por Thiago Castro
thiagocastro96@gmail.com
Alienígenas invadem a Terra e o mocinho Tom Cruise é o único que pode nos salvar da ameaça. Guerra dos Mundos? Não. É No limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014), o mais novo filme de ficção que estreia dia 29 de maio nos cinemas.
Em um futuro próximo, a Terra é invadida por uma raça hostil de alienígenas, que está dominando o planeta. Bill Cage (Tom Cruise) é um oficial inexperiente do exército americano que tem como cargo uma espécie de assessor de imprensa. Ele é responsável em promover a guerra, tranquilizando a população e recrutando soldados para a batalha. Porém, ao se desentender com um comandante, é enviado ao fronte de batalha na França para lutar contra os invasores. Munidos de um exoesqueleto de guerra, os soldados são massacrados, e Bill Cage morre no conflito. Porém, ao morrer, ele acorda inexplicavelmente de novo no mesmo quartel, um dia antes da invasão. E assim os dias se repetem. Ele fica preso no tempo, onde sempre acorda no mesmo lugar, lutando contra os alienígenas e morrendo para reiniciar o dia.
Em uma de suas repetidas batalhas, Bill conhece Rita Vrataski (Emily Blunt), a “Megera de Ferro”, que recebeu esse apelido pelo seu ótimo desempenho contra os inimigos na guerra, e sobreviveu à única batalha vitoriosa da humanidade contra os invasores. Rita já teve o mesmo “problema” da eterna volta ao mesmo lugar e passa a treiná-lo para o combate. Juntos, descobrem que ele é uma chave para derrotar de vez o inimigo.
Dias se passam. Bill melhora suas técnicas de luta e se aproxima cada vez mais de derrotar os alienígenas. Sempre ao lado de Rita, eles passam por grandes dificuldades, derrotas e reviravoltas, culminando em um final grandioso. O desfecho é digno das grandes produções, repletas de explosões, efeitos especiais e frases clichês do mocinho apaixonado que tem como fardo salvar o mundo do mal.
O roteiro não impressiona. Apesar da “inovação” de inserir a volta no tempo frequente e a prisão temporal do personagem, o motivo desse acontecimento é rapidamente revelado, e o filme passa a retratar a busca para finalizar a guerra. O enredo não prende a atenção do espectador, pois o final do longa pode ser deduzido no meio da sessão, sem grande esforço. É o velho clichê do filme norte-americano com alienígenas dominando o mundo, aos moldes de Independence day (Idem, 1996) e Guerra dos mundos (War of the Worlds, 2005), estrelado pelo mesmo Tom cruise.
O casal principal tem pouca química. Bill e Rita passam por um romance confuso, sem muita definição do que realmente está acontecendo. Tom Cruise carrega o filme nas costas com seu velho carisma, e os atores coadjuvantes têm pouco espaço em cena. Apesar de tudo, os efeitos especiais são bons, com ótimas cenas de guerra, batalhas e explosões. Os aliens são retratados de maneira um pouco abstrata, mas convencem de certa forma.
No Limite do Amanhã cumpre seu papel como entretenimento. É um filme grandioso, cheio de efeitos especiais e um roteiro batido, mas que é uma boa pedida para quem quer se divertir em um final de semana, sem se preocupar com a profundidade psicológica dos personagens ou uma história bem produzida.