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26ª STBio: Semana Temática da Biologia da USP

Evento dura uma semana e aborda diferentes áreas e assuntos dentro das ciências biológicas
Por Alessandra Ueno (aleueno@usp.br)

A 26ª Semana Temática da Biologia — também conhecida como STBio — ocorreu dos dias 02 a 06 de outubro no Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Foram realizadas 50 atividades e entre elas estavam cursos, minicursos, microcursos, palestras e oficinas.

“Tivemos cerca de 850 inscritos”, disse um dos alunos responsáveis pela organização do evento. Porém, provavelmente o número foi maior, já que era possível se inscrever para vagas remanescentes durante a semana.

Na abertura da STBio, os estudantes ressaltaram a importância da ocasião na união entre os discentes e agradeceram a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, os professores, a diretoria do IB e os funcionários pelo apoio e ajuda na organização e realização da Semana. “A STBio é um dos eventos mais importantes que temos, não só pelos cursos oferecidos, mas pela oportunidade dada aos alunos para organizá-los do nível mais básico — as ideias de cursos — até os mais trabalhosos e complexos — a organização, manejamento, contato com profissionais”, disse Daniel Baracho, aluno do curso de Biologia do IB, em entrevista ao Laboratório.

A professora Cristina Yumi Miyaki foi escolhida como a homenageada do evento: “Ela é uma ótima professora, mas vai além de apenas ser uma professora“, declarou um dos membros da comissão organizadora.

“O objetivo é também realizar a divulgação científica”, ressaltou uma das organizadoras. Diversas áreas da Biologia estiveram presentes: desde botânica, passando pela educação, até bioquímica. “Não abordando somente diversas áreas, também sempre vemos que a Semana busca ofertar cursos relacionados ao mercado de trabalho. Acho importantíssimo isso porque, aos poucos, conseguimos derrubar o mito de que a oferta de trabalho para profissionais de Ciências Biológicas é baixa”, completa Baracho.

Num momento de greve na USP — com a reivindicação da contratação de docentes e funcionários, além da necessidade justificativas a respeito de problemas no Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE) —, a STBio entrou como uma programação no calendário do movimento e é de extrema importância, já que é realizada pelos próprios universitários.

O evento ainda contou com uma Exposição Acadêmica — que é a apresentação de pôsteres sobre as pesquisas científicas realizadas no âmbito da Biologia —, um Concurso de Fotografias Biológicas e um de Ilustrações Biológicas.

Narrativas compartilhadas: Inspirações para a aprendizagem de Ciências e Biologia

O ensino de Biologia não precisa ser apenas teórico, com leituras extensas e algumas imagens. Porém, elas também não são substituíveis, então: como trabalhar com um ensino dinâmico de temas biológicos?

“As atividades práticas e lúdicas servem para complementar as aulas teóricas, na verdade, elas dão sentido às aulas teóricas“, diz Ana Regina de Oliveira Hungaro, professora de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ensino e História das Ciências e da Matemática da Universidade Federal do ABC.

É nesse sentido que o microcurso Narrativas compartilhadas: Inspirações para a aprendizagem de Ciências e Biologia, apresentado por Ana Regina e por Paula Guolo — professora de Biologia e Itinerários Formativos —, exemplifica as atividades propostas para além da teoria. Ele ocorreu na parte da manhã no segundo dia da 26ª Semana Temática da Biologia do Instituto de Biociências da USP.

Imagem de divulgação de um jogo denominado "Por debaixo dos panos" que tem o objetivo de ampliar o conhecimento da população sobre a ciência forense. Ele foi apresentado na Semana Temática de Biologia da USP.
Tela inicial da atividade de ciência forense realizada por Paula. [Imagem: Reprodução/ Mundi Forense]

Sherlock Holmes e Hercule Poirot: esses são dois dos detetives mais famosos da literatura e, embora só existam no mundo da ficção, o serviço prestado por eles se encontra no campo da Ciência Forense.

Essa ciência reúne o conjunto de técnicas e conhecimentos científicos responsáveis por analisar as evidências criminais e, assim, chegar a uma conclusão que leve ao culpado pela ocorrência do crime.

“Os alunos realizam um trabalho em equipe, em que buscam evidências, analisam o DNA das amostras”, explica Ana. O uso desse tipo de atividade ajuda na explicação prática do conceito de genética, além de estimular o raciocínio lógico enquanto os alunos se divertem sendo detetives.

Por conta da pandemia, o Projeto Mundi Forense, coordenado e idealizado por Paula, precisou acontecer virtualmente: “Nós fizemos no modelo online pelo “genially” (plataforma que permite a criação de conteúdos interativos). Os alunos escolhidos foram responsáveis por criarem as pistas, evidências, e a resolução do caso ficou aberta a todos que desejavam participar”, comenta.

Os pássaros não são diferentes apenas na coloração, no tamanho e nas espécies. Uma característica que os diferencia, mas não é muito lembrada é fundamental para a sobrevivência: o formato do bico.

“Eles se sentiam evoluídos por ter o pegador de macarrão como o maior bico, mas não é assim“, comenta Ana Regina. A atividade consistia em utilizar o pegador de macarrão — que tinha diferentes formatos e tamanhos, representando o bico do pássaro —, mais adequado para cada grão, que também era variado.

Imagens dos diferentes tipos de bicos de pássaros estudados na Biologia
Os bicos variam de acordo com a alimentação do pássaro. [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

O intuito era ensinar a evolução que, como a professora explicou, nem sempre o maior bico é adequado para aquele grão: às vezes, o menor, mas com o formato adaptado para aquele tipo de alimentação, é o melhor.

Paula e Ana ressaltam a importância não só da própria atividade, que é complementar e conjunta à teoria, mas também do contexto de sua aplicação. As professoras ressaltam: “Essas atividades são interdisciplinares, mas também dialogam com a sustentabilidade: não usamos materiais descartáveis, evitamos o desperdício. Isso tudo porque tudo está conectado com o que queremos ensinar”.

Ana acrescenta: “Se cada professor criar uma prática inovadora, os alunos têm muito contato com os contextos das diferentes atividades”. Além da de Ciência Forense e da Evolução dos bicos dos pássaros, as docentes mostraram uma atividade de antotipia — um processo fotográfico em que os pigmentos vegetais são utilizados como material fotossensível na produção de imagens fotográficas — e também de coagulação e da tipagem sanguínea.

Confira outras matérias da nossa cobertura da 26ª STBio:

*Imagem de capa: Acervo Pessoal/ Alessandra Ueno

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