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Amistoso contra os All Blacks Maori fecha o brilhante ano do Brasil no rugby

Por Caio Santana e Tiago Medeiros Em partida marcante e histórica, a Seleção Brasileira de Rugby enfrentou a equipe da Nova Zelândia em pleno Estádio do Morumbi. Todos os aspectos que antecederam a batalha campal protagonizada pelas duas seleções e seus resultados e reflexos foram apurados pela equipe do Arquibancada, que conferiu in loco a partida. E que, agora, conta …

Amistoso contra os All Blacks Maori fecha o brilhante ano do Brasil no rugby Leia mais »

Por Caio Santana e Tiago Medeiros

Em partida marcante e histórica, a Seleção Brasileira de Rugby enfrentou a equipe da Nova Zelândia em pleno Estádio do Morumbi. Todos os aspectos que antecederam a batalha campal protagonizada pelas duas seleções e seus resultados e reflexos foram apurados pela equipe do Arquibancada, que conferiu in loco a partida. E que, agora, conta todos os detalhes do confronto.

(Imagem: Caio Santana/Jornalismo Júnior)

No último sábado, dia 10 de novembro, o estádio do São Paulo foi palco de uma surpreendente página na história do rugby brasileiro. Nossa seleção encarou o All Blacks Maori, forte time da Nova Zelândia, funcionando como seleção secundária do arquipélago. Sua composição é exclusivamente feita por jogadores de descendência comprovada dos povos Maori, que chegaram na ilha há cerca de 800 anos. Com um total de 34.541 torcedores, o evento teve dois ápices: a partida que todos estavam esperando e a haka.

A dança típica que os maori realizam era usada como uma forma de colocar medo em adversários e inimigos nos conflitos do povo. Resgatando suas raízes, os All Blacks Maori introduziram a dança no início de suas partidas há mais de um século. Hoje, a seleção principal da Nova Zelândia, os All Blacks, também iniciam suas partidas com a haka, e a dança tornou-se um símbolo de identificação da seleção neozelandesa.

Marca registrada dos All Blacks, a Haka chama a atenção de todos os espectadores (Imagem: Caio Santana/Jornalismo Júnior)

Representando o melhor do rugby presente no país localizado na Oceania, os All Blacks Maori são superados apenas pela seleção nacional, tricampeã mundial de rugby. A Nova Zelândia é considerada a melhor seleção do mundo e atualmente ocupa o primeiro lugar no Ranking Mundial do esporte nas modalidades masculina e feminina.

Período histórico para o Brasil

A seleção vive seu melhor momento na história. Neste 2018, o Brasil Tupis (nome que está em processo de mudança), como também são chamados, foram campeões do Campeonato Sul-Americano 6 Nações, desbancando a forte favorita Argentina. Essa foi a primeira vitória do Brasil sobre os hermanos em toda história. Os brasileiros perdiam de 33 a 0 e conseguiram terminar a partida, de virada, com 36 a 33, em Buenos Aires, no dia 12 de maio de 2018.

E não para por aí. Nosso país vem colecionando importantes vitórias sobre países tradicionais no esporte, inclusive do Velho Continente. EUA, Canadá, Portugal, Chile, Colômbia, Bélgica e Geórgia foram os países derrotados. Esses dois últimos em jogos realizados na Europa, em Bruxelas e em Tbilisi, respectivamente.

Dos últimos cinco jogos, o Brasil soma três vitórias e duas derrotas. A última foi justamente contra o All Blacks Maori, em casa, com o maior público de rugby que o Brasil já levou a um estádio.

Trazer esse forte time para o Brasil representa a consolidação de um importante momento que o esporte está passando no Brasil. O All Blacks Maori está fazendo um tour pelas Américas e enfrentou, no dia 3 de novembro, os Estados Unidos em Chicago, levando a melhor sobre os norte-americanos, ao vencer por 59 a 22.

Em um jogo no qual o corpo a corpo é quase regra, a seleção brasileira conseguiu um desempenho muito satisfatório contra os fortes e altos neozelandeses. Nem mesmo a chuva que caiu durante todo o período da partida foi um empecilho para o seu desempenho e a emoção do público presente, que buscou incentivar o time durante cada lance.

Quando a bola oval voou

A partida teve seu início às 19h15, horário de Brasília, e, mesmo com o tempo nublado, o céu ainda mantinha-se claro. O gramado do Morumbi resistiu bem à chuva incessante e manteve-se muito bom para a prática do rugby, graças a um bom sistema de drenagem.

A seleção da Nova Zelândia começou com ritmo muito forte e, logo aos três minutos, Isaia Walker-Leawere anotou o primeiro try da partida. Após o chute de bonificação, o placar do Morumbi já marcava 7 a 0 para os Maori.

O time brasileiro tentava engrenar na partida e resistia muito bem às investidas do adversário. Até houve uma oportunidade da seleção nacional marcar aos 21 minutos, porém a equipe desperdiçou o penalty kick, e quem voltou a marcar foram os visitantes.

Aos 30 minutos da primeira etapa, Ash Dixon, o capitão dos neozelandeses, cruzou a linha e colocou a bola oval no chão dentro do in goal do Brasil. Após a conversão, a vantagem dos Maori passou a ser de 14 pontos de diferença. Assim, encerrou-se o primeiro tempo, e depois dos 15 minutos de intervalo, aconteceu o que a gigantesca massa brasileira presente no estádio queria ver.  

Seleção Brasileira demonstrou belo desempenho contra os Maori (Imagem: Caio Santana/Jornalismo Júnior)

O Brasil voltou muito incisivo no retorno ao campo, e as traves, diferentes das usuais que residem no gramado do Morumbi, apareceram de forma importante na pontuação do Brasil. Por ironia do destino, fora protagonizada por um neozelandês naturalizado brasileiro.

Joshua Reeves, mais conhecido como Josh, anotou em um penalty kick os três pontos para o Brasil, aos 10 minutos do segundo tempo. O chute na bola oval, feito pelo camisa 10 da seleção, tocou caprichosamente a trave direita antes de entrar na baliza. Para delírio dos torcedores brasileiros, 14 a 3 e diferença no placar diminuída.

Dali em diante, o Brasil não voltou a pontuar e em três oportunidades, aos vinte e dois, vinte e oito e já nos instantes finais da partida, novamente Ash Dixon, Jackson Hemopo e Jonah Lowe, respectivamente, conseguiram marcar tries, além das pontuações de bonificação, e o placar final marcado no estádio do Morumbi foi 35 a 3, favorecendo os Maori. O resultado foi visto pela equipe brasileira e por muitas especialistas como bom, dadas as circunstâncias e o poderio da seleção neozelandesa.   

Tradição maori?

O rugby, apesar de originário na Inglaterra no século 19, faz grande sucesso nos países da Oceania. Muitas vezes invisível, o continente cujo maior país é a Austrália, é composto por muitas ilhas e arquipélagos, que possuem os povos maori como verdadeiros donos dessas terras acima do mar.

União da equipe neozelandesa (Imagem: Tiago Medeiros/Jornalismo Júnior)

Dos 20 maiores ranqueados mundiais do masculino na atualidade, quatro nações são da Oceania: Nova Zelândia (1°), Fiji (10°), Tonga (11°) e Samoa (16°). Todos eles estão classificados para a Copa do Mundo de Rugby Union de 2019, a se realizar no Japão de 20 de setembro a 2 de novembro.

A visão de quem esteve em campo

Ao final da partida, foram concedidas, ali mesmo na beira do gramado do Morumbi, entrevistas e muitas fotos pelos jogadores de ambos os times. Houve também a entrega de um troféu para parabenizar os Maori pela vitória, além da entrega de camisas do São Paulo Futebol Clube para os capitães das duas equipes.

Entrega do troféu aos vencedores (Imagem: Tiago Medeiros/Jornalismo Júnior)

Depois de atenderem as equipes de televisão, os jogadores brasileiros, em principal, foram muito solícitos com a imprensa e estenderam-se em quase 30 minutos concedendo depoimentos.

Quando perguntado pelo Arquibancada sobre o marco que a partida causou na história do rugby brasileiro, o capitão Felipe Sancery não poupou palavras para engrandecer a ocasião. “Com certeza é algo muito grande! Olhando o Instagram e outras redes sociais você vê coisas sobre o jogo e tudo mais. Então, com certeza teve um impacto muito positivo para a gente, para o rugby brasileiro em si. Vai criar uma curiosidade nas crianças, as pessoas vão procurar mais informações sobre e vão encontrar locais próximos para praticar. O rugby é praticado no país inteiro. Dessa forma, elas vão se desenvolver dentro e fora de campo, porque é isso que o rugby proporciona”.

Também abordado pela nossa equipe, o autor da pontuação brasileira, Josh Reeves demonstrou muita sobriedade no feito conquistado, quando questionado sobre a sensação de marcar em um jogo de tanta importância: “É especial, com certeza. Na verdade, eu acho que eu errei o chute, mas a energia da torcida acabou trazendo ela para dentro. Isso foi muito bom!”

E, dessa forma, encerrou-se o dia histórico para o rugby no Brasil. O resultado foi o que menos importou para os milhares de torcedores que acompanharam ao vivo, e de todos os cantos do país e do mundo, a realização dessa partida inesquecível para todos que gostam do esporte. Com certeza, esse evento abrirá margem para que outros mais aconteçam e a modalidade ganhe ainda mais visibilidade nacional. O que fica marcado desse dia 10 de novembro de 2018 é o aparecimento da imagem do rugby no senso dos brasileiros, como mais uma paixão para seguir acompanhando.

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