No silêncio da cidade confinada, descobre-se o significado de ser mulher.
Os olhos se abrem para a luz do autoconhecimento, o despertar da feminilidade, o começo de um dia.
É tarde e a fertilidade desabrocha com o conhecimento do próprio corpo.
As tarefas mais simples tem novas interpretações e o cuidado caminha de mãos dadas com o amor.
Anoitece. A passagem do tempo é inevitável.
A sabedoria escondida nas rugas dá espaço para a mudança, para novas lutas, para a juventude.
Descansa, a vida prepara um novo dia.
A sequência de fotos desse ensaio busca representar, de forma sutil e sensível, o caminho da vida de uma mulher, entrelaçado com a duração de um dia. Num momento em que o uso do espaço urbano é limitado e o cotidiano precisa se adaptar, é possível perceber com maior clareza como as gerações de mulheres se misturam no mesmo caminho de autoconhecimento, autoaceitação, “autoamor”.
Representar uma cidade adormecida não é o que esperávamos, mas ter a oportunidade comunicar o feminino através de imagens daquilo que está tão próximo de nós é algo único. Fotografar as mulheres e os ambientes mais presentes na minha vida foi uma experiência indescritível, e espero conseguir passar uma fração de todo o amor e a gratidão que sinto pelas pessoas, momentos, lugares e objetos retratados nesse ensaio.
Observação: as imagens foram produzidas como ensaio fotográfico para a matéria “Jornalismo Visual: Fotojornalismo e Design da Notícia” da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).