A estrela do rock, Tina Turner, morreu no dia 23 de maio de 2023, deixando um patrimônio de grande importância na história da música. Pouco antes de seu falecimento, estreou no Museu de Imagem e Som de São Paulo (MIS) a exposição Tina Turner: uma viagem para o futuro que leva o visitante a acompanhar a trajetória da artista por meio da fotografia.
A exposição vai até o dia 9 de julho e as sessões ocorrem de terça a domingo, com horários que se iniciam às 10h e se encerram entre as 18h e as 20h, a depender do dia – vale a pena conferir os horários de cada sessão no site. Os ingressos têm preços fixos de R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia) e podem ser adquiridos online ou presencialmente. Às terças, o ingresso é gratuito, mas só pode ser retirado na bilheteria física do MIS.
A exposição
Logo na parede da entrada, o visitante é apresentado a um texto sobre a vida de Tina Turner, que cita sua importância como uma figura que “revolucionou costumes”. O esquema que une a escrita e a fotografia se repete durante toda a visita, conduzindo a experiência de forma visual. Nesse sentido, o trajeto pelos corredores do MIS se parece com um passeio por dentro das páginas de um livro autobiográfico.
Uma das seções retrata a relação de amizade que Tina Turner cultivava com David Bowie e Keith Richards, que foram amigos fundamentais na etapa de sua carreira após a separação de Ike. [Imagem: Arquivo Pessoal / Pedro Malta]
As seções passam pela história de Tina na música, no cinema, na moda, na relação com a família e com os amigos, além de uma parte dedicada a sua passagem pelo Brasil. A exposição também aborda o casamento e parceria musical com Ike Turner, ressaltando sua participação na carreira de Tina, mas sem deixar de lado a triste realidade que ela viveu devido às agressões do então marido. A mostra trata da violência sofrida pela cantora considerando a sua relevância na história de Tina, mas não faz disso o foco da vida dela e sequer exibe nas fotografias, embora tenha uma seção exclusiva sobre o relacionamento dos dois, o que colabora para manter a imagem de glória da artista.
Uma parte inovadora da exposição é a instalação feita por Vitória Cribb. Conhecida e premiada por seus trabalhos na área da arte digital, a artista brasileiro-haitiana foi convidada pela equipe curadora a fazer uma interpretação afrofuturista de Tina Turner. A seção é hipnotizante e conta com luzes neon que colaboram para a atmosfera cyberpunk construída por Vitória.
Para exercitar a visão
A exposição não foge muito do que se propõe a ser: uma experiência visual. No entanto, esse enfoque pode decepcionar algum visitante menos atento à proposta que espera algum espaço interativo. Apesar disso, a quebra dessa expectativa não estraga a experiência e até atua como um fator surpresa para alguns.
A única seção que oferece algum tipo de interatividade é a ala que trata da relação da artista com a moda. Na parte de trás de um telão vertical, que reproduz gravações dos shows de Tina, há três réplicas de perucas usadas pela cantora, as quais o público pode provar se quiser. A ideia é interessante, mas não há nenhuma garantia de higienização dos itens, o que pode gerar um incômodo ao visitante.
Em alguns espaços da exposição também são disponibilizados materiais audiovisuais para o visitante assistir. Além do telão já mencionado, há uma cabine que exibe os videoclipes da cantora e uma seção com televisões que reproduzem trechos do documentário Ike & Tina – On The Road: 1971-72 (2012). É nessa parte, que também leva o nome de On The Road, que há um texto dedicado a Bob Gruen, fotógrafo que dirigiu o documentário e que assina a maioria das fotos da exposição.
Para os amantes da fotografia e, especialmente, para os fãs de Tina Turner, a exposição do MIS é um destino especial para celebrar a vida de uma mulher que mudou a música para sempre.
[Imagem de capa: Arquivo Pessoal / Pedro Malta]