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‘Os Fabelmans’: a arte do cinema

‘Os Fabelmans’ é uma semiautobiografia cheia de humor e delícias da vida de Steven Spielberg

Steven Spielberg é um dos maiores cineastas do mundo, dirigiu sucessos e marcou gerações com os seus filmes. É em Os Fabelmans (The Fabelmans, 2022), que todos podem conhecer mais intimamente os trabalhos do diretor e ver florescer o amor de Spielberg pelas telonas. O filme é baseado nas memórias de vida do cineasta, da infância ao primeiro pontapé na carreira em Hollywood. Na verdade, Os Fabelmans não é sobre carreira e ambição, é sobre família, vocação e crescimento, sobretudo, é um reflexo da arte do cinema.

Todos os nomes da história real são trocados para dar vida aos Fabelmans, Steven é retratado como Sam (Gabriel Labelle), os pais Leah e Arnold são Mitzi (Michelle Williams) e Burt (Paul Dano). A relação entre todos é complicada e deliciosa de assistir, já que ao mesmo tempo que os pais passam por percalços na vida profissional e decisões familiares, os desafios são retratados ao lado da inocência e aventuras juvenis de Sam e as irmãs.

A primeira experiência de Steven — ou melhor, Sam — no cinema foi em sua meninice, na década de 1950, ao ir ao cinema assistir um dos filmes de John Ford. Depois, em casa, com a filmadora do pai e um trem autorama, Sam encontrou a paixão de angular, acionar, dirigir e gravar um filme, mesmo que curto. As produções caseiras que, na infância do pequeno cineasta contavam com o estrelato das irmãs em cenas de brincadeiras, na adolescência passaram a ser protagonizadas pelos amigos escoteiros, com tramas mais elaboradas e projeção em cinemas para os colegas.

Sam projeta uma de suas produções para seus colegas. [Imagem: Reprodução/Universal Studios]

A evolução do talento de direção, no entanto, não foi espontânea, mas influência das mudanças de estado, da dinâmica familiar, primeiros amores e, principalmente, pela busca por capturar a verdadeira essência das pessoas através das câmeras. Em um dos momentos do filme, o tio avô de Sam o avisa sobre a ruptura entre arte e família, mas ao assistir Os Fabelmans fica claro que a genialidade de Sam está em seu olhar sincero, que não seria possível sem a proximidade e os dramas da família.

Esses dramas familiares tem vários sentidos na trama, como o pai engenheiro que só aceita a vocação de Sam como um hobby ao contraponto da mãe artista que apoia os filhos, a infelicidade conjugal, a busca profissional e o antissemitismo sofrido pela família. Todos esses temas são tratados de forma sóbria e profunda. Não há vilões em histórias reais, há pessoas que estão se descobrindo no mundo, e assim é a história de Spielberg. Do mesmo modo delicado e razoável que ele capturava o mundo durante a adolescência, o diretor de Os Fabelmans captura de forma delicada como foi a sua vida.

Ao fim do filme, é impossível não se sentir tocado de alguma forma após ver o desenvolvimento de personagens tão únicos e sensíveis, ou de se deparar com uma história sobre construção e realização de sonhos. Os Fabelmansconquistou prêmios no Festival de Toronto, no Globo de Ouro venceu nos títulos de Melhor Drama e Melhor Direção, e é um dos nomes mais cotados para indicações no Oscar. Não será surpresa nenhuma se levar os maiores prêmios da noite pela carta de amor que dedica ao cinema.

O filme estreia dia 12 de janeiro nos cinemas brasileiros. Confira o trailer legendado:

*Imagem de capa: Reprodução/Universal Studios

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