Na madrugada desta terça-feira (27), as seleções de Futebol feminino entraram em campo para disputar a última rodada da fase de grupos e definir as classificadas para as quartas de final do torneio olímpico. Apesar da etapa ter alterado o favoritismo entre as principais equipes, a fase final não conta com surpresas. As oito nações consideradas mais fortes antes do início da competição avançaram para o mata-mata.
A fase de grupos
No grupo E, a Grã-Bretanha confirmou a expectativa positiva gerada após a excelente campanha da Inglaterra, que compõe a maioria do elenco britânico, na última Copa do Mundo, em 2019. O empate diante do Canadá manteve a invencibilidade da equipe e deixou o país na primeira posição do grupo.
Também sem perder, mas com apenas uma vitória em três jogos, as canadenses avançaram como a segunda força do grupo. Embora o sofrimento contra o Chile, o Japão bateu a seleção sul-americana pelo placar mínimo e garantiu a vaga como uma das melhores terceiras colocadas do torneio.
No grupo F, Brasil e Holanda venceram suas últimas partidas e empataram em pontos na briga pelo primeiro lugar, com sete cada. As holandesas, no entanto, anotaram o maior número de gols nesta fase. Com incríveis 21 gols em três partidas, a adversária brasileira ficou no topo do grupo por superar a equipe de Pia Sundhage no saldo de gols. O Brasil garantiu a classificação com a segunda posição.
Já no grupo G, a Suécia manteve os 100% de aproveitamento na competição ao bater a Nova Zelândia e conquistou a melhor campanha de qualquer seleção na fase de grupos. O ótimo desempenho sueco registrou também a segunda melhor defesa e ataque do torneio. Vale lembrar que o grupo era considerado o mais forte e equilibrado em Tóquio.
Após empate sem gols, Estados Unidos e Austrália também confirmaram a passagem para a próxima fase, com quatro pontos cada e uma derrota para as suecas em comum. As norte-americanas fizeram valer a goleada sobre as neozelandesas na partida anterior para superar as matildas no saldo de gols. Assim, a atual campeã mundial garantiu a segunda posição do grupo, enquanto a seleção da Oceania se classificou entre as melhores terceiras colocadas.
A fase final
Com o encerramento da primeira fase do torneio, estão confirmados os confrontos das quartas de final, assim como o chaveamento até a grande decisão. Diferente de outros torneios de seleções recentes, as chaves estão bastante equilibradas e não é possível indicar um caminho mais fácil na trajetória até a final.
O Brasil irá enfrentar o Canadá, reeditando o confronto da disputa pelo bronze da Rio-2016. Naquela ocasião, as canadenses venceram as brasileiras por 2 a 1, em plena Arena Itaquera. Desta vez, as brasileiras chegam mais fortes para a revanche. Em 2016, a seleção passava por fase conturbada, enquanto o Canadá fazia uma das melhores campanhas do torneio.
A esperança de pódio do Brasil está depositada no trio formado por Marta, Debinha e Andressa Alves. As três já somam sete gols na competição. As canadenses contam com uma partida inspirada das atacantes Janine Beckie e Christine Sinclair. Esta última, assim como Marta e Formiga, deve se despedir da seleção ao término do torneio
O vencedor desta partida encontrará na semifinal quem passar entre Holanda e Estados Unidos. As duas seleções disputaram a grande decisão da Copa do Mundo de 2019, na França. Na oportunidade, as norte-americanas não encontraram dificuldades e bateram as campeãs europeias por 2 a 0.
Neste momento, os EUA passam por um momento complicado. A equipe venceu apenas um jogo até aqui. Em contrapartida, as holandesas montaram uma verdadeira máquina de fazer gols e deixam o confronto ainda mais equilibrado que dois anos atrás. A holandesa Vivianne Miedema é a artilheira dos Jogos, com oito gols.
Do outro lado da chave, a Grã Bretanha enfrenta a Austrália. As britânicas, majoritariamente representadas por atletas da fortíssima seleção inglesa, mostraram uma defesa consistente na primeira fase, apesar dos poucos gols marcados. As matildas, que evoluíram após a fraca campanha no último mundial, terão que superar as possíveis ausências de Hayley Raso e Caitlin Foord por lesão.
O confronto marca também o encontro entre duas das melhores centroavantes do futebol mundial: a britânica Ellen White e a australiana Samantha Kerr já balançaram as redes três vezes cada uma.
Quem passar do confronto enfrenta a vencedora de Suécia e Japão. As suecas surpreenderam na primeira fase, não só pelos resultados, mas como pelo futebol apresentado. Normalmente conhecida pela parte defensiva e por jogar no contra-ataque, a Suécia vem mostrando um futebol ofensivo, que já registrou nove gols no torneio.
O Japão, por outro lado, vem em uma década de decadência desde o título mundial conquistado em 2011. Considerada uma potência nos últimos anos, a seleção possui dificuldades em renovar o seu elenco. A Suécia chega como favorita ao confronto.
*Imagem de capa: Brasileiras comemoram em partida contra a Zâmbia [Twitter/Seleção Feminina de Futebol]