro da saga. Em ambos, a sensação de que o fim se aproxima é muito intensa, e para os fãs, o sentimento de tensão com a história que se desenrola em tela, se mescla a um crescente saudosismo. É um velho amigo que logo mais vai nos deixar.

Yates comparou o primeiro filme do fim, Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte I (Harry Potter and the Deadly Hallows Part I, 2010) a um road movie, pois acompanhamos os personagens em constantes travessias e fugas. Entre as críticas positivas feitas ao filme, muitas delas foram direcionadas à David Yates e a forma pela qual conduziu a narrativa, mesclando uma atmosfera sombria a um ritmo constante e intenso, digno de um bom thriller.

O Grand Finale da série foi aos cinemas em 15 julho de 2011, há exatos cinco anos. Harry Potter e as Relíquias da Morte parte II (Harry Potter and the Deadly Hallows part II, 2011) representou o maior faturamento de toda a saga, ultrapassando a marca dos bilhões de dólares, além de uma conclusão arrebatadora, emocionante e que fez jus a tudo o que a saga foi e representou até então. Yates conseguiu fechar com “chave de ouro” uma dos maiores fenômenos cinematográficos já feito, que criou toda uma geração como Potterhead.

tarzan

O primeiro grande projeto de Yates pós Harry Potter (após um retorno as produções de televisão) será A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, 2016), filme que será uma adaptação ive-action do personagem imortalizado pela animação da Disney.

Mas a contribuição do cineasta ao universo mágico de J.K Rowling ainda não acabou. Yates será o diretor do primeiro filme (por enquanto) da trilogia Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beast and Where to Find them, 2016), um spin-off da saga principal, que contará a história de Newt Scamander, interpretado pelo ganhador do Oscar Eddie Redmayne, em suas viagens pelo mundo mágico de Rowling em busca de criaturas fantásticas.

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