Uma das histórias mais difundidas de espíritos é essa: a pessoa morre antes de completar algo importante e assombra os mocinhos até que ela realize o feito e possa finalmente descansar. Mas e quando a última necessidade da pessoa envolve matança? Pior, e se o espírito do mal está apossado do corpo de seu filho? Essa é a trama de Maligno (The Prodigy, 2019)
Com uma história que lembra muito o clássico A Profecia (The Omen, 1976), o filme conta com um trabalho técnico e visual que merecem destaque. Isso já acontece logo de cara nas primeiras cenas: duas histórias diferentes – mas aparentemente conectadas – são mostradas alternadamente. Uma sobre a morte de um serial killer em Ohio e a outra sobre o nascimento de um menino na Pennsylvania. A alternância causa uma tensão clara, pois não sabemos a relação entre os eventos e nem se eles ocorrem ao mesmo tempo.
Maligno, apesar do que se espera de um filme desse subgênero do terror, nos pega psicologicamente em vários momentos. É impossível não sentir o drama da mãe Sarah (Taylor Schilling) gradualmente entendendo a desgraça que está se abatendo sobre seu filho Miles (Jackson Robert Scott). Em uma cena de provocar imensa empatia, por exemplo, o garoto pede para dormir na cama da mãe: a expressão de agonia de Schilling é de cortar o coração toda vez que Miles a acaricia.
Apesar desses pontos fortes, o que mais acaba ficando na cabeça é a enorme dependência do filme com seu “mestre” A Profecia. O drama familiar causado pelo comportamento abominável do filho, os dilemas envolvendo a relação entre pais e filhos, e certas cenas que mais parecem refilmagens – incluindo o final – fazem você não tirar o filme de 1976 da cabeça.
Para uns, Maligno pode ficar marcado como um dos melhores filmes de terror do ano. Para outros, não será nada mais do que uma homenagem tosca.
O filme estreia dia 14 de março nos cinemas. Confira o trailer:
por Bruno Menezes
brunomenezesbaraviera@gmail.com