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Ricardo Darín: O novo rosto do cinema argentino

por Leticia Fuentes lepagliarini11@gmail.com Nascido em Buenos Aires, em 16 de janeiro de 1957, Ricardo Darín é um dos mais importantes nomes do cinema argentino das últimas décadas. Filho da atriz Renée Roxana e do ator Ricardo Darín, foi introduzido ao mundo do teatro com apenas dez anos, quando começou a atuar junto a seus …

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por Leticia Fuentes
lepagliarini11@gmail.com

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Nascido em Buenos Aires, em 16 de janeiro de 1957, Ricardo Darín é um dos mais importantes nomes do cinema argentino das últimas décadas. Filho da atriz Renée Roxana e do ator Ricardo Darín, foi introduzido ao mundo do teatro com apenas dez anos, quando começou a atuar junto a seus pais. Porém, só nos anos 70, em meio à ditadura argentina, conquistou a atenção do público, graças a seus papéis em telenovelas.

No cinema, estreou como coadjuvante no longa A Culpa (La Culpa, 1969), dirigido pelo austríaco Kurt Land. Ainda assim, não obteve o reconhecimento desejado, e só chamou a atenção da crítica com seu papel protagonista em Perdido por Perdido (Perdido por Perdido, 1992), longa de suspense do diretor argentino Alberto Lecchi. A partir de então, Darín deu início a uma nova etapa de sua carreira, atuando em filmes que rodaram o mundo e ganharam grande visibilidade no cinema internacional.

 

Uma jornada através das telas de todo o mundo

No Brasil, o ator foi descoberto com seu papel em O Filho da Noiva (El Hijo de la Novia, 2001), que foi indicado ao Oscar de melhor produção estrangeira. Poucos anos depois, logrou avançar ainda mais em sua carreira com o lançamento de Nove Rainhas (Nueve Reinas, 2000) nos Estados Unidos, em 2003. No filme, Darín dá vida à Marcos, um vigarista que há muitos anos ganha dinheiro enganando as pessoas. Um dia, ele conhece Juan (Gastón Pauls), um iniciante do ramo que aceita juntar-se a ele para aprimorar suas técnicas. A dupla recebe então uma proposta de um ex-companheiro de Marcos para vender estampas falsificadas a um rico empresário espanhol.

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Até então, Darín ainda contava com resquícios da fama que conquistara com seus antigos trabalhos, sendo reconhecido principalmente como um ator de comédias. Porém, depois do sucesso de Nove Rainhas, ele provou seu talento e versatilidade ao demonstrar uma atuação exemplar em um filme policial. A partir de então, quase todos os grandes sucessos do ator pertencem ao gênero, como, por exemplo, o longa Tese Sobre um Homicídio (Tesis Sobre un Homicidio, 2013), em que interpreta um professor de direito que, após sentir-se intrigado por um crime que aconteceu perto da universidade em que leciona, decide fazer uma investigação pessoal do caso – apesar de já saber quem é o assassino.

Ainda assim, o auge de sua jornada pelo mundo do cinema veio recentemente, com o Oscar recebido por seu maior sucesso de bilheteria, O Segredo de Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos, 2009). No longa, Darín interpreta Benjamin Espósito, um ex-servidor da justiça penal argentina que, aposentado, dedica-se a escrever um livro inspirado em um caso real que acompanhara 25 anos antes: o estupro seguido de morte da jovem Liliana Colotto. A câmera, então, leva o espectador para a cena do crime, acompanhando simultaneamente o presente e o passado, intercalando cenas que ocorreram durante a investigação do caso e depois, assim como o desfecho do antigo romance entre Espósito e sua ex-chefe, Irene Hastings. Com um final surpreendente, o filme faz com que o espectador se envolva cada vez mais, e vá, assim como o protagonista, juntando pistas para desvendar quem foi o verdadeiro autor do crime.

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Outros sucessos aclamados pela crítica

Um Conto Chinês (Un Cuento Chino, 2011), apesar de não ser o filme mais famoso em que atua Darín, recebeu boas críticas por parte tanto do público quando de profissionais da área. O ator interpreta Roberto, dono de uma pequena loja de ferramentas. Há mais de duas décadas, vive uma vida solitária e triste, até que um estranho – um jovem chinês que, após uma tragédia, vem à Argentina em busca de seu tio – aparece precisando de sua ajuda. Jun (Ignacio Huang) não fala uma palavra em espanhol, e Roberto não sabe pronunciar uma sílaba em chinês; ainda assim, os dois conseguem, através de gestos e olhares, se comunicar. Ao longo da história, a amizade entre eles vai crescendo – ainda que com certa hesitação, e até negação, por parte de Roberto – e o comerciante argentino, que coleciona histórias absurdas, percebe que seu novo amigo tem algo a contar: um caso de terras distantes, algo que pode mudar sua vida para sempre, um conto chinês.

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Ainda que a história seja, de fato, emocionante, grande parte da qualidade do longa foi atribuída à interpretação impecável de Darín, já que o roteiro, por si só, não despertava tanto interesse. O mesmo ocorreu com outro de seus sucessos recentes, Sétimo (Séptimo, 2013), longa que foi muito criticado por conta de diversas falhas de roteiro, mas que, ao mesmo tempo, conquistou o público graças ao carisma do ator argentino. O filme conta praticamente com um único cenário: o interior do prédio em que mora Sebastián (vivido por Darín), junto à sua esposa, seu filho e sua filha. Em uma manhã qualquer, Sebastián estava apostando uma corrida com as crianças pelas escadas do prédio quando, de repente, percebe que elas sumiram. A partir de então, o desespero se instala, e o pai começa uma busca desesperada, que termina em um final inesperado. Mais uma vez, o ponto forte do longa destacado pela crítica foi o talento de Darín, que praticamente encobria todos os defeitos da trama.

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Um ator maduro e experiente

Atualmente, o ator continua como referência quando se trata do cinema argentino, especialmente por sua atuação na recente produção de Damián Szifron, Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014). O longa é composto por seis contos de comédia negra, em que as personagens passam por situações que revelam a verdadeira natureza humana, mostrando os instintos selvagens que, apesar de intrínsecos à nossa condição de animais, procuramos esconder.

Darín participa de apenas um desses contos, mas, ainda que breve, já é suficiente para chamar a atenção do espectador. Tanto a natureza de sua personagem quanto a situação em que ela está inserida inicialmente são tão banais, que, a partir da construção gradual de uma situação que foge ao nosso cotidiano, passamos a assumir que qualquer comportamento absurdo por parte do protagonista seja aceitável naquelas condições. A atuação excepcional de Darín, que deixa transparecer sua maturidade e experiência enquanto ator, é fundamental para concretização desse efeito, já que é papel daquele que dá vida à personagem criar uma relação de verossimilhança entre o apresentado e o universo do espectador.

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Darín é, em quase todos os seus sucessos, capaz de executar essa tarefa com excelência. Sua habilidade, talento e versatilidade, mostram realmente por que ele ficará para sempre consagrado como um dos maiores nomes não só do cinema argentino, mas também latino-americano – e, quiçá, mundial.

2 comentários em “Ricardo Darín: O novo rosto do cinema argentino”

  1. Edinalva Magalhaes

    Parece brincadeira, até me sinto uma adolescente dizendo isto, mas conhecer o trabalho do Ricardo Darín ator e conhecê-lo através das diversas entrevistas que já li e vi, foi tão enriquecedor em minha vida, ele é tão “buena onda” que passa a ser uma referência!

  2. Edinalva Magalhaes

    Parece brincadeira, até me sinto uma adolescente dizendo isto, mas conhecer o trabalho do Ricardo Darín ator e conhecê-lo através das diversas entrevistas que já li e vi, foi tão enriquecedor em minha vida, ele é tão “buena onda” que passa a ser uma referência!

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