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Uma ilha entre a realidade e a ficção

Escrito em 1979, o livro “A Ilha” pode dar um nó em sua cabeça quando mistura fatos reais e ficção. A ideia da narrativa surgiu ao autor Peter Benchley a partir de uma estatística divulgada pela guarda costeira norteamericana. Segundo os dados, haviam desaparecido mais de 600 barcos (e mais de 2 mil pessoas) na …

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Escrito em 1979, o livro “A Ilha” pode dar um nó em sua cabeça quando mistura fatos reais e ficção. A ideia da narrativa surgiu ao autor Peter Benchley a partir de uma estatística divulgada pela guarda costeira norteamericana. Segundo os dados, haviam desaparecido mais de 600 barcos (e mais de 2 mil pessoas) na região do Triângulo das Bermudas entre 1975 e 1977.

Na ficção, é essa mesma estatística que faz o jornalista Blair Maynard viajar até as ilhas Turcas e Caicos no Mar do Caribe, para tentar desvendar o mistério. Lá, ele e seu filho são capturados por um grupo de piratas, que vivem saqueando barcos como se ainda estivessem no século XVII. Essas pessoas, praticamente isoladas do resto do mundo, estariam ali desde a chegada do pirata francês Jean David François Nau, ou François L’Olonnais (que realmente existiu e atuou no Caribe por volta de 1660).

Nas telonas

A história foi adaptada para os cinemas em 1980, com um filme homônimo dirigido por Michael Ritchie. A adaptação foi estrelada por Michael Caine e David Warner, e seu roteiro foi escrito com a colaboração do autor Peter Benchley. Mesmo assim, a recepção dos críticos não foi boa e ainda teve Michael Cane e Michael Ritchie nomeados como pior ator e pior diretor, respectivamente, no “prêmio” Framboesa de Ouro.

Ainda que essa não tenha sido um sucesso, outra obra de Benchley conseguiu uma grande aceitação do público quando trazida para as telonas. “Tubarão”, lançado em 1974, foi transformado em filme sob a direção de Steven Spielberg um anos após o lançamento do livro. Em algumas semanas, o filme arrecadou mais de 120 milhões de dólares e se consagrou como o filme de maior bilheteria até então.

Piratas, bucaneiros e corsários

No livro, o autor se refere ao grupo saqueador como “bucaneiros”, figuras que realmente estiveram presentes na história mundial. Essa nomenclatura identifica um tipo de piratas franceses que, por volta de 1600, aportaram na região da ilha de Hispaniola, atual Haiti. O nome vem da palavra francesa “bucan”, que designava a grelha utilizada pelos piratas para defumar carne.

Assim que se apossaram da colônia espanhola que vivia naquela ilha, os bucaneiros criaram suas próprias regras e deixaram de obedecer a alguém – estilo de vida que acabou atraindo muita gente para lá e que também foi retratado no livro de Benchley. Entre essas pessoas que migraram para a região, estavam ex-presidiários, escravos fugidos e, inclusive, perseguidos da igreja Católica.

Em 1620, a Espanha resolveu retomar as rédeas da colônia e expulsou os bucaneiros da ilha. Eles, portanto, escolheram a ilha de Tortuga como seu novo destino, mas continuaram praticando a pirataria, atacando principalmente embarcações espanholas. No fim, toda a região das Antilhas ficou conhecida pela violência com que os bucaneiros atuavam.

Esse tipo de pirata pode ser associado aos corsários, saqueadores que, com a Carta do Corso, tinham permissão para atacar e saquear navios inimigos, sem que isso fosse considerado um crime. A carta era emitida por países que não tinham suas próprias colônias ou tinham poucas delas, o que limitava seus lucros na exploração. Esse documento que autorizava a perseguição de outras tripulações servia como incentivo para que os ataques aos inimigos acontecessem. A atividade, portanto, tornava-se legal e tributável, desde que não prejudicasse navios da própria nação.

O autor

Mundialmente famoso pela obra “Tubarão”, Peter Benchley veio de uma família de escritores e manteve esse legado com sucesso. Nascido em Nova York em 1940, ele se formou em inglês pela Universidade de Harvard, em 1961. Já chegou a trabalhar em veículos como Washington Post e Newsweek, além de, no governo de Lyndon B. Johnson, ter ocupado o cargo de ghost writer na Casa Branca. Essa função é basicamente exercida por um profissional de alto nível, que presta serviços de redação de textos quando alguém não tem tempo ou não leva jeito para escrever.

Benchley morreu em fevereiro de 2006 e deixou várias obras renomadas, tanto em livros quanto na televisão. Além de “Tubarão” e “A ilha”, ainda escreveu “A garota do mar de Cortez”, livro lançado em 1982, e “The Beast”, adaptado em um filme para a TV, em 1996, intitulado em português como “A fera do mar”.

Por Carolina Shimoda
carol.shimodab@gmail.com

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