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Projeto Gemini — “À próxima guerra, que não é guerra nenhuma”

Alguns longas exigem melhor tecnologia para serem rodados e conseguirem extrair o máximo que seus produtores querem. O melhor exemplo é o filme Avatar (2009), do diretor James Cameron, que ficou famoso pela reinvenção da tecnologia 3D nos cinemas. No entanto, Projeto Gemini (Project Gemini, 2019) também se enquadra nisso, sendo um longa que ficou …

Projeto Gemini — “À próxima guerra, que não é guerra nenhuma” Leia mais »

Alguns longas exigem melhor tecnologia para serem rodados e conseguirem extrair o máximo que seus produtores querem. O melhor exemplo é o filme Avatar (2009), do diretor James Cameron, que ficou famoso pela reinvenção da tecnologia 3D nos cinemas. No entanto, Projeto Gemini (Project Gemini, 2019) também se enquadra nisso, sendo um longa que ficou engavetado por muitos anos e que conseguiu ver a luz do sol apenas agora, ao encontrar a experiência cinematográfica que tanto buscou.

A narrativa em si não exigiria nada de muito especial: um assassino veterano quer se aposentar, mas através de algumas tramoias governamentais, se vê envolvido em um projeto ultrassecreto e tendo que enfrentar uma versão mais jovem de si mesmo. A obra deixa questionamentos sobre o quanto soldados são descartáveis para quem está no comando, inclusive tentando trazer indagações mais filosóficas que ficam apenas na tentativa, já que na maioria das vezes o roteiro não ajuda muito.

O que impressiona de fato no filme são as partes técnicas e seu protagonista, Will Smith, afinal, os personagens secundários não acrescentam muita coisa no progresso do longa. Isso pode soar até como um pecado, já que ter atores como Mary Elizabeth Winstead, Benedict Wong e Clive Owen em seu elenco e não conseguir extrair deles atuações que ajudem no desenvolvimento narrativo é algo, no mínimo, questionável. 

Todos parecem estar cumprindo papéis pré-estabelecidos de filmes de ação: a mocinha que não sabe a razão de estar no meio do tiroteio, o alívio cômico e até o vilão que tenta de todas as formas fazer com que o espectador torça por ele através de falas bonitas e questionadoras.

E nisso temos Will Smith, que desempenhando dois papéis diferentes consegue se destacar em meio a uma tecnologia excelente e roteiro fraco. A versão mais jovem, recriada digitalmente, não impressiona apenas pela qualidade técnica apresentada, mas também porque Smith consegue interpretá-lo de maneira ingênua, pueril, trazendo em tela algo realmente crível, como nos tiques de nervosismo que apresenta quando está na presença de uma bela dama, ou quando se vê frustrado por algo que deu errado. O longa acerta ao dar espaço de tela suficiente para as duas versões de Smith, pois no fim acabamos torcendo por ambos os personagens.         

O vilão Clay Verris (Clive Owen) quer buscar um futuro sem dor para seu país, mas ultrapassa os limites éticos e morais ao “brincar de Deus”, criando clones para batalhar a seu favor [Imagem: PARAMOUNT PICTURES]

Projeto Gemini usa a tecnologia 3D+ em sua produção, misturando o efeito que já conhecemos com uma técnica de filmagem que aumenta a contagem de quadros por segundo. Normalmente, um longa utiliza 24 FPS (frames per second, ou, quadros por segundo), mas nesse caso, temos uma narrativa com 60 FPS. E o que isso muda?

Com a maior contagem de quadros, o aspecto visual transborda em tela e como o filme passa por cenários na Colômbia, Geórgia, Bélgica e Estados Unidos, vemos nitidamente a beleza de cada lugar. As lutas também ganham destaque com essa tecnologia, ainda mais porque elas são bem coreografadas e assim sentimos mais o impacto de cada golpe, como na cena de luta entre motos na Colômbia ou mesmo a batalha nas catacumbas belgas. 

As sequências lembram jogos de guerra/ação, especialmente quando a câmera em primeira pessoa é usada em determinadas partes do combate. Toda essa tentativa de inovação precisa de alguém que entenda de novas tecnologias e o diretor Ang Lee, responsável por filmes como As Aventuras de Pi (Life of Pi, 2012) e O Tigre e o Dragão (Crouching Tiger, Hidden Dragon, 2000), tem um dos currículos mais capacitados para tal função. 

Em vídeo divulgado pela Paramount Pictures, o diretor comenta: “Fui capaz de desenvolver com base em minhas experiências de vida no passado com As Aventuras de Pi algo que acredito que o cinema digital deveria fazer, que é parecer mais real, imersivo, humano.” 

Geralmente o uso de 3D em filmes não se justifica, mas no caso de Projeto Gemini, se você quer a melhor experiência, vá em salas com essa tecnologia. A magia por trás do longa se encontra justamente nessa inovação cinematográfica e na atuação de seu protagonista. De resto, temos um filme que mistura ação com ficção científica e que se perde justamente por não conseguir se encaixar bem em nenhum desses gêneros.            

O longa tem estreia prevista para o dia 10 de outubro no Brasil. Confira o trailer:

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