Ricky Hiraoka
Em geral, o maior obstáculo de um casamento arranjado é a noiva não querer subir ao altar com o seu prometido. Entretanto, o que atrapalha a realização do casamento da alemã Inge Altenberg ( Elizabeth Reaser) e Olaf Torvik (Tim Guinee) é bem mais complexo. Sem falar quase nada de inglês, Inge chega aos Estados Unidos para se casar com Olaf. Porém, durante a cerimônia, descobre-se que a moça não possui os documentos necessários para o matrimônio aconteça. Tudo é cancelado e Inge é obrigada a ir viver com o simpático Frandsen (Alan Cumming) e sua família até regularizar sua situação.
O que poderia ser um dramalhão, o diretor Ali Selim transformou em uma história envolvente e sensível. Em Verdadeiro Amor, tudo é minimizado. E esse é o maior mérito do filme. Os olhares e os gestos são discretos, mas relevadores; os problemas, apesar de parecerem sem solução, são pequenos diante de sentimentos como amor ou amizade. As atuações contidas dos dois protagonistas ajudaram a deixar o filme mais verossímel. Elizabeth Reaser e Tim Guinee construiram personagens críveis.
O enredo de Verdadeiro Amor pertence a um genêro em extinção no cinema atual: as histórias de amor puras estruturadas a partir do otimismo e da simplicidade. O filme mostra que nem o moralismo idiota ou os diferentes costumes impedem o surgimento do amor.