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Antes que acabe: um registro da memória arquitetônica e afetiva paulistana

Embora se percam em meio à tantos prédios erguidos e outros grandes empreendimentos construídos, belas e antigas casinhas e sobrados – típicos da cidade de São Paulo antes do processo de verticalização – continuam deixando um bocado mais humanas as ruas da capital e encantando quem passa por elas, como se tivessem vida própria. Ainda …

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Embora se percam em meio à tantos prédios erguidos e outros grandes empreendimentos construídos, belas e antigas casinhas e sobrados – típicos da cidade de São Paulo antes do processo de verticalização – continuam deixando um bocado mais humanas as ruas da capital e encantando quem passa por elas, como se tivessem vida própria. Ainda assim, vão desaparecendo pouco a pouco da paisagem urbana. Mas, “antes que acabem”, foram eternizadas nos traços do artista e antropólogo paranaense João Galera.

Entre desenhos em nanquim sobre papel, em posca sobre parede e estampados em estandartes, sessenta registros das tradicionais construções paulistanas compõem a mostra Desenhando a cidade: Antes que acabe, em exposição no Museu da Casa Brasileira até o dia 31 de julho.

A mostra, que é de uma sutiliza e sensibilidade que não cabem nas três pequenas salas do MCB ocupadas com registros de casas e sobrados dos bairros de Pinheiros, Vila Mariana e Bela Vista (Bixiga), é resultado de, aproximadamente, seis meses de trabalho. Em São Paulo desde novembro de 2011, é durante suas caminhadas pelos bairros que João escolhe estética e intuitivamente as casas que serão desenhadas por ele posteriormente, a partir de fotos tiradas pelo celular mesmo. “Eu busco o olhar do passante, do viajante, da pessoa que anda pela cidade e a observa”.

Mural interno da exposição Antes que acabe, feito em posca sobre parede. Imagem: Divulgação/João Galera

Durante o processo de criação, conta que o que lhe chamou mais atenção foi a relação que as casas têm com a memória afetiva das pessoas, seja através de lembranças ou de imaginação. “Muitas pessoas se emocionam na exposição, pois faz lembrar de algum “lugar” do passado, da infância…”. Também fala sobre a “personalidade” que as casas têm e que busca registrar: “a janela aberta, a cortina aparente, um vaso ou um balanço”.

Quando questionado sobre a receptividade do público em relação ao seu trabalho, afirmou que está sendo melhor do que imaginava. “Muitas pessoas me escrevem parabenizando ou agradecendo pelo trabalho e também sugerindo casas para desenhar”.

 

Novos caminhos para o projeto: livro e segunda etapa

Aqueles que não puderam ir até a exposição, ou que foram e ficaram com vontade de levar um pedacinho dela pra casa, poderão ter acesso ao trabalho de Galera através do livro Antes que acabe, que além dos 47 desenhos em nanquim que compõem a mostra, reúne mais 11 de outra exposição que realizou em Boston anteriormente. O livro está sendo impresso por meio de financiamento coletivo, e pode ser adquirido através do site Partio. O prazo para a captação vai até o dia 24 desse mês e o lançamento do livro ocorrerá, gratuitamente, no Museu da Casa Brasileira, no dia 31 de julho, às 14 horas.

Além do livro, Galera pretende dar continuação ao Antes que acabe numa segunda etapa do projeto, levando-o para outros bairros de São Paulo, como Lapa, Mooca e Ipiranga, e também para outras cidades.

 

Serviço

Desenhando a cidade: Antes que acabe

Local: Museu da Casa Brasileira

Endereço: Av. B. Faria Lima, 2.705, São Paulo – SP; tels: (11) 3032-3727/ 3026-3900

Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h, até dia 31 de julho

Custo: R$ 7,00. Crianças até 10 anos e maiores de 60 anos não pagam. A entrada é gratuita aos sábados, domingos e feriados

 

Por Marcella Affonso
mm-affonso@live.com

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