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O que estava em alta nos cinemas em 2004

No ano de 2004 foi fundada a empresa de Jornalismo Júnior da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. De lá para cá, muita coisa mudou! Na empresa, nos esportes, na ciência, na política e no cinema, não podia ser diferente. Um filme é obra que marca uma época. Então, nada mais …

O que estava em alta nos cinemas em 2004 Leia mais »

No ano de 2004 foi fundada a empresa de Jornalismo Júnior da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. De lá para cá, muita coisa mudou! Na empresa, nos esportes, na ciência, na política e no cinema, não podia ser diferente. Um filme é obra que marca uma época. Então, nada mais justo que lembrar daqueles longas que se encontravam em alta há 15 anos:

As maiores bilheterias

Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, 2004)
Homem-Aranha (Tobey Maguire) e Mary Jane (Kirsten Dunst) [Imagem: Divulgação]

Entre tantos filmes do Amigão da Vizinhança que já foram para as telonas, os três protagonizados por Tobey Maguire talvez tenham sido aqueles com o maior carinho dos fãs. Depois de lançar a primeira parte dois anos antes, a missão de Sam Raimi não era tão fácil. O diretor tinha agora que manter o alto nível alcançado pelo longa de 2002. Porém, o resultado foi ainda melhor. Para muitos, Homem-Aranha 2 ainda é um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos.

Peter Parker (Tobey Maguire) enfrenta cada vez mais dificuldades em conciliar sua vida de fotógrafo e sobrinho com a de super-herói. As coisas ficam ainda mais difíceis com o surgimento de um novo vilão: o Dr. Octopus (Alfred Molina).

No fim das contas, temos um dos maiores clássicos do cinema de super-heróis. Personagens fiéis aos quadrinhos, um vilão ameaçador, bom arco de romance e muita ação fizeram de Homem-Aranha 2 uma das melhores representações do herói nos cinemas. Com quase 400 milhões de dólares arrecadados mundialmente, o longa ocupou a segunda posição de maiores bilheterias do ano.

Os Incríveis (The Incredibles, 2004)
Família Parr em uma nova aventura para salvar o mundo [Imagem: Reprodução]

Não são poucos os fatores que fizeram de 2004 um ano especial para os cinéfilos. Entre eles, podemos lembrar das animações lançadas naquele ano. Shrek 2 (2004), O Expresso Polar (The Polar Express, 2004) e O Espanta Tubarões (Shark Tale, 2004), por exemplo, ganharam destaque na bilheteria e nos corações do público. Porém, foi uma animação da Pixar lançada naquele ano que transcende gerações.

Perdendo somente para Shrek 2 como a animação mais vista daquele ano, Os Incríveis traz a história da família superpoderosa Parr, que, em meio aos problemas familiares, se vê obrigada a voltar à função de super-heróis.

Estando entre os longas mais populares dos estúdios Pixar, Os Incríveis entrou para a história como uma das animações mais divertidas dos últimos anos. Com personagens memoráveis e extremamente carismáticos e uma história intrigante não só para crianças, mas para um bom fã de cinema, o longa se tornou um dos mais famosos dos últimos 15 anos.

O sucesso foi tanto que, em 2018, Os Incríveis ganhou uma continuação. Contudo, apesar de manter a essência do primeiro filme, a segunda parte não teve a mesma qualidade.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban, 2004)
O trio Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) protegidos pelo professor Snape (Alan Rickman) no fim do filme [Imagem: Reprodução]

Que Harry Potter é uma das maiores sagas da história do cinema todos já devem saber. Ainda assim, é interessante notar como essa condição sempre esteve junto à franquia. O primeiro longa foi o mais assistido de 2001. Em 2002, a segunda parte esteve em quarto lugar entre as maiores bilheterias daquele ano. Assim, nada mais justo do que termos um novo destaque nas telonas.

Sendo o sexto filme mais visto de 2004, faturando quase 250 milhões de dólares, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban adapta o livro 1999 de mesmo nome. Mais uma vez protagonizado por Daniel Radcliffe, como o jovem bruxo, Emma Watson, como Hermione, e Rupert Grint como Rony Weasley, o terceiro filme da saga mostra as novas aventuras do personagem-título no mundo mágico.

Um dos grandes destaques do filme de 2004 foi sua direção. O comando mais do que especial do mexicano duas vezes vencedor do Oscar, Alfonso Cuarón, trouxe um ar diferente para a franquia. Mais sombrio, porém igualmente divertido, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban adaptou bem a obra de J.K. Rowling e se consagrou como um dos melhores filmes do personagem.

Os mais marcantes

Kill Bill: Volume 2 (2004)
A Noiva (Uma Thurman), grande destaque do filme,  em seu treinamento [Imagem: Reprodução]

Desde que surgiu, Quentin Tarantino sempre demonstrou sua personalidade autêntica nos filmes que produzia. De Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, 1992) a Jackie Brown (1997), passando pelo icônico Pulp Fiction – Tempos de Violência (Pulp Fiction, 1994), o diretor evoluiu muito, ao mesmo tempo em que aprimorava técnicas que o consagrariam como um dos melhores de seu tempo.

Em 2003, o cineasta lança a primeira parte de uma das sagas mais empolgantes do cinema. Kill Bill – Volume 1 (2003) nos traz a história da Noiva, uma ex-assassina que busca vingança do seu antigo grupo. Com a primeira parte bem recebida e contemplada pelo público, Tarantino viu no ano seguinte o momento perfeito para terminar essa história.

Com originalidade, Kill Bill – Volume 2 chegou entre os filmes mais marcantes deste século. Com uma história intrigante, muita violência e energia, a continuação de Tarantino deixa até hoje a incômoda questão na mente do cinéfilo: qual Kill Bill foi melhor, o primeiro ou o segundo? Essa é uma pergunta difícil, mas a resposta sem dúvidas passa por reconhecer as duas obras como aulas de como criar bons diálogos, personagens icônicos e uma narrativa bem construída.

A Vila (The Village, 2004)
Ivy (Bryce Dallas Howard) e Lucius (Joaquin Phoenix) [Imagem: Reprodução]

A Vila, filme dirigido pelo cineasta indiano M. Night Shyamalan traz uma trama que envolve fantasia e suspense no século 19. A história é ambientada entre dois planos, um onde se encontra uma vila isolada mantida por anciões em plena harmonia e paz, e o segundo nas cidades. 

A passagem da vila para as cidades é proibida para todos que moram no pequeno vilarejo. Tal proibição baseia-se em um pacto entre “Aqueles-de-quem-não-falamos’’ e os habitantes. O corajoso Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) morador da vila não tem medo daqueles e quer desbravar a floresta, desejo sempre vetado pelo ancião Edward Walker (William Hurt). É Lucius quem provoca a situação em que todos tentam, mas não desejam enfrentar, isso devido à revelação do seu amor pela filha do ancião: a deficiente visual, Ivy Walker (Bryce Dallas Howard).

Uma fotografia e ambiente inspirados em cenas que lembram uma época medieval e a utopia de uma cidade e personagens que remontam produções como O Senhor dos Anéis, são associações que levam o público a imergir nesse universo. A  paleta de qualidades do longa também pode ser apreciada pelos os ouvidos. Uma trilha sonora que reflete a maldade, ameaça, crença e descrença, angústia, e morte e pós-morte deixam o desenrolar da trama muito mais empolgante junto a um final surpreendente.

Meninas Malvadas (Mean Girls, 2004)
Cady (meio) e as patricinhas [Imagem: Reprodução]

O clássico Meninas Malvadas traz muitos temas questionáveis. Entre eles, podemos lembrar da construção de estereótipos, a exemplo na África só tem negros, e como os padrões de beleza ocidentais afetam principalmente as mulheres, instigando a competitividade entre jovens. Abordando essas questões e dirigido pelo norte-americano Mark Waters, o longa é considerado um clássico cult.

A história gira em torno da adolescente Cady Heron (Lindsay Lohan), que teve até seus 16 anos educação doméstica supervisionada pelos pais. Devido a sua mudança da África para os EUA, sua vida dá uma reviravolta: Cady começa a frequentar a escola pública. Não demora muito para personagem entrar no grupo  da garota mais popular da escola, Regina George (Rachel McAdams), e junte-se ao grupo das garotas conhecidas como “As poderosas”, comandado pela patricinha.

Muitas sátiras com um toque de humor são abordadas no filme. A hierarquia social, colocando os excluídos contra os populares em um ambiente  escolar, provoca saudosismo e muitas risadas, principalmente para quem um dia viveu essa experiência. Quem nunca esteve no lugar da Cady ou da Regina, não é mesmo?

Tróia (Troy, 2004)
O protagonista Aquiles, interpretado por Brad Pitt [Imagem: Reprodução]

É uma estória épica que ecoa durante os séculos. A preocupação dos grandes heróis e dos reis tiranos da Grécia era entrar para história. O filme Tróia, dirigido pelo alemão Wolfgang Petersen, narra a guerra entre gregos e troianos nos anos 1100 a.C.

Tudo começa quando Páris (Orlando Bloom), filho do rei de Tróia, se apaixona pela bela Helena (Diane Kruger), esposa de Menelau (Brendan Gleeson), rei de Esparta. O jovem príncipe provoca a ira dos espartanos após raptar a amada. Tal justificativa “caiu como luva” nas mãos do rei Agamenon (Brian Cox), irmão de Menelau, que já tinha derrotado todos os exércitos das cidades-estados na Grécia, exceto Troia detentora do mar Egeu. Sendo um pretexto perfeito para declarar guerra contra os troianos. 

O conflito coloca em embate os maiores guerreiros da Grécia. Aquiles (Brad Pitt), um semideus conhecido pela sua beleza e principalmente pelo dom da guerra, baterá de frente com Heitor (Eric Bana), um dos maiores combatentes da guerra de Tróia. 

Toda a história, contada em Ilíada e em A Odisseia de Homero, é acompanhada por um cenário à altura da epopeia e com uma trilha sonora que transporta o público para muitos séculos atrás. Paixão, interesses geopolíticos, sofrimento, mortes e o controle do mar Egeu são assuntos perpassados durante o longa.

Favoritos da crítica

Hotel Ruanda (Hotel Rwanda, 2004) 
O protagonista Paul, interpretado por Don Cheadle, e os refugiados no Hotel Des Milles Collines  [Imagem: Reprodução]

Quando as Torres Gêmeas foram atingidas nos EUA, em 2001, os holofotes do mundo voltaram-se para a potência. Mas quando mais de oitocentos mil pessoas foram mortas em Ruanda em 1994, coisa frequente na Nigéria, Congo, Sudão, entre tantos países africanos ainda hoje, às superpotências preferiram se alienar e fingir que nada acontecia. É essa questão que o diretor  Terry George retrata a partir da história pessoal de Paul Rusesabagina no longa Hotel Ruanda.

A chegada dos belgas favoreceu a união com os tutsis, concedendo privilégios, enquanto a maioria hutu vivia na marginalização. Mais tarde, os belgas abandonaram os tutsis criando intriga entre os dois grupos. Os “colonizadores” instigaram, a partir da divisão dos ruandeses, uma caça dos hutus contra os tutsis. A guerra então começa provocando revoltas, assassinatos, massacres e até a morte de um presidente, sucedendo o massacre de 1994.

Paul (Don Cheadle), com muito esforço, conseguiu subir ao posto de gerente no Hotel Des Milles Collines, herança da invasão belga que se perpetuou de 1918 a 1962. A invasão europeia criou barreiras e divisão entre os povo ruandês, os dividindo os Tutsis e os Hutus. Ele, um hutu casado com Tatiana (Sophie Okonedo), uma tutsi, que usou de todas as suas influências com militares, governo e guerrilha para salvar a família. Não só a família, salvou também refugiados, órfãos e feridos que chegavam aos portões do hotel.

A junção da fotografia e de toda cinematografia, agregados com a história de vida de Paul e os massacres, torna a produção uma memória viva dessa fatalidade. O longa levará muitos ao choro e à reflexão sobre os marcadores sociais criados pelos brancos. As diferenças alimentadas pelos invasores que se dizem “colonizadores” podem ser sentidas em toda parte do continente africano. 

Menina de Ouro (Million Dollar Baby, 2004)
Maggie (Hilary Swank) e Frankie (Clint Eastwood) em uma das grandes cenas de luta do filme [Imagem: Reprodução]

Depois de se consagrar como um dos principais atores do século 20, era hora de Clint Eastwood se aventurar no território da direção cinematográfica. O Estranho sem Nome (High Plains Drifter, 1973), Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) e Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2003) além de agradarem entusiastas de uma profunda obra da sétima arte, acumularam prêmios e indicações. Era o cenário perfeito para Eastwood lançar mais um clássico do cinema.

Vencedor do Oscar de Melhor Filme do Ano de 2004, Menina de Ouro aborda a emocionante história de Maggie Fitzgerald (Hilary Swank) e Frankie Dunn (Eastwood), uma aspirante a lutadora de boxe e um treinador veterano relutante. 

O denso e cativante roteiro de Paul Haggis passa por arcos interessantíssimos de seus personagens. As frustrações de Maggie, os traumas de Frankie e demais conflitos entre personagens acabam sendo o ponto-chave para que o espectador se prenda ao espetáculo. Emocionante e até certo ponto empolgante, Menina de Ouro não ganhou quatro Oscar por acaso.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)
Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) [Imagem: Reprodução]

O filme Brilho Eterno De uma Mente Sem Lembranças , dirigido pelo francês Michel Gondry, é um drama de ficção científica que trabalha com decisões de natureza humana entrando em uma profunda reflexão sobre relacionamento amorosos.  

Joel Barish (Jim Carrey) apaixona-se pela jovem Clementine (Kate Winslet). Ambos se relacionam por um tempo, faltando apenas dois dias para o dia dos namorados Joel descobre que sua amada o apagou de sua memória. Tomado pelo mesmo sentimento de apagamento, o personagem resolve fazer o mesmo, mas durante o processo algo inusitado acontece. 

A empresa especializada em apagar as memórias indesejadas, como  consequências provocadas por relacionamentos mal resolvidos, é comandada por o Doutor Howard Mierzwiak (Tom Wilkinson) que vende como produto o sonho de uma nova vida para seus pacientes. Tal apagamento acontece por meio de um roda de mapeamento das lembranças referentes a pessoa amada. Deletando em seguida qualquer memória ligada a essa. Joel, enquanto os especialistas estão dentro da sua cabeça, tenta parar o procedimento que apagará a sua amada Clementine. O longa é uma metáfora de muitos relacionamentos e traz identificação para quem vive a mesma situação, de aniquilar o outro.

Enfim, 15 anos foram suficientes para uma série de mudanças no cinema. Mesmo assim, é interessante notar como muitos dos filmes aqui listados permanecem como verdadeiros clássicos modernos. Mais do que isso, continuam vivos na memória da maioria dos espectadores. Por isso, além de lembrar essas grandes obras, o objetivo dessa lista também foi recomendar filmes para um novo público continuar amando a sétima arte.  

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