O Predador (The Predator, 2018) é um ótimo entretenimento. A história retoma a clássica franquia de terror/ação que já contou com Arnold Schwarzenegger, em 1987, Danny Glover, em 1990, além de mais três outros longas. Desta vez, o protagonista badass é o soldado Quinn McKenna (Boyd Holbrook) que, durante uma missão para resgatar reféns de um cartel de drogas, é surpreendido pela queda de uma espaçonave alienígena, pilotada por uma criatura que assassina seus colegas de pelotão.
Após esse ataque, ele envia peças da armadura do alien para uma caixa postal em sua cidade, a fim de guardar evidências do ocorrido. Porém, ao ser preso pelo exército e mandado a uma instituição psiquiátrica, o pacote vai para a casa de sua esposa Emily (Yvonne Strahovski) e seu filho Rory (Jacob Tremblay), que abre e começa a brincar com tecnologia alienígena.
O filme foi produzido para ser assistido em iMax 3D, pois utiliza muito bem os recursos de efeitos especiais e profundidade, inserindo o espectador na história. Além disso, os movimentos e posicionamentos dos personagens contribuem para a agilidade do enredo. A trilha sonora também é bastante adequada, conseguindo intensificar os momentos de tensão.
Apesar disso tudo, o grande ponto alto do longa é a atuação de Jacob Tremblay, que já estrelou O Quarto de Jack (Room, 2016) e Extraordinário (Wonder, 2017). O menino de 11 anos interpreta o filho autista de McKenna, que sofre bullying na escola por ser diferente e sente falta da figura paterna. A maneira como ele demonstra algumas das características do espectro autista é incrivelmente sensível e realista. Por conta disso, ele vira peça principal no enredo como “o próximo degrau da cadeia evolutiva”.
Ao descobrir que o alvo se torna seu filho, Quinn se une a seus novos amigos da instituição psiquiátrica para deter os alienígenas. Nesse núcleo é que se encontra o alívio cômico do filme, com piadas genuinamente engraçadas de seus cinco ajudantes: Nebraska (Trevante Rhodes), Coyle (Keegan-Michael Key), Lynch (Alfie Allen), Baxley (Thomas Jane) e Nettles (Augusto Aguilera). Além deles, a cientista Casey Brackett (Olivia Munn), interessada em estudar a composição biológica dos invasores, completa o grupo. Como ela mesma explica, o termo que dá nome à franquia não é o mais adequado para a espécie, já que predador é um animal que caça para sobreviver e os aliens caçam humanos “por esporte”.
Mesmo não sendo extraordinariamente inovador, O Predador, dirigido por Shane Black, funciona tanto para quem não assistiu os filmes anteriores quanto para grandes fãs da franquia e consegue divertir bem durante seus 107 minutos. O enredo envolve o espectador de modo que este fique tentado a saber o que ocorre no final.
por Maria Carolina Soares
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