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‘Abigail’ entrega muito sangue e vilã cativante

O filme conta a história de um grupo de criminosos e uma menina de 12 anos com muita sede de sangue
Bailarina Abigail com olhar inocente e uma saia ensanguentada

Por Maria Clara Ramos (mariaclarasr@usp.br)

Um grupo de criminosos recebe a tarefa de raptar uma jovem bailarina de 12 anos e vigiá-la pelas 24 horas seguintes, cobrando 50 milhões de dólares pelo resgate. Inicialmente o crime parece muito simples, mas para a surpresa dos sequestradores, o plano não ocorre como o esperado, e eles logo descobrem que a garota é uma vampira atrás de suas próximas vítimas. Preso com o monstro, o grupo deve tentar sobreviver aos ataques de Abigail e encontrar uma saída do local o mais rápido possível.

A produção da Universal Pictures chega aos cinemas com a promessa de ser a mais sangrenta dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, nomes com experiência no universo do terror. A dupla ganhou notoriedade por seu trabalho em Casamento Sangrento (Ready or Not, 2019) e nos capítulos mais recentes da icônica franquia slasher Pânico (Scream).

Melissa Barrera, que também atua em  Pânico 5 e Pânico 6, está entre os protagonistas de Abigail (2024), numa performance próxima de suas outras participações no gênero. A familiaridade do elenco com as cenas sangrentas não termina aí, já que o longa também tem entre seus atores principais Kathryn Newton, atriz que estrela Freaky: No Corpo de um Assassino (Freaky, 2020) e Lisa Frankenstein (2024), filmes que combinam clichês do terror com a comédia. Os outros criminosos são interpretados por William Catlett, Dan Stevens, Kevin Durand e Angus Cloud, ator que faleceu em 2023.

Melissa Barrera dá a vida à destemida Joey em Abigail
Melissa Barrera dá a vida à destemida Joey em Abigail [Imagem: Reprodução /X/Mund0CineTV]

Já quem encarna a antagonista sanguinária do longa é Alisha Weir, que desempenha muito bem um papel diferente de suas performances anteriores, como a inocente protagonista de Matilda: O Musical (Roald Dahl’s Matilda The Musical, 2022). Abigail é uma vilã cheia de personalidade, com o cinismo e a crueldade característicos de todo bom psicopata do terror. As cenas com coreografias de ballet arrepiam com a frieza da personagem somada a uma trilha sonora dramática. A aposta do roteiro em um monstro com a aparência de uma menina de 12 anos funciona, contribuindo para a surpresa inicial do filme e ainda sim garantindo uma presença verdadeiramente ameaçadora no longa.

A caracterização da atriz Alisha Weir é autêntica e contribui com o aspecto fatal da personagem
A caracterização da vampira é autêntica e contribui com o aspecto fatal da personagem [Imagem: Reprodução/Youtube/Universal Pictures Brasil]

Os diálogos da trama são recheados de referências a sucessos da cultura pop, incluindo menções a outros sugadores de sangue famosos do audiovisual, como os protagonistas de True Blood (2008) e A Saga Crepúsculo (The Twilight Saga, 2008). O filme reconhece que apresenta um inimigo já muito conhecido nas narrativas de terror, e mostra os criminosos tentando aplicar seus conhecimentos prévios sobre vampiros que, assim como o espectador, adquiriram por meio das histórias vampirescas mais populares das últimas décadas.

No entanto, a estratégia do grupo na luta por sua sobrevivência não tem sucesso inicial, mostrando que Abigail possui um universo próprio, e apresenta uma vampira com uma combinação ímpar de habilidades e fraquezas. A mitologia do longa é uma mistura inteligente entre momentos surpreendentes e a utilização de conceitos com os quais o público está familiarizado e, portanto, não requerem explicação no roteiro de Guy Busick.

A construção de tensão nas cenas do filme é por vezes repetitiva, o que é corriqueiro nos famigerados jumpscares do gênero, mas as múltiplas reviravoltas na narrativa não permitem que o longa se torne previsível. O suspense nunca sai totalmente de cena, numa trama que apresenta grandes revelações até seus últimos minutos e protagonistas que agem com extrema desconfiança durante quase toda a história.

A falta de entrosamento do grupo de criminosos traz também momentos de comicidade ao filme, com tiradas sarcásticas e falas impacientes impulsionadas pelo contexto de vida ou morte em que se encontram. Apesar de suas diferenças, são forçados a tentar achar uma solução em conjunto para um problema que ninguém seria capaz de resolver sozinho. Com o desenrolar da narrativa, detalhes pessoais sobre os membros são revelados, o que aproxima o público de algumas de suas histórias e gera raros momentos de empatia entre os sequestradores, que apresentam certas experiências em comum.

A maioria das cenas se passa na casa em que os protagonistas estão trancados, que é explorada a fim de encontrar recursos que possam ser úteis na missão de saírem com vida daquela situação. A enorme residência conta com cenários estilosos, que indicam os possíveis segredos que o ambiente esconde, e longos corredores presentes nos momentos frenéticos de perseguição durante o filme. A fotografia traz visuais aterrorizantes de tirar o fôlego, e intensifica a tensão presente nos instantes mais agonizantes do longa.

A produção não poupa o uso de sangue nas violentas cenas de Abigail
A produção não poupa o uso de sangue nas violentas cenas de Abigail [Imagem: Reprodução/Youtube/Universal Pictures Brasil]

Abigail é uma produção para os que têm estômago para o gore, mas pode conquistar até aqueles que não são fãs do gênero, com diálogos que tiram risadas do público e um final curioso e eletrizante. A dupla formada por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett consegue mais uma vez trazer às telonas um filme de identidade própria a partir do estilo característico dos diretores.

O filme já está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer abaixo:

*Imagem da capa: Divulgação/Universal Pictures

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