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2ª Semana da Jornalismo Júnior | 3º Dia – Grandes Coberturas de Conflitos Armados

Tendo como tema “Cobertura de Conflitos Armados”, o terceiro dia da 2ª Semana da Jornalismo Júnior já começou um sucesso. Para essa noite, foram convidados os jornalistas Bruno Paes Manso e Leão Serva, que com a mediação da jornalista Patricia Campos Mello, foram responsáveis por trazer uma discussão interessante e acalorada para toda a plateia. …

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Tendo como tema “Cobertura de Conflitos Armados”, o terceiro dia da 2ª Semana da Jornalismo Júnior já começou um sucesso. Para essa noite, foram convidados os jornalistas Bruno Paes Manso e Leão Serva, que com a mediação da jornalista Patricia Campos Mello, foram responsáveis por trazer uma discussão interessante e acalorada para toda a plateia.

A noite começou com os diretores apresentando o núcleo JPress, que é o espaço dentro da Jornalismo Júnior responsável por realizar grandes reportagens e tratar assuntos importantes de maneira mais detalhada. Logo após, houve uma breve apresentação da vida profissinal de cada um dos palestrantes.

Bruno Paes Manso, jornalista da Ponte Jornalismo, começou a palestra falando sobre a cobertura de assuntos relacionados à violência em São Paulo. Segundo ele, é preciso compreender as ações humanas para entender a origem dos conflitos que muitas vezes estão relacionados à questões politicas e religiosas. Bruno também falou sobre os índices da violência urbana em São Paulo e como eles diminuíram nos últimos anos.

Antes de se apresentar, Leão Serva decidiu mostrar um trecho do filme “Bem-vindo a Sarajevo” em que é mostrado o papel do jornalista em uma cobertura de guerra, que no caso era a Guerra da Bósnia. Serva, que trabalha como colunista da Folha, decidiu mostrar um trecho deste filme porque ele próprio estava fazendo a cobertura dessa guerra. Segundo Serva, a falta do estudo de história dos jornalistas faz com que eles considerem surpreendente um conflito que poderia ser facilmente previsível. Ele ainda ressaltou os altos índices de violência urbana podem passar despercebidos e completou dizendo que “é difícil perceber o momento em que o índice de violência se torna uma guerra”.

E então chegou a vez de Patricia Campos Mello se apresentar. Para isso, ela mostrou um vídeo de uma reportagem chamada “Estado Islâmico e o extermínio étnico no Iraque“, em que a própria jornalista estava em uma área de conflito. O vídeo fala sobre mulheres que fazem parte da minoria religiosa yazidi que foram sequestradas e estupradas por facções terroristas. Patricia ressaltou como vídeos de jornalistas sendo decapitados se tornam virais e viram manchete enquanto a história de mulheres estupradas muitas vezes são ignoradas pela mídia. Para Patricia, a população em geral tem uma visão glamourizada sobre coberturas de guerra que muitas vezes não corresponde à realidade.

Após as apresentações iniciais, Patricia fez uma pergunta para Serva sobre as principais mudanças que ocorreram nos últimos anos em relação à forma de fazer coberturas de guerra. Serva disse que o jornalista precisa dominar todas as tecnologias de ponta (como edição de vídeo e máquinas fotográficas) para se tornar um bom repórter e fazer uma cobertura com maior qualidade. Servo também ressaltou que, atualmente, os conflitos se tornaram mais “informais” e com fronteiras não tão definidas, fazendo com que jornalistas arrisquem suas vidas ultrapassando limites em áreas de conflito.

Foi a vez de Bruno Paes Manso ser perguntado sobre a forma como a violência urbana é mostrada nos telejornais diários. Bruno falou sobre como alguns programas que em tese deveriam ser jornalísticos, mas que na realidade se tornaram de entretenimento, explorando a violência e passando a ideia de uma cidade muito mais violenta do que realmente é. “Jornalismo é mostrar o que as pessoas não querem ler, e o que elas não querem ler não dá ibope nem clique”, completou o jornalista.

Patricia perguntou aos palestrantes sobre o papel do freelancer nas coberturas de conflitos armados. Serva começou dizendo sobre como em todo o mundo está ocorrendo demissões em massa de jornalistas, que após perderem o emprego passam a atuar como freelancers e a fazer coberturas de guerras de forma despreparada. Serva também ressaltou que existem cursos para jornalistas aprenderem como se comportar durante coberturas de conflitos e como evitar exposições à riscos. Bruno Paes Manso, que se identificou em uma fase de transição do jornalismo diário para o jornalismo livre, disse que o trabalho como freelancer garante uma maior liberdade de opinião.

Um membro da plateia fez uma pergunta sobre os principais requisitos para cobrir guerras. Serva falou sobre a importância de ter conhecimento sobre politica internacional e ler noticias dos países em conflito para estar preparado caso ocorra alguma guerra. Para finalizar, Serva disse que “não há nada melhor no mundo do que cobertura de guerras” e como isso faz o jornalista sentir que está fazendo parte da história.

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Após o fim da palestra, ocorreu o sorteio de 1 ano de assinatura grátis da Revista Piauí. E então, chegou ao fim a terceira noite da 2ª Semana da Jornalismo Júnior. O evento conta com mais dois dias de palestras, sendo na quinta-feira a cobertura de eventos esportivos, e na sexta-feira a cobertura de desastres naturais.

Por Carina Brito
carinadsbrito@gmail.com

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