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O Rei do Futebol para além dos campos: aparições do Pelé na cultura nacional e internacional 

Edson Arantes do Nascimento tornou-se uma inspiração para diversos ramos artísticos

No dia 29 de dezembro de 2022, o mundo se despediu de Pelé. Como uma vez foi dito pelo então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, o nome do jogador dispensa apresentações, uma vez que todos sabem quem é Pelé. Conhecido como o “Rei do Futebol”, o mineiro trouxe maior visibilidade para a Seleção Brasileira após conquistar três taças de Copas do Mundo, em uma época em que o futebol brasileiro não era internacionalmente valorizado. Pelé também foi o principal responsável para que o Brasil ficasse conhecido como o “País do Futebol”. 

Como um grande jogador, Pelé também foi um nome muito ligado à cultura da nação e de outros países. Ele se tornou o ídolo de ídolos como os Beatles e do vocalista da banda Rolling Stones, Mick Jagger

Aqui está parte do legado que o “Rei do Futebol” deixou para a cultura nacional e internacional: 

Pelé nos quadrinhos: Pelezinho e Blue Lock 

Pelezinho foi um dos personagens do quadrinista Mauricio de Sousa na década de 1970. Amigo de Pelé, o autor conta que se tornava mais próximo do jogador conforme ouvia suas histórias de infância, as mesmas que inspiraram o personagem. Em decorrência desse contato, foram lançadas 66 edições sobre a história de Pelé, contada por meio das aventuras de Pelezinho. 

Nos últimos anos, Pelé também foi lembrado no cenário internacional dos quadrinhos. Blue Lock, mangá de Muneyuki Kaneshiro, que já conta com adaptação em anime, trata sobre jovens centroavantes selecionados para um treinamento intenso cujo objetivo é fazer o Japão ganhar uma Copa do Mundo. Pelé é citado como uma das grandes inspirações para os personagens, junto de outros grandes nomes do futebol. 

A história de superação contada no mangá ainda não acabou. Blue Lock é lançado desde 2018. [Imagem: Divulgação/Panini]


Pelé na moda 

Em parceria com a marca Roots of Fight, Pelé lançou uma coleção de roupas inspirada em sua própria história e trajetória. Outros ícones mundiais, como a escritora Maya Angelou e o boxeador Muhammad Ali, também tiveram coleções exclusivas desenvolvidas pela marca. As peças do Rei do Futebol foram lançadas em 2022 e retratam a infância do jogador na cidade mineira de Três Corações, seus feitos no Santos Futebol Clube e até mesmo sua passagem pelo New York Cosmos. 

A coleção de roupas do eterno camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira possui variadas estampas. [Imagem: Divulgação/Roots of Fight]

Pelé nos programas de televisão 

O jogador realizou participações especiais em diversos programas de televisão, principalmente nas novelas, como na produção O Clone (2001), grande sucesso da Rede Globo. Ele também participou de telenovelas como O Salvador da Pátria (1989), Celebridade (2003) e História de amor (1995). Nessa última novela, Pelé deu uma entrevista como ministro do esporte, cargo que ele ocupou no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). O jogador defendeu os jogadores paralímpicos que jogariam em Atlanta em 1996. Pelé afirmou que o Brasil ganhava mais medalhas nos Jogos Paralímpicos do que nas Olimpíadas. 

Além disso, Pelé já foi protagonista da novela Os Estranhos (1969), com o personagem Plínio Pompeu, um ano antes do atleta ganhar sua terceira Copa do Mundo e fazer do Brasil o primeiro país tricampeão mundial. 

Saindo do ramo artístico nacional, também já foi mencionado em produções como Chaves (1973-1980), e ganhou um personagem desenhado no programa norte-americano Os Simpsons (1989 – presente). 

Pelé esteve presente no programa em 1997 no episódio A Família Cartucho (The Cartridge Family) [Imagem: Divulgação/Youtube]


Pelé nas artes plásticas 

Além de ter sido desenhado por muitos ilustradores, Pelé também foi inspiração para diversas obras de artes, se consagrando, inclusive, como o único brasileiro retratado por  Andy Warhol, símbolo do Pop Art. O artista afirmou que Pelé era a única celebridade na qual a fama não duraria 15 minutos, mas 15 séculos. 

O brasileiro Luis Bueno foi outro artista que se aprofundou em momentos icônicos de Pelé. O jogador tinha uma amizade marcante com o lutador de boxe, Muhammad Ali. Os dois eram embaixadores da UNICEF e, em um momento de despedida do Pelé do time norte-americano Cosmos, ele deu um beijo no rosto de Muhammad. Essa imagem serviu de inspiração para Luis Bueno criar diversos lambe-lambes do Pelé beijando celebridades da cultura Pop. A exposição ficou conhecida como “Pelé Beijoqueiro”. 

Além do Batman, existem lambe-lambes do Pelé beijando a Monalisa e o John Lennon [Imagem: Arquivo Pessoal/Elias Rovielo] 

Pelé na música

A voz grave e forte do Rei do Futebol quase se confunde com a voz de outro membro da “realeza”: o Rei do Rock, Elvis Presley. Mas, longe do Rock’n’Roll estadunidense, Pelé estreou no mundo da música do jeito mais brasileiro possível: pelo samba.

Em 1969, já consagrado no futebol, Pelé participou do álbum Tabelinha, de Elis Regina, dividindo os vocais nas canções Perdão Não Tem Vez e Vexamão. A voz de Pelé logo chamou a atenção de outros cantores, como Jair Rodrigues, Sérgio Mendes e Roberto Carlos, artistas com quem o Rei do Futebol colaborou nos anos seguintes.

Mais do que um mero colaborador, Pelé é destaque do álbum e protagoniza a capa do disco ao lado de Elis Regina [Imagem: Reprodução/ Facebook/Elis Regina – Fã Clube]

Diferentemente de Elvis Presley, que não compôs nenhuma de suas músicas, o nosso Rei se aventurou na autoria poética. Ele compôs uma de suas primeiras canções, o samba O Mundo é uma Bola, em 1977, ao lado de Sérgio Mendes, e até tocou um pouco de violão na gravação da música. Alguns anos depois, Pelé escreveu a música Cidade Grande, gravada com Jair Rodrigues. 

Apesar das participações ilustres, a aparição musical mais conhecida de Pelé é ABC do Bicho Papão, música que o craque cantou na campanha de TV e rádio do Ministério da Educação.


Pelé nos jogos eletrônicos

O futebol de Pelé também apareceu no mundo dos jogos eletrônicos. O jogo com esse exato nome em inglês Pele’s Soccer, surgiu como estratégia para popularizar nos Estados Unidos o console de mesa da Atari, o Atari 2600, e o “nosso” futebol para os norte-americanos, conhecido como soccer. Pelé foi o primeiro jogador de futebol a ser capa de um jogo de videogame, apesar dele não possuir um avatar jogável. 

[Imagem: Sascha Grant/Flickr]


Documentários sobre o Pelé 

A importância de Pelé foi retratada em diversos documentários sobre sua vida. O primeiro, Isto é Pelé (1974), foi lançado quatro anos depois da última Copa do Mundo disputada pelo Rei e procurou exibir os 17 anos de carreira dele. Dirigido por Luiz Carlos Barreto e Eduardo Escorel, o documentário deu ênfase nos Mundiais de 1958 e 1970 e na sua despedida dos gramados. Isto é Pelé está disponível na plataforma de streaming Globoplay

Além desse, Pelé ganhou um documentário dirigido por Aníbal Massaini Neto e roteirizado por José Roberto Torero. Pelé Eterno (2004) reuniu imagens de arquivo e entrevistas para narrar a história do jogador. 

Por fim, a mais recente das produções sobre o Rei do Futebol foi lançada pela rede de streaming Netflix. Pelé (2021) mostra a procura do jogador pela perfeição em sua profissão e a relevância conquistada no mundo todo. O longa-metragem tem entrevistas com ex-companheiros da equipe do Rei, como Zagallo, Jairzinho e Rivellino, além de conversas com o próprio Pelé. 

O documentário teve produção executiva do vencedor do Oscar, Kevin Macdonald [Imagem: Divulgação/Netflix]

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