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No Fim do Túnel há excelentes surpresas

O longa No Fim do Túnel (Al Final del Túnel, 2016) conta a história de Joaquín, um paraplégico que vive apenas com seu cão num grande casarão, cujo porão é usado pelo protagonista em seus trabalhos com computadores e utensílios tecnológicos. No início, há cenas embaçadas que mostram uma mulher e uma criança, e sugerem …

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O longa No Fim do Túnel (Al Final del Túnel, 2016) conta a história de Joaquín, um paraplégico que vive apenas com seu cão num grande casarão, cujo porão é usado pelo protagonista em seus trabalhos com computadores e utensílios tecnológicos. No início, há cenas embaçadas que mostram uma mulher e uma criança, e sugerem que aquela grande casa já passou por momentos melhores, assim como Joaquín.

Numa noite, Berta (Clara Lago) bate à porta do casarão, acompanhada de sua filha Betty (Uma Salduende), e pede para que Joaquín lhe forneça um quarto como abrigo e entram. A presença da moça parece, inicialmente, alegrar um pouco a vida do homem solitário, mas isso tudo tenderia a mudar depois de uma descoberta feita por Joaquín.

Na casa ao lado, ouviam-se barulhos estranhos à noite, como se uma obra estivesse em andamento, muito suspeitos. Joaquín, porém, podia ouvir melhor os ruídos em seu porão subterrâneo e, após investigações, pôde escutar conversas, que denunciavam um grande roubo a um banco nas proximidades. Investigando mais a fundo, descobre que Berta, na verdade, é parceira do ladrão Galereto (Pablo Echarri), e que estava na casa para evitar que ele descobrisse algo. A partir desse momento, Joaquín tem que decidir o que fará a respeito de sua descoberta.

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Com um clima de suspense instaurado com inteligência em diversos momentos, o diretor Rodrigo Grande foi capaz de construir uma narrativa extremamente envolvente. Cria-se, no começo, uma ideia de história clichê, que é depois desconstruída por acontecimentos inesperados, que trazem momentos de emoção ao longa.

Ponto muito positivo para o êxito do filme foi a atuação excelente de Leonardo Sbaraglia, que já tinha feito grande trabalho em Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014). O argentino foi capaz de fazer o papel de um cadeirante e transmitir o drama e as dificuldades que a condição lhe trazia, mas ao mesmo tempo, com ajuda da trama, como sua deficiência é superada em muitos sentidos.

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O longa traz momentos de grande violência na dose certa, sem gratuidade, ou seja, construiu-se gradativamente uma tensão que explode na hora certa, criando, além do suspense, cenas eletrizantes. Essa explosão não é previsível, mas também não ocorre do nada: de cenas calmas (investigações, por exemplo), passando por cenas de maior tensão e chegando a cenas de confronto físico entre as partes, Rodrigo Grande utilizou muito sabiamente deste recurso no filme.
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Destacando-se, principalmente, pela gradativa construção dos momentos de tensão, da quebra com o que era esperado do desenrolar da narrativa e da atuação de Sbaraglia, além de contar com uma bela trilha sonora, No Fim do Túnel se coloca facilmente como um dos melhores filmes argentinos do ano.

O filme estreia dia 6 de outubro. Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=RFiZNsCCjpY

por Dado Nogueira
dadopnogueira@gmail.com

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