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‘Operação Natal’ é o clichê divertido e envolvente certo para entrar no clima natalino

Com Chris Evans e The Rock, novo filme relembra a magia infantil com cenas de ação impressionantes, pitadas de ironia e vilões mitológicos
Por Aline Noronha (alinenoronha@usp.br)

Neste ano, não haverá Natal – ao menos não como é conhecido popularmente. Desta vez, serão as crianças malvadas que receberão presentes para serem punidas eternamente. Isso é o que Jack O’Malley (Chris Evans) e Callum Drift (Dwayne Johnson, The Rock) tentam evitar após o sequestro do Papai Noel no filme Operação Natal (Red One, 2024). Na exímia comédia que já está nos cinemas, o Natal pode ser arruinado repentinamente por uma vilã metamorfa que busca ressignificar essa data.

O protagonista Jack O’Malley é um mercenário que hackeia pessoas e informações na web em troca de dinheiro. Tudo estava normal em mais um de seus trabalhos para clientes secretos, até que a chefona do mundo mitológico, Zoe (Lucy Liu), o sequestra e o coloca a par do desaparecimento do Papai Noel. Contrariado por não acreditar plenamente nessa fantasia natalina, Jack entra nessa missão com o intimidador Callum, agente da E.L.F. (Extremamente Grande e Fortão) – o sistema de segurança e logística do Polo Norte.

O Papai Noel é interpretado por J.K. Simmons, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash, 2015) [Imagem: Divulgação/Warner Bros]

Sob a direção de Jake Kasdan, Operação Natal é uma comédia com ação que busca de um jeito inusitado relembrar o espírito natalino aos personagens desacreditados, mas também ao público. Por meio de bom humor e resoluções de conflitos surpreendentes, o telespectador desde o início mergulha em um universo mágico, onde fantasia e realidade são separados apenas por uma linha tênue.

O Natal nunca foi tão descolado

O filme utiliza clichês comuns na construção do herói e do anti-herói. O primeiro é Cal, um personagem sério, comprometido com a missão e com habilidades físicas invejáveis, que estava desacreditado no espírito fraternal do mundo e queria sair do emprego por isso. Já Jack é um personagem de humor duvidoso e irônico que não consegue ver seu próprio potencial e, desde a infância não acreditava em Papai Noel (ou Das Neves, que é o seu codinome dublado).

Se existem clichês é por um motivo: eles funcionam, e em Operação Natal não foi diferente. Na história, há uma inversão das opiniões comuns, o que é estranho é não acreditar na mística em torno deste feriado, com suas renas voadoras e sua magia tão presente no imaginário infantil. O Das Neves realmente visita cada casa do mundo em 24 horas, entregando os presentes desejados pelas crianças e, no caminho, brinquedos como carrinhos da Hot Wheels e robôs podem se tornar verdadeiras armas de combate.

Jack O’Malley serve com um alívio cômico aos momentos breves de tensão que não se escalonam para algo tão violento ou sério demais [Imagem: Divulgação/Warner Bros]

Além de reforçar as tradições natalinas, o filme oferece um toque de criatividade ao mostrar que o Papai Noel é um idoso que treina frequentemente para entregar presentes em grande estilo – ele desce do trenó em rapel e pula de chaminé em chaminé. Também evidencia a fábrica sistematizada no Polo Norte, onde cada presente é feito de forma personalizada e os trabalhadores, elfos e não duendes, são divididos entre funções específicas, como o especialista em fazer laços.

Mais uma vez, Chris Evans e Dwayne Johnson entregaram uma atuação de alto nível, autêntica e natural que pôde dar vida aos seus personagens, juntamente com veracidade para tudo que estava acontecendo, desse modo, trazendo o público para dentro do mundo representado de modo rápido. A mistura entre elementos reais e animações cinematográficas (por exemplo, em faunos e no urso polar Garcia), traz o ar fantástico do filme e, com isso, a sensação de imprevisibilidade que fisga a atenção do telespectador.

Para entrar no clima natalino em novembro

Com o passar do tempo de tela, o longa busca reforçar a ideia do emocionante primeiro diálogo de Cal e Das Neves: todos os dias, as escolhas pequenas e grandes são possibilidades de ser uma boa pessoa. Pelo anseio de recuperar a fé nas relações humanas, o arco dos personagens se desenvolve a cada desafio e aprendizado que são submetidos.

Jack percebe a importância de suas ações e da magia em acreditar na bondade como um estilo de vida. Ao notar que o mundo ainda pode ser um lugar melhor (e o Natal contribui efetivamente para isso), Cal, que havia perdido a sensibilidade de ver a criança interior nos adultos, recupera o seu dom e por consequência seu desejo de continuar protegendo o Das Neves.

O filme, roteirizado pelo estadunidense Chris Morgan, também contém pitadas de drama familiar [Imagem: Divulgação/Warner Bros]

Por ser uma produção norte-americana, a alfinetada na China não poderia faltar. Quando o Papai Noel visita as casas, ele come todos os biscoitos, mas o desse país especificamente ele pega e em seguida coloca novamente no prato através de um movimento sutil que pode passar despercebido. Já quando o vermelhinho passa pelo Brasil, o estereótipo nacional é fortalecido com o Cristo Redentor e o presente da criança sendo uma bola de futebol.

Apesar de recuperar a ótica infantil, a classificação indicativa para maiores de 12 anos deve ser respeitada. Os efeitos especiais para representar vilões e as cenas de ação exploram o terror e são inadequados para crianças. 
O filme cumpre sua proposta como entretenimento e produto de maneira eficiente, durante um pouco mais de duas horas o público é surpreendido ao ver que os seus pensamentos de sua infância estão em um telão. Só que dessa vez, com pitadas de ironia e a promessa de que a vida adulta pode ser melhor por meio da empatia, bondade e fraternidade.

Operação Natal já está nos cinemas. Confira o trailer:

Imagem de capa: Divulgação/Warner Bros

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