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As redes sociais, o jornalismo e a internet na Campus Party

Dentre as questões mais presentes na 11ª da Campus Party as discussões sobre redes sociais e internet têm tido destaque, com workshops sobre canais no youtube, debates sobre cyberbullying e apresentações sobre fake news. Uma das principais dentre essas palestras foi a “Sou social media e agora?”, por Rafaela Mendes. Em menos de uma hora, …

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Dentre as questões mais presentes na 11ª da Campus Party as discussões sobre redes sociais e internet têm tido destaque, com workshops sobre canais no youtube, debates sobre cyberbullying e apresentações sobre fake news.

Uma das principais dentre essas palestras foi a “Sou social media e agora?”, por Rafaela Mendes. Em menos de uma hora, Mendes explicou, de uma maneira bem didática, como e quando postar nas redes sociais a fim de se obter sucesso para uma empresa. Ela começou explicando as milhares de funções de um social media, termo bastante em voga atualmente com a expansão cada vez maior das marcas nas mídias sociais. Tal profissional, de acordo com Rafaela, pode atuar nas seguintes áreas: assessoria, criação, análise de dados, cultura organizacional, trabalho visual, entre várias outras. Além disso, explicou que o Instagram é a melhor rede para se investir atualmente, por conta de seu rápido crescimento no Brasil. Também, deu algumas dicas de gerenciamento de perfis e páginas de empresas, como o uso de algumas hashtags e os melhores horários para postagens em cada rede.

O Palco Steam contou com a participação dos youtubers Ibêre Thenório, do canal “Manual do Mundo”, com quase 10 milhões de inscritos, e os donos do canal BláBláLogia, Pirula e Emílio Garcia, 130 mil inscritos. O bate-papo foi super descontraído, os três foram responsáveis por esclarecer algumas questões sobre o papel do Youtube como fonte de educação e incentivo à ciência. Explicaram a dificuldade de produzir conteúdos com embasamento científico na internet, porque ao mesmo tempo em que há uma preocupação com tudo que é colocado nos vídeos, existem canais que misturam conteúdos de ciência com algumas teorias da conspiração. Esse fator acaba gerando uma forte dubiedade no conhecimento que está sendo transmitido. Algumas pessoas acabam propagando como verdade absoluta algo que é extremamente contestável e sem embasamento.


A grande questão da roda conversa foi a discussão sobre o movimento anticiência que está crescendo na web: correntes de pensamentos que eram separadas, encontraram na internet um modo de se unir. Pessoas que negavam somente a existência do aquecimento global, do heliocentrismo, evolução ou até mesmo a eficácia da vacina, agora estão dentro de um grande combo que recusa todo conhecimento da humanidade, adquirido ao longo de milhares de anos. Então, tome bastante cuidado para não se deixar convencer por vídeos que não apresentam estudos, dados e pesquisas que podem ser verificadas por qualquer pessoa. Isso porque a ciência possui um método para chegar em determinadas conclusões, e aqueles que a usam como fonte trabalho, precisam comprovar tudo que está sendo dito.


Outra palestra interessante foi sobre “Boatos e fake news: como checar informações na era digital?”, na qual Isabela Pimentel deu algumas dicas que como verificar a veracidade de alguma notícia, com base nos critérios de agências de checagem, como a Lupa e Aos Fatos. Para começar, diferenciou métodos de verificação de notícias: fact-checking para desinformação, debunking para boatos e verification para vídeos e imagens. Depois, ensinou algumas noções básicas do fact-checking. São elas:

– Analisar a relevância do assunto;
– Checar dados, históricos, estatísticas, comparações;
– Procurar por fontes confiáveis para confirmar ou refutar aquela informação;
– Desconfiar de títulos absurdos;
– Pesquisar o assunto em outros veículos de grande alcance;
– Ficar atento à data de publicação da notícia;

Além disso, Isabela mostrou que a possibilidade de uma fake news parar de se propagar em seu efeito cascata é quase inexistente sem um contraboato, ou seja, alguém desmentindo aquela informação com dados e fontes relevantes. De acordo com ela e com a pesquisadora Raquel Recuero, esses boatos são compartilhados nas redes sociais por conta da rede de influência que a internet cria, isto é: você compartilha uma postagem sem ler porque ela chegou a você através de alguém que você confia.

O Palco Creativity apresentou a palestra “Vamos falar de cyber bullying e intolerância nas redes sociais?”, que foi a grande cereja do bolo na Campus Party. Nátaly Neri, do canal de YouTube “Afros e Afins” e Susanna Lira, diretora da série “Rotas do Ódio” que estreará no Canal Universal em 2018, foram responsáveis por realizar um debate super enriquecido sobre o combate aos crimes de ódio ligados ao preconceito racial e de gênero, que aliás, é o tema principal da série.
Ao contar como surgiu a vontade de ser criadora de conteúdo para a web, Nátaly revelou que já era um objetivo desde o princípio abordar assuntos ligados a questões sociais, de gênero e sexualidade. Tudo com um viés bastante político (sem ser partidário), e de maneira nenhuma nega essa questão. Logo de cara, para um desavisado que cai de paraquedas em seu canal e se depara com uma mulher falando desses temas, costuma chacoalhar um pouco as ideias. Porque abordar conteúdos que não são bem vistos na sociedade, e que de certa forma ainda são considerados tabu, é um grande problema para aqueles que estão em posição de poder na estrutura social. É difícil para algumas pessoas abdicarem dos seus privilégios e reconhecerem os direitos do outro. Ainda mais na internet, onde tudo se torna mais complicado devido à presença do anonimato.

“Quando eu vou para o Youtube, um espaço teoricamente democrático, de livre acesso, em que eu exponho esses meus pensamentos. Falo da liberdade da mulher, dos direitos da mulher negra. Aí eu começo a ser perseguida”. São inúmeros os casos que Nátaly relatou sobre essa questão. Tudo muito assustador, pensar que alguém possa sofrer ameaças só por falar que existem diferenças sociais ou algo relacionado. Mas vale lembrar: difamação, calúnia e racismo são crimes. No final da apresentação, mostraram a importância das pessoas procurarem a polícia caso recebam esse tipo de comentários nas redes sociais.

Por Maria Carolina Soares e Wender Starlles
mcarolinasoares@usp.br | wenderstarlles@usp.br

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