Bruna Buzzo
Esta semana, prefira Viggo Mortensen e Ed Harris à Ewan McGregor e Hugh Jackman (A Lista). Em uma semana marcada por três estréias com bonitões nos cinemas de São Paulo, o veterano Ed Harris fez bonito na direção e atuação de Appaloosa – Uma Cidade sem Lei. O filme revive a moral do velho oeste, daqueles antigos bang-bangs – com direito a mocinhos e bandidos disputando a bela donzela – com destaque para Jeremy Irons como Randall Bragg, o chefe dos vilões.
Em Appaloosa, porém, nada é tão bonito como poderia parecer à primeira vista. Virgil Cole (Ed Harris) e Everett Hitch (Viggo Mortensen), seu amigo e ajudante, viajam pelas cidades do velho oeste norte-americano oferencendo a manutenção (ou restauração) da lei e da ordem. Virgil se torna xerife nas cidades por onde passa e, como imagina o senso comum, o poder seduz a jovem viúva Allison French (Renée Zellweger), que, logo chega à cidade, se encanta pelo simpático Virgil, munido de sua estrela dourada.
Ed Harris, co-autor do roteiro juntamente com Robert Knott, conseguiu criar um filme que atrai diversos gostos: o que vemos na tela é a união de várias facetas do cinema e dos personagens, são transformações em curso, realidade disfarçada de faroeste. Há o lado ágil e herói, o lado vilão e sacana, o lado triador. As faces mais humanas. Os habitantes deste cenário são pessoas comuns, com uma lágrima guardada para a amada enquanto se trava uma batalha (literal).
Appaloosa, além de árida e com sua beleza peculiar, é a miniatura de qualquer cidade ou ambiente social: as brigas, as disputas profissionais e pessoais aliadas ao companheirismo e à lealdade incondicionais às grandes amizades, os amores. O desafio dos personagens (e nosso, que nos identificamos com eles)? Lidar com os sentimentos e encarar a vida de frente. Palmas ao grande Ed Harris, que brilha em todo seu charme e genialidade, com a excelente companhia do grande elenco.
P.S.: O bonito da vez
A estréia com um bonitão não citada é A Fronteita da Alvorada, com Louis Garrel, o sex simbol da Folha de S. Paulo. O filme é dirigido pelo pai do astro, Philippe Garrel e tem fotografia em preto e branco.