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Austrália e Nova Zelândia 2023 | Em noite histórica, Nova Zelândia conquista sua primeira vitória em Copas

As anfitriãs batem a favorita Noruega em jogo truncado no começo e emocionante no final

Por Diego Coppio (diegocoppio@usp.br)

A Copa do Mundo de 2023 mal começou e já é histórica. Com um retrospecto de uma vitória nos últimos 12 jogos, a Nova Zelândia conquistou sua primeira vitória na história dos mundiais na madrugada desta quinta-feira, após uma partida pouco inspirada das norueguesas

Em um primeiro tempo pouco empolgante, com bolas rebatidas, muitos erros de passe e poucas chances criadas, as Ferns tomaram o controle da partida, principalmente no segundo tempo, quando abriram o placar com Hannah Wilkinson após uma boa jogada do time da casa. As anfitriãs ainda desperdiçaram a chance de ampliar o placar após perderem um pênalti no final do jogo, mas conseguiram segurar a pressão norueguesa e conquistar uma vitória histórica diante de mais de 42 mil torcedores, público recorde no país.

Pré-jogo conturbado

A cidade de Auckland viveu momentos de tensão horas antes do início da Copa do Mundo. Um atirador invadiu um canteiro de obras e matou duas pessoas, deixando outras seis feridas. Após confronto com a polícia, ele foi atingido por um disparo e morreu no local. O primeiro-ministro Chris Hopkins assegurou que se trata de um evento isolado e garantiu que a cerimônia de abertura ocorreria normalmente.

Algumas equipes estão hospedadas perto do local, como a própria Noruega. A seleção italiana adiou seu treino por não poder sair do hotel. Um minuto de silêncio foi respeitado no começo da partida em homenagem às vítimas da tragédia.

A cerimônia de abertura

Povos tradicionais dos países-sede realizaram uma apresentação dando boas vindas aos visitantes antes da partida começar. Em seguida, as artistas Benee e Mallrat entraram no gramado para performar a música oficial da Copa do Mundo, “Do It Again”. Seguindo os moldes cerimoniais da FIFA, a ex-jogadora Carla Overbeck — zagueira estadunidense bicampeã mundial na década de 1990 — entrou em campo carregando o troféu do torneio.

O pontapé inicial

As anfitriãs entraram em campo escaladas no 4-3-3, com Esson no gol; Bott, Stott, Bowen, e a capitã Ali Riley na defesa; Hassett, Percival e Steinmetz no meio; Indiah-Paige Riley, Wilkinson e Hand no ataque. Na prática, a Nova Zelândia mostrou um ataque móvel e rápido, com Riley atacando a faixa direita do campo, Steinmetz e Hassett apoiando na defesa e ataque durante os 90 minutos, e Hand com liberdade para flutuar atrás de Wilkinson.

Ao contrário das donas da casa, a Noruega não teve a mesma mobilidade. Escaladas no 4-1-4-1, com MIkalsen no gol; Bjelde, Mjelde, Harviken e Hansen na defesa; e um meio ofensivo com Caroline Graham Hansen, Reiter, Maanum e Blakstad abastecendo a estrela Ada Hegerberg no ataque, as visitantes performaram um futebol sem inspiração e movimentações em campo, com poucas chances criadas.

Primeiro tempo: muito estudo e poucas chances

O jogo começou truncado e com bastante erros de passe, com ambas as equipes demonstrando certo nervosismo. Apesar das casas de aposta indicarem a Noruega — que defendia um recorde de sete partidas sem perder na estreia da Copa — como favorita, foram as donas da casa que tomaram a iniciativa dos ataques e ameaçaram a meta adversária com chute de Steinmetz por cima do gol aos 5’. Um minuto depois, a Noruega respondeu com uma bicicleta de Hegerberg, direto nas mãos de Esson. 

A partir de então, uma Nova Zelândia muito bem disciplinada taticamente tomou controle das ações do jogo, sufocando as tentativas de contra-ataque norueguesas e impondo seu jogo no meio campo, forçando a centroavante Hegerberg a recuar para auxiliar na construção.

Somente aos 36’ que a Noruega voltou a construir uma jogada de ataque, com a arrancada de Graham Hansen pela direita, rolando para Hegerberg no meio da área, que teve o chute bloqueado por Stott.

Segundo tempo: domínio neozelandês

A segunda etapa já deu mostras de que seria mais agitada logo nos primeiros minutos. Em tiro de meta cobrado por Bowen aos 47’, Bott tabelou com Riley na direita, que acionou Hand na corrida. A atacante rolou para Wilkinson, que superou as marcadoras na corrida e finalizou de primeira para abrir o placar para as donas da casa.

https://twitter.com/skysportnz/status/1681943992928198661

Enxergando a dificuldade de criação do time e a melhora das adversárias após o gol, a treinadora norueguesa Hege Riise colocou Haavi no lugar de Blackstad aos 55’. A substituição fez efeito rapidamente. Três minutos depois, Haavi participa de jogada que deixa Maanon de frente para o gol na pequena área, mas a norueguesa chutou para fora. A resposta veio aos 62’, com o chute colocado de Indiah-Paige Riley na ponta esquerda da área, para uma bela defesa da goleira Mikalsen.

Nesse momento, o jogo ficou lá e cá, com jogadas ofensivas bem construídas da Nova Zelândia e contra-ataques noruegueses que dependiam da individualidade de suas jogadoras em uma noite pouco inspirada. Aos 66’, Haavi puxou o contra-ataque para as norueguesas e chutou por cima do gol. Pensando em reforçar a defesa, a treinadora Jitka Klimková, da Nova Zelândia, colocou Bunge no lugar de Stott. Do outro lado, Riise mexeu no meio, optando por Boe Risa no lugar de Maanaim aos 73’. Dois minutos depois, as neozelandesas construíram uma boa trama de ataque, com Wilkinson saindo da área e tocando para Percival chutar para fora.

Quando o jogo parecia se encaminhar para o controle do time da casa, Hegerberg realizou um ótimo pivô para Tuva Hansen finalizar no travessão aos 80’, mudando o clima do estádio. A partir de então, as norueguesas chegaram com mais volúpia e pressão ao ataque. Mas aos 86’, a própria Tuva Hansen cometeu pênalti marcado com o auxílio do VAR, após o chute de Steinmetz bater em seu braço dentro da área.

Podendo concretizar a primeira vitória de seu país em Copas, a zagueira Percival chutou no travessão, dando uma sobrevida à Noruega, que não soube aproveitar. Apesar de manter a pressão no ataque, o time escandinavo desperdiçou as chances que teve. Aos 98’, Reiten recebeu a bola de Hegerberg livre na pequena área e chutou para fora, no que foi a melhor chance da Noruega no jogo. Um lance simbólico para sacramentar a péssima partida da meio-campista norueguesa.

Depois de dez minutos de acréscimo, a árbitra Yoshimi Yamashita encerrou a partida, em momento de muita emoção para as donas da casa. Em entrevista pós-jogo, a capitã Ali Riley, bastante emocionada, dedicou a vitória às forças policiais que atuaram no tiroteio em Auckland horas antes do jogo.

Desde a Copa de 2007 na seleção, a capitã Ali Riley foi uma das que mais se emocionou no fim do jogo [Reprodução/Twitter: @NZ_Football]

O que funcionou e o que deu errado?

A melhor jogadora da partida foi a centroavante Hannah Wilkinson. Além do gol, a maior artilheira das Ferns em Copas foi fundamental na construção fora da área, segurando o ataque até que suas companheiras acompanhassem a jogada. Além dela, outro destaque positivo das donas da casa foi a jovem Indiah-Paige Riley. Com apenas 22 anos, a atacante do Brisbane Roar foi uma ótima ferramenta de escape pela direita e certamente chamou a atenção de olheiros europeus que assistiam à partida.

Do lado das norueguesas, um destaque positivo foi a lateral Tuva Hansen. Apesar de ter cometido o pênalti, a lateral teve a difícil tarefa de anular Riley e se saiu bem algumas vezes, além do apoio em jogadas de ataque. 

Mas os pontos negativos das visitantes superaram os positivos. O meio campo norueguês foi completamente anulado pelas neozelandesas, em uma partida fraca de Hansen e Reiter, duas das principais ligações entre meio e ataque no time. Se quiserem ter um futuro longo na competição, as jogadoras de meio deverão mostrar a que vieram e melhorar a mobilidade em campo. A atacante Hegerberg também foi um destaque negativo, com poucas participações eficazes.

E agora?

A derrota na estreia complicou a vida das norueguesas, que enfrentam a Suíça na próxima terça-feira, dia 25 de julho. Dependendo do resultado das suíças contra as Filipinas amanhã (21), a Noruega entrará pressionada, colocando em risco seu futuro na competição.

Por outro lado, a Nova Zelândia tem um caminho mais fácil, já que o adversário mais difícil — teoricamente — era a própria Noruega. As anfitriãs voltam a campo contra as Filipinas também dia 25. Em caso de vitória, a classificação inédita estará muito bem encaminhada, para a alegria dos torcedores que apoiaram sua seleção até o minuto final. Como disse o streamer Casimiro no final da partida, “a primeira história já é uma baita história, e está só começando.” 

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @FIFAcom

1 comentário em “Austrália e Nova Zelândia 2023 | Em noite histórica, Nova Zelândia conquista sua primeira vitória em Copas”

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