Felipe Maia
School of Rock é um filme que mexe com meus ânimos. Confesso: Rock é a música que fala mais alto com meu coração e com meus ouvidos. Não há nada melhor que uma guitarra entre overdrives e virtuoses, o grave melódico de um baixo, uma bateria carregada e um vocal de personalidade. Muitos tentam fazer algo próximo disso. Poucos conseguem. Esses, os clássicos, são os verdadeiros mestres da Escola do Rock. São professores como Eric Clapton, John Bonham, Joey Ramone e Stevie Nicks, que inspiram o Sr. Schneebly (Jack Black) e fazem os atores-mirins gritarem: School’s Out!
Sendo impossível falar do filme sem falar de música, não vou lutar contra o gradiente. Afinal, foi ela que incitou a idéia de uma banda de rock formada por alunos bem-comportados e um professor nem tanto. Você há de concordar que andar pelado pelo corredor e escutar “uns róque” no último volume não são coisas muito comportadas. Pois era isso que o vizinho Jack Black fazia, segundo o roteirista Mike White. Dessa visão do inferno surgiu a idéia do filme, com a qual Black logo se empolgou, sabendo que poderia tocar suas músicas preferidas na telona. Não obstante, Jack Black também tem sua banda, a Tenacious D.
Comparado às crianças do filme, o Jack Black músico é um ótimo ator. Ele mesmo (quase) diz isso. Toda a molecada que forma a banda realmente toca seus instrumentos ou canta. A maioria tem ou teve projetos musicas, como as bandas de Joey Gaydos (o guitarrista Zack Mooneyham) e Kevin Clark ( o baterista Freddy Jones). Para completar o crew do som temos o diretor musical Randall Poster, que tem uma lista enorme de trabalhos, incluindo a série Lost e o filme Kids.
Então, quando você pensa que não dá pra falar mais de música, você descobre que está certo. Não fosse o fato de a banda Mooney Suzuki participar das filmagens; à exceção de mais de mil pessoas terem pedido ao Led Zepellin para liberar o uso da canção Immigrant Song na trilha sonora; e excluindo que o ator Lucas Babin (um dos guitarristas da No Vacancy) lançou um cd (?) na sua estada no Brasil (??), quando gravou a novela América (!!!). Felizmente o assunto música para Jack Black e turma não parece estar saturado. Não é à toa que vem a continuação do filme. Que continue, também, a herança das lendas do Rock’n’Roll. Longa vida ao bom, velho ou novo, mas verdadeiro Rock! — dentro e fora do cinema.