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‘Terrifier 2’ e a sexualização de menores

Além de uma premissa fraca e já conhecida pelos espectadores de slashers, ‘Terrifier 2’ se escora na conotação sexual de personagens femininas para ganhar alguma simpatia do público

Nas últimas semanas, uma criadora de conteúdo do tiktok viralizou com análises sobre  vídeos que possuem subtexto sexual. Por mais inocentes que alguns conteúdos possam parecer, muitos vídeos de truques inúteis, pessoas fazendo nojeiras na cozinha e brincadeiras sem sentido são feitos para agradar sexualmente algum público. Em Terrifier 2 (2022), essa intenção é quase explícita.

O filme se passa um ano depois do ataque brutal do palhaço assassino Art (David Howard Thornton) à uma dupla de amigas. Na continuação, Art ressuscita e escolhe a próxima vítima: a família de Sienna (Lauren LaVera). 

Sienna é ligada ao palhaço por seu pai, um artista que morreu e deixou para a família um presságio sobre Art, em um caderno com desenhos de desenhos. A conexão entre os dois personagens não faz sentido — na verdade, muitos elementos do filme não fazem —, e não é explicada em nenhum momento. 

Sienna é colocada no caderno de desenhos do pai como a personagem capaz de neutralizar o palhaço assassino, e ela, obcecada pela personagem, decide usar os figurinos desenhados como fantasia de Halloween. A roupa é parecida com a armadura da Mulher Maravilha: uma mini saia, top com seios avantajados e braceletes dourados, além de um par de asas de anjo. Um traje extremamente sexualizado para uma adolescente.

É dentro desse cenário que se encaixa a análise sobre o conteúdo sexual não explícito do filme. As cenas de luta protagonizadas por Sienna são extremamente peculiares nesse sentido, com uma adolescente em roupas provocativas, suja de sangue, lutando para proteger o irmão menor. Em uma cena específica, Art a aflige com uma espécie de chicote. 

Sienna em seu traje se afogando dentro do seu pesadelo sobre o palhaço assassino. [Imagem: Divulgação/A2 Filmes]

Diante da extrema violência do filme, detalhes como esse podem passar despercebidos. Afinal, em Terrifier 2, o modus operandi do palhaço assassino é muito mais chocante. Art não poupa as vítimas e as cenas são desconfortáveis de assistir, o que explica porque muitos espectadores passaram mal na exibição do filme nos Estados Unidos.

Em geral, a história é fraca e pode ser acompanhada mesmo por um espectador que não tenha assistido ao primeiro filme. Art, o palhaço assassino é só mais um personagem batido dos Slashers, com um quê de fantasia que lembra a uma imitação má sucedida de Pennywise, de It: A Coisa (It, 2017). Os 138 minutos de duração são sofridos, e não por causa de um suposto medo do palhaço, mas pela péssima atuação, sexualização de menores (mesmo que a atriz que interpreta a Sienna seja maior de idade) e pontos de virada extremamente maçantes. Há a sensação que o filme nunca acaba.

O longa tinha potencial para ser muito melhor, ou pelo menos ser um filme que o público ama odiar. Thornton, o ator por trás de Art, é muito bom e a direção de Damien Leone não é ruim, apenas é cansativo esperar que algo realmente bom aconteça em Terrifier 2, sem a sensação de estar assistindo a um porno bizarro na tela do cinema. Por fim, Art pode deixar um questionamento para os espectadores ao final do filme: quando nós, como sociedade, vamos superar os palhaços assassinos? Espero que antes de uma continuação para Terrifier.

O filme será lançado nos cinemas dia 29 de dezembro. Confira o trailer dublado:

*Imagem de capa: A2 Filmes

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