Jornalismo Júnior

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Amor e Outras Vírgulas – Prazer, eu sou a Thalita, e eu amo meu querido, Leonardo

Amizades da adolescência que se descobriram no amor após uma série de peças que só o destino é capaz de pregar

Sabe aquelas amizades tão antigas e frequentes do nosso dia a dia que nem nos damos conta do quanto são importantes? Ele era assim para mim. 

Mas calma! 

Digo “era”, pois hoje nossa amizade evoluiu para um namoro. Fiquem tranquilos, ele não morreu. 

Entretanto, confesso que precisou que nós ficássemos distantes por causa de uma pandemia global e que ele sofresse um acidente de carro, o qual, aí assim, o colocou em um situação de vida ou morte, para eu perceber que gostava demais desse garoto, mas não se engane! Só isso não foi o suficiente para eu aceitar o pedido de namoro dele. Ainda precisou que uma senhorinha, supostamente vidente, nos parasse no meio da Liberdade para contar sobre nosso futuro juntos. 

Enfim, meu nome é Thalita e essa é a história que vou contar para os meus dois filhos com o Leonardo, caso a previsão da Dona Vera seja verdade. Hoje, 28 de dezembro de 2022, 4 anos de amizade se tornam 4 meses de namoro. 

Amizade 

Léo não era meu melhor amigo. Na verdade, nós nem éramos tão próximos assim, embora nos conhecêssemos desde os 14 anos. Nós tínhamos amigos em comum e saímos todos juntos, mas não éramos tão íntimos. Mas aí veio a pandemia e ficamos 2 anos praticamente sem contato. Até que em 2022, com a pandemia já controlada, nós voltamos a nos ver cada vez mais até que saiu um beijo. Um só, uma única vez. Um mísero beijo foi o suficiente para eu me apaixonar pelo meu amigo nem tão próximo, mas muito frequente e, como percebi no próximo acontecimento, muito importante. 

Foi durante esse primeiro momento de paixão que eu descobri que o Léo tinha sofrido um acidente grave de carro. Ele ficou cerca de 3 semanas no hospital e precisou fazer diversas cirurgias durante e depois da estadia no centro médico. Tinha sido só um beijo, não era nada sério como um namoro, mas mesmo assim, quando eu descobri o que tinha acontecido, chorei sem parar por dias. Então, eu percebi que a nossa amizade distante se tornou um sentimento maior do que eu gostaria de admitir. Por isso, combinei comigo mesma que, assim que ele saísse do hospital, eu investiria na nossa relação, mesmo que isso significasse levar um fora. 

A fase do romance

Por esse subtítulo, devem imaginar que eu não levei um fora, mas posso dizer que demorou para ele perceber o que eu realmente queria. Joguei alguns flertes e dei em cima dele por meses até ele perceber que eu desejava mais do que aquele mísero beijo. Claramente, nós dois precisamos de um tempo para entender sinais. 

Assim que começamos a sair com uma intenção diferente do que só amizade, tudo parecia muito perfeito para ser verdade. A realidade é que talvez eu não estivesse acostumada com essa sensação. Tivemos só quatro encontros, mas foram o suficiente, afinal, antes deles existiram quatro anos de convívio como amigos. Acredito que quatro pode ser um número importante para nós e que o tempo não é muito relevante quando se trata de sentimentos.

Já contei que eu estava encantada por ele desde o nosso primeiro beijo, mas ele também não estava muito diferente. O pai dele, meu sogro, me contou que no dia anterior a um dos nossos encontros, ele passou a noite vomitando e passando mal do estômago, mas ele não me contou para não cancelar nosso encontro. Tudo bem. Eu entendo que tem algo de problemático nisso, uma vez que ele colocou sua saúde em risco, considerando toda a questão pós acidente, mas também não posso negar a fofura dele ao evitar me contar, porque queria sair comigo. E spoiler: essa não vai ser a última loucura que ele fará por nós dois. 

No nosso terceiro encontro, eu não sabia como ele se sentia em relação a mim e a nossa relação, por isso, perguntei se ele realmente gostava de mim. Eu queria muito saber como ele se sentia, porque eu já sabia que estava completamente apaixonada e gostaria que nossa relação fosse recíproca, é claro! E ele me surpreendeu ao dizer: 

— Por mim, eu te pediria em namoro agora.

E foi aí que eu surtei. Embora quisesse saber os sentimentos dele, não esperava que fossem assim, tão repentinos. Não tive tempo para pensar, então, fiz a coisa mais lógica a se fazer: 

Me tranquei em casa.

Tudo bem, talvez não tenha sido a mais lógica, afinal eu já sabia que gostava dele. Mas namorar? Não sabia se estava pronta para isso. Assim, tive que pensar sobre o assunto. 

Então, uma semana se passou e, mesmo com a minha reação assustada à uma proposta de namoro, ele aceitou sair da cidade onde ele estudava até a minha cidade, uma viagem de cerca de três horas – mesmo que tivesse aula no mesmo dia –- para ir à uma festa universitária de origem duvidosa, apenas porque eu ia. 

E eu só conseguia pensar que ele era doido. Quem em sã consciência faz uma coisa dessas para uma menina que ficou desesperada com um possível pedido de namoro? 

Mas acredito que ele claramente não estava consciente este dia, talvez dominado pelo sentimento da paixão, porque, na festa, ele teve uma dor de cabeça horrível e dormiu durante todo o rolê, mesmo com a música super alta. Na verdade, ele até aproveitou um pouco do começo, uma vez que nos beijamos até que demais, minhas amigas que o digam. Mas para quem tinha se apaixonado com um mísero beijo, poder beijá-lo mais vezes foi ótimo. Mais uma loucura dele que me deixou preocupada, mas também amoleceu um pouco mais do meu coração. 

A Vidente da Liberdade – Nome de uma revolucionária? Não, apenas Dona Vera

No mesmo final de semana dessa festa, com ele já descansado, resolvemos ir até o bairro da Liberdade em São Paulo. Assim como a maioria das coisas em nosso relacionamento, houveram diversas aleatoriedades nesse nosso passeio. Para começar, nos sentamos ao lado de um rapaz fazendo um cosplay de um samurai. Até aí tudo bem, como o bairro estava cheio, não tínhamos muitas opções de lugar para sentar e saborear nossa comida. Mas as coisas começaram a ficar interessantes quando uma garotinha, com seus cinco anos, deixou uma moeda para o samurai e recebeu uma mensagem de sorte, parecida com as presentes nos biscoitos chineses

Sim, igual aquele filme, conhecido como Sexta-Feira Muito Louca (2003). Se não tivesse acontecido em um domingo, diria que existem similaridades até no título. Afinal, além da semelhança nos biscoitos chineses, essa história também tem um toque de magia. Entretanto, confesso que não sei se posso chamar a previsão de Dona Vera de mágica, uma vez que precisaria de alguns anos para comprová-la como verdadeira. 

Após observar a menininha, Léo teve vontade de receber uma mensagem também e por isso deixou uma moeda. O cosplay de samurai foi gentil e nos deu duas mensagens, uma para cada. 

Infelizmente, nesse momento fomos inimigos do amor, pois esquecemos completamente o que diziam nossas mensagens e ele ainda jogou fora a dele. Fala sério! Afrodite deve estar triste. Mas é aí que surge a Dona Vera, uma senhorinha muito falada por mim aqui. Isso porque ela foi um fator essencial para eu perceber que queria namorar o Léo. Talvez ela seja nossa Afrodite.

Quando ele estava prestes a ler a sua mensagem, essa senhora idosa, que estava sentada no banco atrás de nós, riu. Primeiramente, ela perguntou o que a mensagem dizia e assim que ele contou, ela riu novamente.  

— Essas mensagens são muito genéricas. Deixa eu dar uma mais assertiva. Vira o seu rosto para eu te ver melhor, 

Então, ela começou dizendo que ele esteve muito cansado e nervoso nos meses passados. Imagina se ela soubesse que há duas noites, ele tinha caído de cansaço durante uma festa universitária. 

Continuando, ela ainda disse que ele teve “pé quente”, ou seja, teve sorte, e que ele ainda ia se dar muito bem na vida. Como futura esposa dele, segundo palavras da Dona Vera, agradeço essa última colocação. 

Por falar em casamento, logo em seguida, ela me perguntou se eu e o Léo éramos casados. Confesso que nessa hora me segurei para não rir. Ela estava muito séria e, provavelmente, não iria gostar que eu risse da pergunta dela. Apenas respondi que não. 

Para nossa surpresa, ela disse que um dia seríamos casados. Ela nos falou que éramos muito apaixonados, mas orgulhosos para admitir. Senti o gostinho da indireta nessa última afirmação dela. Além disso, para finalizar, teríamos dois filhos, um menino e uma menina. Assim, formaríamos uma família de quatro pessoas. Olha aí esse número aparecendo novamente. 

Ela ainda nos contou que seu nome era Dona Vera e que nos lembraríamos dela, uma vez que ela já havia acertado diversas previsões na vida de outras pessoas. Confesso que será difícil se esquecer da Dona Vera, principalmente se a fala dela estiver correta em um futuro nem tão distante. 

Saímos da Liberdade ainda constrangidos com as falas da senhorinha, mas assim como previsto por ela, não consegui esquecê-la em um primeiro momento e, por isso, perguntei ao Léo se a ideia do nosso namoro ainda estava de pé. 

Acredito que o final já está óbvio para o leitor, visto que comecei esse texto falando sobre como ele passou de meu amigo para meu namorado. Mas acho importante salientar que uma previsão da Dona Vera é possível já confirmar. Eu e o Léo estamos apaixonados e foi realmente difícil para nós dois admitirmos. Mais difícil para mim, mas tudo bem. 

A lição que se pode levar, é que o destino se encarregou de formar esse casal, eu e o Léo, quando nós dois estávamos prontos. Durante quatro anos, ele sempre esteve ali, mas ainda não era para ser. Depois de quatro encontros, eu já sabia que estava apaixonada, mas ainda não sabia se estava pronta para namorar. Após uma previsão com uma família de quatro pessoas, me fez ver que sim, aquele era o momento para namorar esse garoto. Por fim, hoje completamos quatro meses de namoro, e eu, finalmente, entendo essas peças que o destino pregou na nossa história. 

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