Um filme estrelando Liam Neeson. Atualmente, é só o que precisamos saber para deduzir que se trata de um longa recheado de brigas, troca de tiros, explosões e investigações protagonizadas por um ex-policial/agente do governo/qualquer profissão que justifique os conhecimentos específicos de combate e dedução do personagem. Em O Passageiro (The Commuter, 2018), também confinamos as cenas de ação da trama a um grande veículo em movimento, como já ocorreu em outro filme do mesmo diretor Jaume Collet-Serra em Sem Escalas (Non-Stop, 2014), também protagonizado por Neeson.
Michael MacCauley (Neeson) é pai de uma família nos subúrbios de Nova York e precisa pegar o trem para a cidade todos os dias para chegar no escritório da seguradora na qual trabalha. As cenas iniciais de O Passageiro seguem um modelo de repetição, com cenas cortadas rapidamente para mostrar o caráter rotineiro da viagem de Michael todos os dias. Esse artifício é muito bem colocado pois mostra um detalhe crucial para o andamento da trama.
A monotonia do protagonista é subitamente quebrada com a sua demissão da companhia de seguros após dez anos trabalhando lá. Mas como um mero trabalhador de escritório poderá ser capaz das inúmeras proezas de ação prometidas em um filme de Neeson? Acontece que, no trem de volta para casa, desolado e tentando pensar em uma maneira de conseguir dinheiro agora que foi demitido, Michael é confrontado por uma mulher que nunca havia visto antes. Joanna, como diz ser chamada, parece saber tudo sobre a vida do ex-segurador, inclusive sobre seu passado como policial (eis a justificativa). Ela oferece 100 mil dólares a Michael para que encontre uma pessoa específica no trem, da qual não se sabe nada além da estação para qual se dirige e que atende pelo nome de “Prynne”.
Joanna desce do trem e o personagem de Neeson acaba aceitando a proposta. A partir daí, vemos uma trama quase inocente se tornar uma história repleta de intrigas, jogos de poder, chantagens e traições. A mulher misteriosa, apesar de não mais no trem, fica o tempo todo em contato com Michael, e sabe tanto sobre tudo que está acontecendo no veículo e sobre o que o protagonista faz, sem nenhuma explicação aparente, que parece mais um artifício usado em O Passageiro para justificar certas reviravoltas da história.
Deste ponto até o final, quando são atadas todas as pontas soltas da trama, o que temos são inúmeras cenas de ação das mais variadas para saciar a sede de todo tipo de fã do gênero. As brigas não são limitadas à facas, punhos e armas de fogo, mas são usados machadinhos de porta de emergência e também uma guitarra em cenas muito bem coreografadas. Dessa forma, O Passageiro consegue entregar toda a ação e investigação prometidas pela premissa da história e pelo trailer, além de um fechamento satisfatório que não deixa espaço para dúvidas ou duplo-sentidos.
O Passageiro estreia dia 08 de março no Brasil. Assista ao trailer:
por Bruno Menezes
brunomenezesbaraviera@gmail.com