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O que toca na Sala 33: O som do orgulho

Uma seleção de músicas que relatam e celebram o amor e a luta pela liberdade
Montagem que tem a bandeira LGBTQIAPN+. Na frente e da esquerda para a direita, Chappell Roan, Jão e
Por Ana Luisa Benedito (analuisapb@usp.br) e Isabel Sampaio (isabel.sampaio@usp.br)

Junho é conhecido como o mês do orgulho LGBTQIAPN+, mas as comemorações das conquistas e da resistência dessas pessoas ocorrem durante o ano todo. Na madrugada do dia 28 de junho de 1969, policiais nova-iorquinos realizaram uma batida ao bar Stonewall Inn — um dos pontos de encontro gay mais conhecidos da cidade. Rondas como essa eram comuns para controle da venda de bebidas alcoólicas sem licença, mas a operação feita no Stonewall Inn utilizou da violência para abordar funcionários e frequentadores sem quaisquer motivos. 

A conduta uniu uma multidão que protestou por dias na região do bar, o que deu origem a manifestações e passeatas que denunciavam a violência à comunidade LGBTQIAPN+, além de marcar as primeiras organizações do movimento. 

Com o passar dos anos, a luta por direitos, igualdade e respeito passou a crescer e, com isso, muitos artistas começaram a usar sua voz como ferramenta de resistência. Através de composições e performances, nomes do meio artístico mostraram e mostram ao mundo que ser quem são não é motivo de medo, mas sim de orgulho. Dessa forma, transformaram a música em uma fonte de refúgio e representatividade para pessoas que precisavam perceber que eram vistas. 

A presença de artistas assumidos como LGBTQIAPN+ e o apoio de outros nomes fez com que estigmas passassem a ser quebrados e novas vozes — que antes só funcionavam como backing vocal — começassem a ganhar espaço na sociedade. Mas dentre todas as músicas adotadas pela comunidade, qual é a mais emblemática?

Os repórteres e diretores da Jornalismo Júnior responderam a essa pergunta com uma playlist que celebra o orgulho. As escolhas vão dos clássicos atemporais às revelações dos campos internacional e nacional. Confira os destaques da nossa seleção:

1. Pink Pony Club, Chappell Roan (2020)

Nascida no interior dos Estados Unidos e criada em uma família religiosa, Kayleigh Rose Amstutz, mais conhecida como Chappell Roan, teve que lidar com as dificuldades de sentir sua verdadeira identidade reprimida. Na 11º faixa de The Rise and Fall of a Midwest Princess (2023), seu álbum de estreia, a cantora utiliza um lugar metafórico (o Pink Pony Club) como representação de um espaço seguro para ser quem é. 

Apesar de fazer parte de The Rise and Fall of a Midwest Princess, a canção foi lançada alguns anos antes, em 2020, mas como não teve o desempenho esperado no lançamento, a cantora chegou a ser desligada da sua antiga gravadora, a Atlantic Records. Mas, para a surpresa de quem tomou a decisão, a música fez sucesso e Chappell realizou uma performance dela no Grammy 2025 que agitou as redes sociais, além de ganhar o prêmio de Artista Revelação.

Através da construção de uma narrativa sobre autodescoberta, Pink Pony Club expressa o encontro da artista consigo mesma e encoraja a autoaceitação. Chappell Roan — assumida lésbica e com estética inspirada em drag queens — consolidou-se como um nome importante do pop internacional e de representatividade para a comunidade.

2. Love of My Life, Queen (1975)

Composta por Freddie Mercury em 1975, a nona faixa do A Night at the Opera (1975), quarto álbum de estúdio da banda de rock britânica Queen, é um sucesso atemporal. 

À primeira vista, Love of My Life representa uma declaração do vocalista para Mary Austin — sua amiga íntima e “quase esposa”. Mas há quem acredite que, na verdade, a canção foi escrita para David Minns, executivo da Elektra Records e primeiro namorado de Mercury. Os dois começaram a se relacionar em 1975, quando o álbum estava em produção. A relação não era exposta ao público, mas ambos trocavam cartas com mensagens amorosas durante viagens a trabalho.

Não é possível afirmar para quem a música realmente foi dedicada, mas entre o romance e a melancolia do relato de um término, a composição conquistou o público, fez sucesso nas rádios e nos shows da banda. 

3. Meninos e Meninas, Legião Urbana (1989)

A música do álbum As Quatro Estações, lançado em 1989 pela banda de rock brasileira, foi composta por Dado Villa-lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo e trata-se de um clássico da representatividade nacional.

No decorrer de Meninos e Meninas, temas como autodescoberta e aceitação da identidade são explorados a partir do ponto de vista de um jovem deslocado e confuso. Durante o refrão, o narrador afirma gostar de lugares — que também são nomes de santos — como São Paulo e São Sebastião e também de meninos e meninas, passagem que evidencia que seu amor independe do gênero. Em paralelo, a faixa aborda uma possível desilusão amorosa e o preconceito sofrido pelo eu lírico, cuja missão é encontrar o seu lugar em uma sociedade caótica. Além disso, fãs especulam que a canção trata de experiências vividas pelo vocalista Renato Russo, que comunicou fazer parte da comunidade LGBTQIAPN+.

4. Forrest Gump, Frank Ocean (2012)

O cantor e compositor Frank Ocean, iniciou sua carreira como escritor-fantasma — profissional contratado para escrever a outras pessoas — para artistas como Justin Bieber e Beyoncé, e somente mais tarde, obteve sucesso com sua própria mixtape de estreia intitulada Nostalgia, ULTRA (2011). A 16º faixa do seu primeiro álbum de estúdio, channel ORANGE (2012), foi nomeada de Forrest Gump.

A interpretação mais comum do significado da música é a de que o eu lírico assume o papel de Jenny, personagem feminina e interesse romântico do herói Forrest Gump no filme Forrest Gump – O Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994). A análise indica que o autor representa a personagem porque, na época de seu lançamento, revelou através de uma carta que seu primeiro amor havia sido um homem que o decepcionou. Através de metáforas, é possível compreender que, assim como o protagonista da obra cinematográfica, o homem da canção foge do artista — que desiste dos seus sentimentos.

5. Girls Like Girls, Hayley Kiyoko (2015)

Com a música Girls Like Girls, a cantora Hayley Kiyoko se assumiu lésbica para o público em 2015. Através de um videoclipe que ela mesma dirigiu, a artista decidiu superar as incertezas em nome da celebração do amor queer.

A quarta faixa do álbum This Side of Paradise (2015) desafia normas de gênero e propõe uma igualdade em todas as formas de amar. O eu lírico declara com orgulho que não há nada novo em uma mulher que ama outras mulheres e que elas são livres para isso. A música se tornou popular por incentivar as ouvintes a serem elas mesmas, enquanto resistem a padrões sociais heteronormativos.

Confira a seleção completa da playlist “O que toca na Sala 33: O som do orgulho”:

1. Pink Pony Club, Chappell Roan — indicada por Isabella Lopes (diretora do Sala33)

2. ⁠Girls & Boys, Blur — indicada por Letícia Longo (Cinéfilos e Assessoria)

3. Meninos e Meninas, Legião Urbana — indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

4. Boys Will Be Bugs, Cavetown — indicada por Isabella Lopes (diretora do Sala33)

5. Only for the brave, Louis Tomlinson — indicada por Louisa Harryman (diretora de Eventos)

6. Homens e Mulheres, Angela Ro Ro e Ana Carolina — indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

7. ⁠Azul, Gal Costa — indicada por Louisa Harryman (diretora de Eventos)

8. I Kissed a Girl, Katy Perry — indicada por Beatriz Sandoval (Mídias e Sala33)

9. ⁠Equal Sign, J-Hope — indicada por Júlia Sardinha (Presidente da Jota)

10. Juna, Clairo — indicada por Beatriz Sandoval (Mídias e Sala33)

11. Insista em Mim, Ana Frango Elétrico — indicada por  Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

11. Girls like Girls, Hayley Kiyoko — indicada por Malu Vieira (diretora de Mídias)

12. Flutua, Johnny Hooker — indicada por Patrícia Rodrigues (J. Press e Audiovisual)

13. Born This Way, Lady Gaga — indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

14. As Passivas Reinam, Rian Zick — indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

15. Make Me Feel, Janelle Monáe  — indicada por Leticia Yamakami (diretora do Cinéfilos)

16. Chanel, Frank Ocean  — indicada por Leticia Yamakami (diretora do Cinéfilos)

17. Queer, Brockhampton  — indicada por Leticia Yamakami (diretora do Cinéfilos)

18. Brasileirinhas Cunty, Irmãs de Pau  — indicada por Leticia Yamakami (diretora do Cinéfilos)

19. Material, Sophie  — indicada por Leticia Yamakami (diretora do Cinéfilos)

20. Meninos e Meninas, Jão  — indicada por Giulia Polizeli (diretora de Eventos)

21. Dancing Queen, ABBA — indicada por  Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

22. ⁠End of the World, Miley Cyrus — indicada por Louisa Harryman(diretora de Eventos)

23. ⁠Run Away With Me, Carly Rae Jenpsen — indicada por Leticia Longo (Cinéfilos e Assessoria) 

24. Sofia, Clairo — indicada por Isabela Nahas (diretora de Audiovisual)

25. ⁠Believe, Cher — indicada por Pedro Lukas Costa (Sala33 e Comunicação Visual)

26. ⁠Rush, Troye Sivan — indicada por Pedro Lukas Costa (Sala33 e Comunicação Visual)

27. Gimme! Gimme! Gimme!, ABBA — indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)

28. ⁠Bad Idea, Girl in red — indicada por Pedro Henrique de Santana (J. Press e Assessoria)

29. Applause, Lady Gaga — indicada por Gustavo Santos (Cinéfilos e Mídias)

30. This Hell, Rina Sawayama — indicada por Maria Eduarda Oliveira (diretora do Cinéfilos)

31. ⁠Vogue, Madonna — indicada por Matheus Andriani (Sala33 e Eventos)

32. ⁠Deeper and Deeper, Madonna — indicada por Pedro Lukas Costa (Sala33 e Comunicação Visual)

33. Marry the Night, Lady Gaga — indicada por Pedro Lukas Costa (Sala33 e Comunicação Visual)

34. Lésbica Futurista, GA31  — indicada por Gustavo Santos (Cinéfilos e Mídias)

35. Love of My Life, Queen — indicada por Bernardo Medeiros (Cinéfilos e Audiovisual)

36. I’m Coming Out, Diana Ross — indicada por Gabriela Santos (J. Press e Mídias)

37. I Want to Break Free, Queen — indicada por Gabriela Santos (J. Press e Mídias)

38. ⁠Pink + White, Frank Ocean — indicada por Beatriz Sandoval (Mídias e Sala33)

39. Good Luck, Babe!, Chappell Roan — indicada por Beatriz Sandoval (Mídias e Sala33)

40. Girls, Girl in red — indicada por Fernando Silvestre (Sala33 e Eventos) 

41. Tempos de Glória, Jão  — indicada por Fernando Silvestre (Sala33 e Eventos) 

42. ⁠i wanna be your girlfriend, Girl in red — indicada por Aline Noronha (diretora de Mídias)

43. Lindo Demais, Jão  — indicada por Aline Noronha (diretora de Mídias)

44. ⁠we fell in love in october, Girl in red  — indicada por Aline Noronha (diretora de Mídias)

45. Boyfriend, Dove Cameron — indicada por Malu Lima (Laboratório e Audiovisual)

46. Toda Forma de Amor, Lulu Santos — indicada por Gabriela Braga (Sala 33)

47. Que estrago, Letrux — indicada por Gabriela Braga (Sala 33)

48. Princesa, Carne Doce — indicada por Gabriela Braga (Sala 33)

49. I Will Survive, Glória Gaynor — indicada por Gustavo Santos (Cinéfilos e Mídias)

50. Take me to Church, Hozier — indicada por Luiz Dias (diretor de Assessoria)

51. Robocop Gay, Mamonas Assassinas — indicada por Luiz Dias (diretor de Assessoria)

52. ⁠Religião, Jão — indicada por Ana Julia Oliveira (Cinéfilos e Comunicação Visual)

53. ⁠Mulher Homem Bicho, Ana Frango Elétrico — indicada por Ana Julia Oliveira (Cinéfilos e Comunicação Visual)

54. ⁠Forrest Gump, Frank Ocean — indicada por Ana Julia Oliveira (Cinéfilos e Comunicação Visual)

55. ⁠Lights Up, Harry Styles — indicada por Ana Julia Oliveira (Cinéfilos e Comunicação Visual)

56. Wish You Were Sober, Conan Gray — indicada por Ana Julia Oliveira (Cinéfilos e Comunicação Visual)

57. Lunch, Billie Eilish — indicada por Heloisa Falaschi (Sala33 e Assessoria)

58. Guess, Charli XCX (feat. Billie Eilish)  — indicada por Heloisa Falaschi (Sala33 e Assessoria)

59. King for a day, Green Day — indicada por Heloisa Falaschi (Sala33 e Assessoria)

60. Bobby Sox, Green Day — indicada por Heloisa Falaschi (Sala33 e Assessoria)

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