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Bird Box: novo suspense da Netflix não supera as expectativas

O serviço de streaming Netflix apresentou no dia 21 de dezembro sua nova aposta: o filme Bird Box (2018). O suspense se passa em um mundo pós-apocalíptico em que os poucos sobreviventes devem evitar olhar para o lado de fora, pois caso ocorra, suicidam-se. Ele gira em torno de Malorie (Sandra Bullock), alternando entre cenas …

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O serviço de streaming Netflix apresentou no dia 21 de dezembro sua nova aposta: o filme Bird Box (2018). O suspense se passa em um mundo pós-apocalíptico em que os poucos sobreviventes devem evitar olhar para o lado de fora, pois caso ocorra, suicidam-se. Ele gira em torno de Malorie (Sandra Bullock), alternando entre cenas do início do caos e outras da atualidade, cinco anos depois. No começo, a mulher estava grávida, porém não tinha afeto pelo bebê esperado e nem se mostrava uma pessoa maternal. Após uma visita ao médico, Malorie e sua irmã Shannon (Sarah Paulson) notam que o que assistiram mais cedo nos noticiários havia chegado em sua cidade, e com isso, decidem fugir. Todavia, Shannon acaba sendo atraída pela força misteriosa e morre. Malorie deve então seguir sozinha, mas facilmente encontra abrigo.

Bird Box
Malorie e sua irmã em uma tentativa de fuga no momento em que o caos começava a se instaurar na cidade (Imagem: Netflix)

Nessa primeira fase, Malorie está abrigada com outros em uma residência. Nela, todos lutam por um mesmo objetivo: permanecer vivos. No entanto, a convivência faz com que eles tenham que lidar com as diferenças, dividir alimentos e trabalhar em equipe, sendo esse um dos focos da trama. Já na segunda etapa, anos após tudo ter começado, vê-se apenas Malorie e as crianças, as quais estão fugindo de algo por um rio. Logo no começo do longa, as crianças já estão sendo instruídas sobre o que fazer na jornada que terão. As regras são claras, entre elas, não tirar as vendas em hipótese alguma.

Mesmo com a boa produção e atuação impecável por parte de todo o elenco, o filme deixa a desejar em seu enredo. A história não é inovadora, considerando que a Netflix possui séries com premissas similares, como A Chuva (The Rain, 2018) e O Nevoeiro (The Mist, 2018). Apesar da tentativa em focar no drama maternal de Malorie e na resistência dos outros personagens, diversos pontos são deixados em aberto, como a origem do transtorno instaurado e o motivo pelo qual alguns indivíduos não são diretamente “afetados”.

Além disso, há um salto temporal extremamente grande. Passa-se a sensação que tal período não existiu ou que apenas não surgiram dificuldades durante o mesmo. O que foi feito nesse meio tempo? Como sobreviveram? Como criaram duas crianças naquela situação? Várias questões que acabam sendo feitas com o passar das cenas, todas sem respostas.

O final é previsível, porém, causa certa comoção. Malorie finalmente demonstra seu vínculo com os pequenos e dá a eles a chance de viver, após anos sobrevivendo. Também não são necessárias grandes explicações para a última cena, pois o desfecho fica explícito na passagem.

Sobre o nome Bird Box, traduzido do português para “caixa de pássaros”, explica-se devido ao aviso feito pelas aves quando algo negativo está para acontecer. Os pássaros podiam sentir a presença da “coisa” e se agitavam, o que incentivou Malorie a andar sempre com os animais.

Tanto a sinopse quanto as propagandas feitas fazem com que o público espere por algo que não existe. Bird Box é um filme razoável, porém não supera as expectativas e decepciona.

Trailer:

por Carolina Fioratti
carolinafioratti@usp.br

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