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Catar 2022 | Sem Cristiano Ronaldo e com show de jovem Gonçalo Ramos, Portugal massacra Suíça e está nas quartas de final da Copa do Mundo

Gol no início desestrutura a estratégia dos suíços e abre caminho para goleada tranquila dos portugueses 

A partida entre Portugal x Suíça, pelas semifinais da Copa do Mundo de 2022 tinha tudo para ser um dos mais equilibrados confrontos do mata-mata até então. Portugal foi líder no Grupo H, que teve a Coreia do Sul em segundo lugar, o Uruguai em terceiro e Gana na última colocação, mas não encantou: fez 3 a 2 em Gana, 2 a 0 no Uruguai e perdeu para a Coreia, com seu time reserva, por 2 a 1. Já a Suíça, passou em segundo lugar no Grupo G, com a mesma pontuação do líder Brasil, perdendo apenas no saldo de gols. Os suíços venceram Camarões, terceiro colocado, por 1 a 0, a Sérvia, lanterna do grupo, por 3 a 2, e venderam caro a derrota para a seleção brasileira, por 1 a 0. O que se viu no Lusail Stadium, porém, foi um baile da seleção portuguesa, que se colocou de vez como candidata a ir longe no Catar

Pré-jogo: CR7 x Fernando Santos

Cristiano Ronaldo é, sem dúvidas, um dos maiores jogadores da história do futebol e o maior da história de Portugal. Aos 37 anos, porém, teve um início de temporada difícil no Manchester United – em parte por sua culpa, em parte não – e seu contrato com a equipe inglesa foi rescindido às vésperas da Copa do Mundo. Cristiano chegou ao Catar longe da forma ideal, ao contrário do que se esperava após a boa temporada anterior

CR7 marcou, de pênalti, na estreia diante de Gana e fez jogo discreto contra o Uruguai, quando comemorou um gol que na verdade fora de seu companheiro Bruno Fernandes. Contra a Coreia do Sul, na última rodada, foi um dos poucos titulares a iniciar o jogo e, ao ser substituído, discutiu com um adversário – reação que o treinador reprovou

Por isso, a escalação portuguesa com Cristiano no banco fez surgir dúvida em torno do relacionamento do capitão da seleção com seu treinador. Em coletiva após a partida, Fernando Santos fez questão de ressaltar que sua relação com CR7 – que vem desde que o atleta atuava pelo Sporting – é muito boa, e que a opção por deixá-lo fora dos onze iniciais era estratégica. O técnico elogiou Cristiano e destacou sua importância enquanto capitão da Seleção das Quinas.  

Primeiro tempo: gol no início e choque suíço

Ao contrário do que fez contra o Brasil, quando Shaqiri ficou no banco de reservas e a proposta foi mais defensiva, o treinador Murat Yakın escalou o craque como titular. Alguns jogadores da Suíça – Widmer, Elvedi, Schär e Sommer – foram, segundo a Federação Suíça de Futebol, acometidos de um vírus que prejudicou sua capacidade física (Widmer sequer relacionado foi). La Nati, como é conhecida a seleção na parte francesa do país, foi a campo em um esquema que liberava Edmilson Fernandes para atacar pela direita, enquanto Ricardo Rodríguez, lateral esquerdo, avançava menos, jogando quase como um terceiro zagueiro.

Portugal também veio mexido. Não só Cristiano Ronaldo ficou fora para a entrada de Gonçalo Ramos, jovem de 21 anos do Benfica, como João Cancelo, lateral conhecido como um dos melhores do mundo, foi banco para que Raphaël Guerreiro jogasse. Rúben Neves, titular durante toda a fase de grupos, saiu para que Otávio, brasileiro naturalizado português e que estava lesionado desde a estreia, voltasse ao time. 

Em campo, o duelo começou equilibrado e o primeiro lance de perigo foi também o primeiro gol do jogo. Aos 17’, Guerreiro cobrou lateral para João Félix, que encontrou Gonçalo Ramos na área. O substituto de Cristiano Ronaldo dominou e bateu no ângulo direito do gol de Sommer. Um golaço indefensável. Era o início de uma noite péssima para Schär, zagueiro responsável por marcar Gonçalo na jogada. O atacante se tornou o jogador mais novo a marcar por Portugal em um mata-mata (21 anos e 169 dias), superando Eusébio (24 anos e 179 dias, em 1966). Esse gol desestruturou completamente a estratégia suíça de jogar defensivamente. Por se tratar de mata-mata, os suíços teriam que atacar.

Portugal ainda teve mais dois ataques que exigiram defesas de Sommer antes que, com 30’, a Suíça tivesse sua primeira e única chance no primeiro tempo: Shaqiri bateu falta de muito longe e a bola passou perto do canto esquerdo de Diogo Costa. Aos 33’, porém, em escanteio cobrado a partir da direita por Bruno Fernandes, o veterano Pepe subiu para marcar seu primeiro gol em competições por Portugal desde as oitavas de final de 2018, quando a Seleção das Quinas foi eliminada para o Uruguai. Pepe também se tornou o jogador mais velho a marcar um gol em mata-mata de Copa do Mundo. O zagueiro, que é alagoano, balançou as redes aos 39 anos e 283 dias, superando o camaronês Roger Milla, que marcou em 1990 por sua seleção, contra a Colômbia, aos 38 anos e 34 dias. 

Antes do término do primeiro tempo, a seleção portuguesa teve a chance de fazer mais um com Gonçalo Ramos. Bruno Fernandes encontrou o atacante, que bateu cruzado para grande defesa de Sommer, aos 43’

Segundo tempo: vai um chocolate, Suíça?

Murat Yakın voltou para o segundo tempo com uma alteração na defesa: Schär, de primeiro tempo muito ruim, deu lugar a Cömert. Mas nem deu tempo de sentir a diferença: aos 51’, Dalot fez jogada individual pela direita e, com desvio, encontrou Gonçalo Ramos e o menino fez mais um! 3 a 0 Portugal. Yakın, então, mexeu mais uma vez, colocando Zakaria, volante de intensidade física, e Seferović, atacante de referência, nos lugares de Freuler e Sow, dois meias de ligação. Mais uma vez, porém, Portugal foi fatal antes que qualquer uma das peças pudesse agir: um minuto depois das mudanças suíças, aos 55’, Gonçalo Ramos recebeu ótimo passe, girou e tocou para Guerreiro – sim, aquele que tinha entrado no lugar do melhor do mundo na posição – guardar o quarto de Portugal. Um passeio e prova de que Fernando Santos, estrategicamente ou não, estava certo em suas trocas. Três minutos depois, o gol de honra da Suíça. Em escanteio cobrado por Shaqiri, a bola desviou e sobrou para Akanji empurrar para as redes: 4 a 1. 

Mas o baile ainda não estava encerrado. Aos 67’, Bruno Fernandes, craque de Portugal na Copa, achou ótimo passe para João Félix, que serviu brilhantemente Gonçalo Ramos. O camisa 26 fez seu terceiro gol no jogo, tocando com estilo na saída de Sommer. Foi o primeiro hat-trick da Copa do Mundo do Catar, e o atacante se tornou o atleta mais jovem a marcar três gols em um mata-mata de Copa desde Pelé, em 1958, contra a França.

Um show. Gonçalo Ramos foi o primeiro jogador a fazer um hat-trick em seu primeiro jogo como titular em Mundiais desde Miroslav Klose, que fez três gols pela Alemanha em 2002. [Foto: Reprodução/Twitter @BleacherReport]

Murat Yakın ainda tentou mexer na equipe, mas sem sucesso, enquanto Fernando Santos sacou (não ao mesmo tempo) João Félix, Otávio, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Gonçalo Ramos para as entradas de Ricardo Horta, Rúben Neves, Vitinha, Rafael Leão e, finalmente, Cristiano Ronaldo. Com pouco tempo em campo e a posse de bola majoritariamente com a Suíça (58% no segundo tempo, algo nada usual para La Nati), o camisa 7 chegou a marcar um gol, mas em posição de impedimento. Ainda deu tempo de Rafael Leão receber de Guerreiro e bater com curva para fazer um lindo gol e fechar o placar em 6 a 1, aos 92’. Era a Suíça tomando de seu próprio veneno: o chocolate!

A verdade é que sim, Portugal jogou melhor sem ele, Cristiano Ronaldo, mas isso não significa que ele deva ser permanentemente reserva, tampouco que não tenha qualquer utilidade para o elenco. Um jogo como esse pode levar a conclusões precipitadas. A seleção suíça ter tomado seis gols pela primeira vez desde 1963 não significa que sua defesa é terrível, nem que o trabalho é péssimo. Por outro lado, Portugal marcar seis gols não quer dizer que a equipe, tão questionada no pré-Copa, é perfeita. A Suíça ter sofrido um gol logo no início também alterou o comportamento das equipes, e Portugal explorou os contra-ataques, especialmente pelo lado direito da defesa rival, que tinha um Edimilson Fernandes frágil defensivamente. O contexto é, mais do que nunca, importante, e Fernando Santos ressaltou isso quando disse que tanto Cristiano, como Cancelo, podem ser titulares no próximo jogo. Por ora, Gonçalo Ramos deve ser exaltado e Cristiano Ronaldo terá que compreender se a opção for para que ele fique no banco novamente. 

Problemas à parte, é inegável que Cristiano luta até o fim por sua seleção mais do que por qualquer clube, dentro de campo ou fora dele, como na final da Euro 2016. [Foto: Reprodução/Twitter @FOXDeportes]

Próximos passos

Portugal encara, no sábado (10), às 12h, em Al Thumama o Marrocos, sensação da Copa e que derrotou a Espanha nos pênaltis e melhor defesa ate agora. Quem vencer este confronto encara o vencedor do jogo mais esperado das quartas de final: Inglaterra x França. Do outro lado da chave, Brasil x Croácia e Holanda x Argentina decidem a outra semifinal. 

*A programação está no Horário de Brasília (UTC/GMT – 03:00)

Ficha Técnica

Portugal (4-3-3): Diogo Costa; Dalot, Pepe, Rúben Dias, Guerreiro; William Carvalho, Otávio (Vitinha, 74’), Bernardo Silva (Rúben Neves, 81’); Bruno Fernandes (Rafael Leão, 87’), Gonçalo Ramos (Cristiano Ronaldo, 73’) e João Félix (Ricardo Horta, 74’). [Arte: Ricardo Thomé]

Suíça (3-1-4-2): Sommer; Akanji, Schär (Cömert, 46’), Ricardo Rodríguez; Xhaka; Edimilson Fernandes, Sow (Seferović, 54’), Freuler (Zakaria, 54’), Ruben Vargas (Okafor, 66’); Shaqiri e Embolo (Jashari, 89’). [Arte: Ricardo Thomé]

Gols: Gonçalo Ramos (João Félix, s/ assistência e João Félix), 17’, 51’, 67’; Pepe (Bruno Fernandes), 33’; Raphaël Guerreiro (Gonçalo Ramos), 55’ e Rafael Leão (Raphaël Guerreiro), 90’+2 – POR / Manuel Akanji, 58’ – SUI
Cartões amarelos: Fabian Schär (43’) e Eray Cömert (59’) – SUI

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