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‘MOSAICO: Código itálico de uma arte atemporal’: uma exposição em pedacinhos

O acervo conta a história da arte mosaica italiana, trazendo obras de diferentes lugares da “Velha Bota”
Por Henrique Giacomin (henrique.giacomin@usp.br)

De 22 de junho a 18 de agosto, o MIS Experience sedia a exposição MOSAICO: Código itálico de uma arte atemporal, que já passou por cidades como Santiago, Guadalajara, Cidade do México, Bangkok, Hanoi e tem Washington como próximo destino. Por meio de uma experiência imersiva, com diferentes painéis e suporte em áudio, pode-se apreciar diferentes mosaicos. Incluindo detalhes e informações sobre o acervo, o MIS Experience promete a sensação de estar frente a frente com as obras.

Mosaico bizantino
A falta de expressão e a similaridade entre os rostos que não estão em destaque chamam a atenção neste mosaico bizantino.
[Imagem: Henrique Giacomin]

A exposição, realizada em parceria com o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, conta com mosaicos provenientes de oito diferentes regiões da Itália: Roma, Pompéia, Aquileia, Ravenna, Palermo, Monreale, Piazza Armerina e Baia. O acervo também inclui obras da Coleção Farnesina, dos séculos 20 e 21, quando importantes artistas italianos experimentaram o mosaico.

Há sete áreas expositivas diferentes, que tratam desde a história da arte mosaica, até aspectos mais técnicos e específicos dos mosaicos. A visita multimídia dispõe de projetores e telas capazes de reproduzir detalhadamente os mosaicos, além de contar com o apoio de áudio, que traz aos visitantes detalhes sobre as obras e sobre os lugares onde essas se encontram.

Os diferentes tipos de mosaicos

A exposição apresenta três modelos de mosaicos distintos: os que remetem ao cristianismo, os relativos a acontecimentos históricos e os que formam figuras geométricas. Os cristãos, assim como os afrescos, enfeitam ambientes como  igrejas e basílicas, além de representar histórias e cenas da tradição católica por meio da figura de Jesus Cristo e outros santos.

os que representam cenas históricas ou do cotidiano trazem sobretudo cenários de batalhas e conquistas militares, ou simplesmente episódios de pessoas, sejam no seu dia a dia, seja em eventos ou rituais importantes.

Visitante em frente a mosaicos da Batalha de Isso
Mosaico da Batalha de Isso, com detalhes de Alexandre o Grande (no topo à esquerda) e do Rei Dario III da Persa (à direita). Na batalha representada, Alexandre triunfa sobre o Império Persa.
[Imagem: Henrique Giacomin]

Por fim, os mosaicos geométricos, muito comuns nas antigas casas da alta sociedade, tinham como função principal embelezar o lugar.

Em entrevista à Jornalismo Júnior, Lilo Teodoro, diretor do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, afirma que o acervo proporciona uma noção maior do impacto da arte mosaica antiga no urbanismo moderno. Lilo destaca a influência estética do mosaico romano no português, presente nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Quem gosta de arte moderna, não pode deixar de olhar o que aconteceu antes.”

Lilo ainda aponta a magnitude dos mosaicos, que são maiores do que aparentam ser no museu. Embora as medidas reais dos painéis estejam descritas na exposição, as fotos podem enganar em relação aos tamanhos verdadeiros. Ao descrever uma visita escolar a Monreale quando criança, ele se lembra de um mosaico da imagem de Jesus. “Para você ter uma ideia da dimensão dos mosaicos, imagine que o Cristo tem dois dedos levantados para benedizir (abençoar). O tamanho dos dedos é de mais de dois metros.”

Ricardo Ratti, assistente de produção e operação da Magister Art — empresa que realizou as filmagens presentes no acervo e idealizou a exposição — dá detalhes sobre o trabalho por trás da captação das obras. Ricardo contou as dificuldades em realizar gravações subaquáticas na antiga cidade de Baia, hoje submersa. “Demoramos quatro dias para finalizar as gravações. A água não estava tão limpa e ainda havia a necessidade de escavar a areia que cobre os mosaicos para gravá-los e depois cobri-los novamente, pois a areia os protege do sol”. Ricardo destaca que a exposição oferece a chance de ver os mosaicos submersos sem a necessidade de mergulhar nas águas do local. 

Mosaico da submersa cidade de Baia
O Parque Arqueológico Subaquático de Baia se encontra a 25 km de Nápoles, numa área marinha protegida no sul do país.
[Imagem: Henrique Giacomin]

Ricardo também enfatizou a sustentabilidade da exposição, que trabalha apenas com projetores e telas de fácil montagem e desmontagem. Segundo Ricardo, a exposição funciona de forma autônoma e pode ser montada em praticamente qualquer lugar do mundo. Além disso, o assistente de produção ressaltou a boa iluminação e o amplo espaço do MIS Experience, que garantem um proveito perfeito da exposição.

Foto com processo de produção da exposição sobre mosaicos da cidade de Baia
Localizada sobre aberturas vulcânicas naturais, a cidade era famosa por suas fontes termais medicinais, e atraiu figuras importantes da antiguidade, como Nero, Júlio César e Marco Antônio.
[Imagem: Henrique Giacomin]

A exposição cativa os visitantes pela beleza e detalhes dos mosaicos, com suas cores vibrantes e desenhos bem trabalhados, feitos dos mais diferentes materiais. As obras também trazem à vida memórias de uma Itália de cerca de dois milênios atrás. A visita é válida, e a exposição pode ser uma potencial programação para um date.

Duas pessoas de fones de ouvido observam mosaico de Jesus Cristo
A exposição conta com fones, que acompanham simultaneamente as imagens da tela.
[Imagem: Henrique Giacomin]

De terça a sexta-feira e aos domingos e feriados a visitação ocorre das 10h às 19h e, aos sábados, das 10h às 20h. A entrada às terças é gratuita e, nos demais dias da semana, o preço do ingresso varia, sendo R$10,00 a inteira e R$5,00 a meia. Aos fins de semana, os preços dobram. O MIS Experience, localizado na Água Branca, ainda conta com translado gratuito da estação Palmeiras-Barra Funda do Metrô ao museu.

Confira outras fotos da exposição:

*Imagem de capa: Henrique Giacomin/Arquivo pessoal

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