Cenas de ação alucinantes, explosões em alto mar, e momentos em câmera lenta são característicos de filmes de espionagem. Mas, nos filmes de Matthew Vaughn tudo isso ganha tons e cores diferentes. O diretor de Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service, 2014) e Kick Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010) seguiu o caminho de fogos de artifício, música e surpresas em Argylle – O Superespião (Argylle, 2024).
![Matthew Vaughn carregando o gato Alfie, animal de estimação e confidente da personagem Elly](https://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Argylle_Photo_0107.jpg.photo_thumbnail_show_home_large.jpg)
No filme, o espectador é introduzido a um cenário clássico do gênero. Argylle (Henry Cavill) é um espião cheio de classe, com um penteado não tão charmoso, que se encontra em uma situação de perigo. Porém, tudo isso não passa de ficção, pelo menos é o que Elly Conway (Bryce Dallas Howard) acredita.
Elly é uma escritora famosa que escreve a série de livros de espionagem do agente Argylle. Suas palavras se tornam realidade quando ela se encontra com um espião de verdade: Aiden. Interpretado por Sam Rockwell, ele revela à autora que as suas histórias acontecem fora das páginas também. A partir desse momento, são reviravoltas atrás de reviravoltas no roteiro assinado por Jason Fuchs inspirado no livro homônimo da autora de pseudônimo Elly Conway.
![](https://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Argylle_Photo_0103-2.jpg.photo_thumbnail_show_home_large-2.jpg)
Quem já assistiu outros filmes de Vaughn está acostumado com os efeitos, as roupas e lutas espetacularizadas. Mas, o novo contexto de espionagem, fora do cavalheirismo inglês de Kingsman: Serviço Secreto e da comicidade de Kick Ass, comporta mais papéis. Apesar de um número de personagens exagerado e confuso em alguns momentos, em especial cenas de lutas que transitam entre a realidade e a ficção, os protagonistas, Elly, Aiden e o gato Alfie, suportam o peso de um elenco tão estrelado. Uma breve observação é a química entre Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell que não parece tão natural, mas cada um por si sustenta a escritora confusa e o espião caótico.
![Aiden, interpretado por Sam Rockwell, e Elly Conway, por Bryce Dallas Howard, formam uma dupla investigativa caótica e desconexa](https://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Argylle_Photo_0106.jpg.photo_thumbnail_show_home_large.jpg)
Vale ressaltar o restante do elenco coadjuvante renomado do filme: o já citado Henry Cavill, Samuel L. Jackson, Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Ariana DeBose, Sofia Boutella, John Cena e até a cantora pop Dua Lipa. Em um filme de 2 horas e 19 minutos é difícil pensar em como encaixar tantos atores de alto escalão. E é este excesso de estrelas que pode confundir e distrair o espectador, principalmente com a retomada dos seus personagens ao longo da história de forma forçada e não dando conclusões dignas a todos eles.
O conjunto da ópera é agradável e divertido, no modo Matthew Vaughn de ser, apesar dos tantos plot twists na história de Jason Fuchs. Para quem não conhece o estilo de Vaughn pode se assustar, mas é inevitável não se entreter com as loucuras absurdas no mundo da espionagem. Para quem conhece, vale a pena conferir e ainda sentir a nostalgia com referências a outro filme do diretor na cena pós-créditos.
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O filme já está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer:
*Imagem de capa: Divulgação/Universal Pictures