Na quarta-feira, 2, aconteceu a terceira e última rodada do Grupo G. Entraram em campo, no estádio Waikato, na Nova Zelândia, as argentinas contra as suecas. Apesar de o jogo ser decisivo, uma vez que o time vencedor avançaria para as oitavas de final, ganhar ou perder a partida não faria tanta diferença para a Suécia. Isso porque, desde o começo da Copa Feminina, as suecas se mostraram competentes ao vencerem todos os jogos da fase de grupos e acumularem seis pontos, ficando em primeiro lugar no grupo e garantindo sua vaga nas oitavas com antecedência.
Entretanto, se o cenário era bom para as suecas, para as hermanas, a situação era oposta. Apesar de carregar o futebol no sangue, a seleção sul-americana não obteve bom desempenho nos jogos anteriores e precisaria suar muito caso quisesse sonhar com o primeiro Mundial. Ainda assim, mesmo com pouquíssimas chances de se classificar para as oitavas, visto que, além de ganhar a partida, as argentinas dependiam do empate no jogo entre as sul-africanas e as italianas, elas não desistiram.
Primeiro tempo: Argentina se esforça para abrir o placar, mas não tem êxito
O primeiro tempo foi marcado pelo esforço das sul-americanas em abrir o placar. Com maior posse de bola, as hermanas lutaram para chegar à rede das inimigas. Entretanto, a seleção adversária não facilitava e, mesmo com a vaga garantida nas oitavas, em nenhum momento cogitaram diminuir o ritmo. Pelo contrário, mantiveram-se agressivas tanto no ataque, quanto na defesa. Das 28 faltas contabilizadas na partida, 21 foram cometidas pelas suecas.
O primeiro gol quase foi marcado por Schough. Aos 18’, a jogadora da seleção europeia arriscou da intermediária, mas a bola foi para fora. Se o primeiro gol não veio, a primeira falta, sim. Aos 19’, após tentar roubar a bola de Nuñez e derrubá-la no chão, Schough levou cartão amarelo. A falta só trouxe mais revolta para as suecas, que passaram a contra-atacar com mais força. Contudo, as hermanas estavam atentas e defendiam bem sua rede.
Aos 31’, as argentinas recuperaram a bola e arriscaram alcançar a área adversária com jogadas aéreas. A ideia era clara: lançar a bola o mais perto possível do gol das suecas para tentar abrir o placar. Apesar das tentativas, as sul-americanas não conseguiram ter êxito. Assim, o primeiro tempo terminou em 0 a 0.
Segundo tempo: Suécia domina o campo e ganha o jogo
Se no primeiro tempo, a Argentina se esforçou para abrir o placar, no segundo tempo, os holofotes se viraram para a Suécia. De volta à partida, a seleção europeia entrou em campo com a primeira substituição: saiu Segger e entrou Rubensson. Com excelentes passes, a seleção sueca chamou a atenção pelo bom trabalho em equipe. Aos 55’, Banini arriscou fazer o gol de fora da área, mas a bola foi para fora. Apesar de não ter conseguido, o esforço da jogadora fez a torcida ir à loucura. Mas não demorou muito para que o grito de “gol” pudesse sair.
Aos 65’, após receber na direita, Jakobsson cruzou na medida para Blomqvist, que acertou bem no fundo da rede e fez 1 a 0 para a Suécia. O gol do time adversário mexeu na formação das hermanas. Aos 72’, o técnico Gérman Portanova fez duas substituições de uma só vez: saíram Camila Gómez Ares e Julieta Cruz Navarrete (essa por lesão) para as entradas de Ippólito e de Gabriela Chávez. Já no primeiro tempo, Bonsegundo havia sido substituída por Falfán, por contusão.
As alterações ameaçaram a área das suecas. Com pouco tempo para tentar virar o jogo e ainda sonhando com a classificação, as hermanas passaram a investir nos contra-ataques. A ameaça foi sentida pelo técnico Peter Gerhardsson, que, aos 77’ realizou a troca de Jakobsson por Kaneryd. Logo depois, aos 79’, a seleção argentina mexeu mais duas vezes: entraram Lonigro e Yamila Rodriguez nos lugares de Falfán e de Larroquette.
Camila Gómez, camisa 17, da seleção argentina e Madelen Janogy, camisa 7, da seleção sueca [Imagem: Reprodução/Instagram FIFA Women’s World Cup]
Era evidente o desespero tanto da torcida, quanto do técnico e das jogadoras argentinas para sair do zero. Tal desespero, entretanto, custou a já remota chance de vitória das hermanas. Aos 88’, após agarrar Blomqvist na tentativa de impedir que a adversária chegasse ao gol, Gabriela Chávez teve falta apontada pela árbitra Salima Mukansanga, de Ruanda, e o pênalti foi marcado para a Suécia. A seleção, por sua vez, não desperdiçou a oportunidade: aos 90’, Rubensson bateu firme no canto direito da rede, não dando chances para a goleira Correa agarrar.
Com prorrogação de cinco minutos no segundo tempo, nossas hermanas ainda tentaram terminar a partida com dignidade. Aos 90’+1’, Yamila Rodríguez recebeu na esquerda e chutou cruzado, mas a bola foi defendida pela goleira. Peter Gerhardsson ainda queimou mais uma alteração, já nos acréscimos, e Blackstenius saiu para a entrada de Janogy.
Com vitória por 2 a 0, a Suécia avança para as oitavas como líder do Grupo G e com a segunda melhor campanha da Copa, atrás apenas do Japão. Na rodada seguinte, que aconteceu no sábado, 5, a seleção sueca enfrentou os Estados Unidos.
Se as argentinas tiveram suas esperanças derrotadas, as sul-africanas puderam sonhar mais um pouco. Ao vencer a Itália por 3 a 2, a seleção passou em segundo lugar no Grupo G e se classificou para as oitavas de final, onde enfrentou a Holanda.
Imagem de Capa: Reprodução/Instagram FIFA Women’s World Cup