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Copa das Confederações: Seleção Brasileira no torneio e seu possível fim

Por Jonas Santana A Copa das Confederações é um dos mais recentes torneios organizados pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), tendo sua primeira edição oficial em 1997. Ela surgiu depois de duas edições da Copa Rei Fahd, na Arábia Saudita, quando a FIFA se tornou organizadora e realizou algumas modificações no torneio. Desde sua origem, o …

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Por Jonas Santana

A Seleção Brasileira comemorando a conquista da Copa das Confederações de 1997 (Imagem: Placar)

A Copa das Confederações é um dos mais recentes torneios organizados pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), tendo sua primeira edição oficial em 1997. Ela surgiu depois de duas edições da Copa Rei Fahd, na Arábia Saudita, quando a FIFA se tornou organizadora e realizou algumas modificações no torneio. Desde sua origem, o evento esportivo ocorria de dois em dois anos, porém, após 2005, ele passou a ser realizado de quatro em quatro anos com o objetivo de servir como teste às sedes dos mundiais. A partir de então, o calendário dos jogos sempre aconteceram no ano que antecede as Copas do Mundo.

A competição reúne as atuais seleções campeãs continentais, a campeã mundial e a do país sede. As oito seleções são divididas em dois grupos (A e B), nos quais as quatro jogam uma contra as outras. Depois de três rodadas, as duas melhores de cada grupo passam às semifinais. A que estiver em melhor posição no lado A disputa com a segunda melhor do B. As vencedoras das partidas disputam a final, e as derrotadas jogam para decidirem o terceiro lugar.

A importância desse torneio

Há uma grande desvalorização dessa competição no mundo do futebol, tanto por ser teste quanto por conter oito seleções de níveis diferentes, o que deixa o torneio desigual culminando em grandes goleadas. Foi o que aconteceu na edição de 2013, no Brasil, em que, na fase de grupos, a então campeã mundial, Espanha, goleou por 10 a 0 a seleção do Taiti, representante da Oceania.

Ao ser questionado sobre a relevância do torneio, Milton Neves, jornalista e apresentador da Rede Bandeirantes, afirma: “Para os países sede a importância é a preparação estrutural. Toda a logística acaba sendo um ‘aperitivo’ para a Copa, que é bem maior.”

Não só as sedes, mas também alguns times nacionais utilizam o torneio como teste para o Mundial, com variações de seleção para seleção. É o que diz Téo José, narrador esportivo que, com a competição deste ano na Rússia, chega a sua terceira edição da Copa das Confederações na Rede Bandeirantes: “Com relação às seleções nacionais depende muito da filosofia. (…) A Alemanha foi com um time jovem. O objetivo do Joachim Löw, técnico da Alemanha, é tirar pelo menos três ou quatro jogadores para a seleção principal e já fazer um trabalho de renovação (…) Para Portugal, por exemplo, é uma maneira de se impor como realmente uma nova força do futebol mundial depois da conquista da Eurocopa. (…) Para o time da Rússia, que é um time que tem muitas dúvidas com relação à qualidade para Copa do Mundo, é uma forma também de você testar outros jogadores, outra forma de jogar, para saber se a Rússia vai ter condições de ir longe na Copa do Mundo da sua casa.”

Brasil na Copa das Confederações

O Brasil é o país com o maior número de participações: ao todo são sete. E também está isolado com a maior quantidade de títulos (quatro). Desde o surgimento da competição, o Brasil conseguiu se classificar de diversas formas como: campeão mundial, vice-campeão mundial, campeão sul-americano e país sede.

1997

Logo em 1997, na Arábia Saudita, a Seleção Brasileira como, até então, atual campeã mundial (1994), conquistou a primeira edição do torneio após vencer por 6 a 0 a Seleção Australiana que vinha como vencedora da Copa das Nações da Oceania.

1999

Dois anos depois da primeira edição, ela tinha sido classificada como campeã da Copa América de 1997 e vice da Copa do Mundo de 1998. Após a França, campeã mundial na ocasião, ter desistido de participar, o Brasil passou a ocupar a vaga do país europeu e a Bolívia, vice do torneio sul-americano de 1997, representou o continente. A Seleção conseguiu chegar à final, mas perdeu por 4 a 3 para o México, equipe anfitriã.

2001

Na terceira edição, que ocorreu no Japão e na Coreia do Sul, o Brasil se classificou por ter vencido a Copa América de 1999. Embora tenha passado pela fase de grupos, perdeu na semifinal para a França, que se tornaria campeã do torneio, e acabou na quarta colocação, depois de perder para a Austrália na disputa pelo terceiro lugar por 1 a 0.

2003

Nesta edição, realizada na França, o Brasil retornava à competição como campeão mundial de 2002. Mas mesmo assim teve a sua pior participação, não conseguindo ao menos passar pela fase de grupos. Desta forma, a seleção anfitriã se tornou bicampeã da competição.

2005

A partir desta edição, na Alemanha, a Copa das Confederações teria sua realização de quatro em quatro anos, sempre no ano que antecede a Copa do Mundo em seu país sede. Graças a essa mudança, ela, de fato, passou a ser um evento teste. O Brasil, que vinha como vencedor do Mundial de 2002 e da Copa América de 2004, tornou-se, junto à França, bicampeão do torneio ao vencer por 4 a 1 a sua maior rival, Argentina, que tinha sido vice-campeã sul-americana em 2004.

2009

Na África do Sul, a Seleção Brasileira se classificou por ser campeã da Copa América de 2007. Ao conquistar seu terceiro título na competição em cima da Seleção dos Estados Unidos, por 3 a 2 de virada, tornou-se a maior vencedora do torneio.  

2013

Embora não tenha vencido a Copa América de 2011 ou a Copa do Mundo de 2010, o Brasil era sede do torneio e, por isso, pôde participar da competição em casa. Depois de vencer a Espanha, que era a atual campeã mundial, por 3 a 0, a Seleção conquistou seu quarto título e se distanciou ainda mais da França, única que também possui mais de um título.

Seleção Brasileira vence pela quarta vez a Copa das Confederações, só que dessa vez como anfitriã (Imagem: Top30)

A não classificação em 2017

O Brasil não conquistou a Copa América de 2015, muito menos a Copa do Mundo de 2014, e  agora não tinha mais a justificativa de ser a sede do torneio. A não classificação do time que tem o maior número de títulos e de participações só foi um espelho dos erros cometidos no passado, de acordo com José Alberto Aguilar Cortez, professor e doutor do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP): “O que aconteceu agora, de ficar ausente, é fruto de todos aqueles erros do passado, tanto os erros que não nos levaram a participar da Copa das Confederações por mérito, a última, quanto o fato de ter perdido de 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo”.

Mesmo com o fracasso dos últimos anos, Milton Neves, Téo José e Aguilar Cortez acreditam que, com o atual técnico, Tite, a Seleção pode retornar com êxito ao, ainda incerto, próximo torneio, que provavelmente acontecerá em 2021, no Catar.

Copa das Confederações da Rússia

Logotipo Oficial da Competição (Imagem: FIFA)

Em 2017, a competição completa 20 anos de seu atual formato e os países que se classificaram foram: Portugal (campeão da Eurocopa de 2016); Camarões (campeão da Copa das Nações Africanas de 2017); Nova Zelândia (campeão da Copa das Nações da Oceania de 2016); Austrália (campeão da Copa da Ásia de 2015); México (campeão da Copa Ouro da CONCACAF de 2015); Chile (campeão da Copa América de 2015); Alemanha (campeão da Copa do Mundo de 2014); e Rússia (país sede da Copa do Mundo de 2018).

Há algumas curiosidades nesta edição: nunca houvera mais de dois times de uma confederação no mesmo torneio. Isso porque, além do vencedor da Eurocopa, coincidentemente, o país sede e o último vencedor do Mundial são europeus. Na mesma edição que conta com três times europeus, outro feito inédito se destaca: dois times da Oceania se classificaram (Austrália e Nova Zelândia). Como se pôde notar, a Austrália não disputa como país da Oceania, porque, a partir de 2006, ela começou a competir pelos campeonatos asiáticos de seleções, pois seus organizadores achavam que a única forma da Seleção Australiana progredir esportivamente seria disputando campeonatos mais fortes, algo que não seria possível em seu continente.

Dentre as oito seleções participantes, três são estreantes (Chile, Rússia e Portugal) e apenas o México possui um título no torneio. Não é à toa que há grandes chances de surgir um campeão inédito nesta Copa.

O torneio começou dia 17 de junho e terá sua final dia 2 de julho.

O fim da Copa das Confederações e possíveis mudanças no futebol

Não é de hoje que a FIFA vem pensando em modificar diversas competições, sendo uma delas a Copa das Confederações. Existe a possibilidade do torneio se extinguir, e isso, segundo o professor Cortez, “tem a ver com o calendário anual de competições que estão punindo muito os times de futebol, fazendo com que os jogadores importantes fiquem ausentes de campeonatos em fases importantes”. Embora não seja uma certeza, com sua experiência, Téo José acredita que haverá sim uma mudança, porém acha necessário que haja uma nova competição: “Para interromper a Copa das Confederações, como isso se tem falado bastante, eu acho que você tem que criar outra competição parecida de seleções”.

Na edição deste ano, na Rússia, estão sendo utilizados assistentes de vídeo (eles podem interromper qualquer lance duvidoso, culminado em anulações de gols ou faltas não dadas). Há grandes chances desse novo auxílio estar presente na próxima Copa do Mundo, mas ainda não é certeza. “A comissão de arbitragem da FIFA vai se reunir para tomar uma decisão, se ela vai ser implantada também na Copa do Mundo do ano que vem”, relata Téo. O narrador crê em possíveis mudanças, mas acredita que as decisões tomadas pelos árbitros devem ser mais transparentes para todos os espectadores: “Eu sou a favor de mudanças (…) Eu acho que a gente precisa ter uma coisa mais clara para o público que está no estádio e para o público que está em casa, que aquele lance vai ser analisado ou não e que a decisão será rápida”.

Além disso, na reunião da entidade também serão discutidas outras mudanças no futebol, como relembra Téo: “A gente vai ter, em março, uma reunião da FIFA muito importante com relação às regras do futebol: (…) o que que vai mudar nas regras, se vai ter quatro substituições… Tem gente até falando em cronometrar 30 minutos por tempo, como é no basquete”.

Sandro Meira Ricci, árbitro brasileiro, foi um dos escolhidos para ser assistente de vídeo na Copa das Confederações da Rússia (Imagem: WSCOM)

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