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Seleção Brasileira: o sonho do hexa está próximo de se tornar realidade? 

Entre as favoritas para conquistar a taça, a equipe verde e amarela leva para dentro de campo a força e o legado da seleção mais vitoriosa da história. 

Se tem uma coisa que mexe com o coração de boa parte dos brasileiros, é o futebol. Com jogo de estreia marcado já para esta quinta (24/11),a seleção brasileira se prepara para suar a camisa na busca do tão sonhado hexa e voltar a viver seus dias de glória. Mas será que a equipe está preparada para costurar a sexta estrela na camisa?  

 Onde tudo começou

Um legado não se constrói de um dia para o outro. A seleção, que hoje figura entre uma das melhores do mundo, percorreu uma longa trajetória até chegar aqui. Os cinco troféus na prateleira representam, acima de tudo, a persistência do país que tomou para si o título de país do futebol e pretende mais uma vez honrá-lo. Mas só se sabe para onde vai, quando se lembra de onde veio.

A primeira seleção entrou em campo 1914   (CBF/ Arquivo CBF)  

Foi em 21 de julho de 1914, no Estádio das Laranjeiras (RJ),  que se reuniram os melhores jogadores de quem se sabia. Convocados pela Federação Brasileira de Sports, entre paulistas e cariocas, a primeira equipe brasileira se preparava para jogar contra o Exeter City, time inglês da terceira divisão que fazia uma excursão pela América Latina. 

Apesar de ter um futebol mais profissional, ao passo que aqui ainda dominava o amador, o time do país em que nasceu o esporte, e que era, logicamente a favorita ao troféu, perde para a ainda inexperiente e recém formada seleção brasileira pelo placar de 2×0. 

Os 5 mil espectadores presentes no estádio viram Oswaldo Gomes marcar o primeiríssimo gol da partida, e depois, Osman fechar o placar, marcando o segundo e dando o primeiro passo a um, ainda que distante, futuro glorioso.  

Assim, em uma simples terça de 1914, o verdadeiro país do futebol era, embora muito timidamente, vislumbrado pela primeira vez.   

Um passo (ou um drible) de cada vez 

A primeira Copa do Mundo aconteceu em 1930. Salvos os anos de 1942 e 1946 que o campeonato não aconteceu por conta da segunda guerra, o Brasil participou de todas as edições, mas só levantou a taça 28 anos mais tarde, em 1958, no sexto mundial. Antes disso, o país já tinha alcançado as quartas em 1954, a semi em 1938, e chegou perto de cantar a vitória em 1950, quando perdeu por 1×2 na final para os vizinhos uruguaios no famoso Maracanazo. Mas 58 é especial também por outra razão, ou melhor, por outras razões. 

Mané Garrincha foi um dos grandes astros da copa de 58 ( FIFA/ Divulgação)

A seleção teve altos e baixos no campeonato daquele ano, mas se teve algo que ficou marcado na memória, foi a atuação dos ainda jovens meninos Edson e Manuel, ou, popularmente conhecidos como Pelé e Garrincha. O primeiro, um menino de 17 anos, e o segundo, um carioca de pernas tortas que dominava como ninguém a arte dos dribles, nos seus 25 anos. A dupla, que estava como reserva, foi colocada em campo pelo técnico Vicente Feola na terceira partida da seleção, desta vez, contra a temida União Soviética. 

Depois de estrear com maestria contra a Sérvia, e empatar (0x0) num jogo complicado com a Inglaterra, a seleção precisava pelo menos de um empate para avançar para as quartas de final. Era tudo ou nada. O problema é que do outro lado do campo estava um time conhecido por um futebol “científico”, somado a um astro na frente da rede, o goleiro Yashin.

O técnico Gravin Katchalin provavelmente já havia “calculado” uma estratégia resistente às conhecidas habilidades brasileiras, mas ninguém imaginava o que, aquela que seria uma das duplas mais lendárias da história do futebol, faria dentro de campo. 

Foram necessários três minutos para o Brasil balançar a rede adversária perante os mais de 50 mil espectadores presentes no estádio de Nya Ullevi, em Gotemburgo. Mas, antes mesmo do primeiro gol ser feito, o mestre dos dribles, Garrincha, mostrou ao mundo, do que o futebol brasileiro era feito. 

A “ginga” do jogador botafoguense desestabilizou a temida União Soviética, e logo nos primeiros minutos da partida, Mané arriscou um chute, mas bateu na trave do temido goleiro soviético. Depois foi a vez do menino Pelé chegar perto. De novo, a bola não balançou a rede. Mas não se passaram muitos minutos. Vavá foi o autor do primeiro gol do jogo, entretanto não teria o feito sem o passe do brilhante meia Didi, essencial para a vitória da partida. 

A dupla Garrincha e Pelé fica para a história (Gerência de Memória da CBF) 

O anúncio eufórico dos narradores sobre o segundo gol viria aos 31 minutos do segundo tempo. Deu Vavá de novo. Com apoio do habilidoso jovem Pelé, o atacante lança mais um chute certeiro em direção ao gol e não dá outra: 2×0 para o Brasil. 

A partida tornou- se histórica. O gingado dos jogadores, a dupla lendária, a derrota dos temidos soviéticos. Essa vitória ocupa até hoje um lugar especial nas páginas da história do futebol. Talvez tenha sido ali que o Brasil de fato tenha conquistado e fincado de maneira definitiva o título de “país do futebol”. 

Gabriel Hablot, um dos criadores da Liga dos Campeões descreveu os três primeiros minutos daquela partida como “Os três minutos mais incríveis da história do futebol”.

A seleção venceu a copa três jogos depois. Primeiro, derrotando o País de Gales (1×0) , depois a equipe francesa (5×2), e por fim a dona da casa, Suécia ( 5×2).

A “ginga” ainda faz parte do DNA da seleção?

“Ginga”, é o termo que pode ser atribuído a maneira “leve”, cheia de dribles, contra-ataques e passes de agir dentro de campo. Essa habilidade de fazer do campo um palco e do jogar futebol, uma arte, consagrou um estilo único de jogo, que tem na criatividade sua principal fonte e que ganhou ao longo dos anos espaço no futebol dos maiores jogadores do Brasil:Garrincha, Pelé, Ronaldo Fenômeno, entre outros grandiosos nomes. 

Muitos reconhecem uma mudança contundente no estilo de jogo da seleção ao longo dos anos. É difícil, e há quem diga que seja um erro comparar um futebol “à la” Neymar e sua geração ao futebol de “antigamente”. Dentro desse antigamente, estão muitas décadas de história, altos e baixos, derrotas e vitórias. O futebol pode ter mudado, mas as técnicas, a tecnologia por trás dos treinos e a lógica dos jogos, também mudaram.

  Melhor ou pior? Um torcedor que assistiu a copa desde 58 e tem como ídolo o rei do futebol, Garrincha, Vavá e Didi pode dizer que sim, se transformou e que perdeu qualidade. Ou outro, que assistiu a partir da era Ronaldo Fenômeno e Cafu, dizer que está cada vez melhor e que não perdeu a essência, ou que o futebol é muito mais técnico do que há vinte ou 30 anos atrás e por isso melhorou.   

O fato é que o Brasil, país que participou de todas as edições da copa, é uma seleção temida por muitos e que carrega uma identidade construída por todos os jogadores que já passaram por ela, e cada capítulo dessa história conta e contribui para seleção que temos hoje.   

Ùltima vez que levantamos as mãos aos céus 

A última vez que os brasileiros cantaram vitória em um mundial foi em 2002. Com isso, o país atingiu uma marca histórica e se tornou o primeiro, e único até hoje, país a conquistar o pentacampeonato. Naquele ano, o campeonato foi sediado por dois países, Japão e Coreia do Sul. 

Seleção de 2002, última a ganhar o mundial (Arquivo Museu do Futebol)

É impossível lembrar do penta sem lembrar também daquela fatídica imagem de Cafu em cima do palanque com a taça dourada nas mãos. Mas quem vê hoje a foto, pode não imaginar que no período pré-Copa, o desempenho do Brasil estava cercado de descrédito, principalmente por conta da derrota vergonhosa para a seleção de Honduras, três anos antes, na Copa América.

Depois de perder para a França no ano de 1998 e Zagallo deixar a direção do time, Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão assumiram o cargo, entretanto nenhum conseguiu um desempenho satisfatório, perdendo campeonatos importantes, o que levou ambos a deixarem a função. 

Nesta onda de má sorte, Luiz Felipe Scolari é escolhido para assumir a posição de treinador. O Brasil consegue se classificar para o Mundial na terceira posição de quatro  vagas disponíveis. Felipão tinha uma responsabilidade grande: escalar um time forte para competir e recuperar a confiança da torcida na seleção verde e amarela. 

No ataque um time de peso: Ronaldo, Rivaldo, Luizão e Edílson. Cafu, o capitão daquele ano, era um dos laterais. No gol, Marcos, e Rogério Ceni e Dida como os reservas. 

O primeiro jogo foi contra a Turquia, e ela fez a equipe brasileira suar. O adversário abriu o placar aos 45 minutos do primeiro tempo. Só então, Ronaldo aos 47 acertou a rede e igualou, 1×1. Mas tentativas não faltaram, foram pelo menos 7 no primeiro tempo, o goleiro turco Rustu soube dificultar a vida dos jogadores do nosso lado. 

Faltando três minutos para o relógio marcar 90, Rivaldo desempata o jogo. O Brasil vence a primeira das sete partidas que jogaria. 

A China, o Brasil tirou de letra. Jogando com uma seleção tecnicamente bem inferior, o time canarinho saiu de campo depois de dar uma goleada de 4×0. Na partida seguinte, contra a Costa Rica, repetiu o feito, 5 gols no adversário, mas, desta vez, foi uma partida complicada. A Costa Rica carimbou a rede brasileira duas vezes. Difícil também foi o que veio em seguida: a poderosa Bélgica. 

 Já aos 44 segundos do primeiro tempo Marcos teve que defender a rede, o chute era do atacante Mbo Mpenza, foi um susto e tanto na seleção brasileira. Depois de perder várias oportunidades, o Brasil viu o meio campista Wilmots marcar de cabeça. Aquele seria o primeiro gol do adversário, se não fosse a anulação, mal feita, do árbitro Peter Prendergast. A falta não aconteceu de fato e gerou muitas polêmicas na época . O jogo continuou e a seleção correu atrás do tempo perdido. Aos 22 e aos 41 do segundo tempo, Rivaldo e Ronaldo foram certeiros: 2×0 para o Brasil. 

O Brasil chegou às quartas. Agora, do outro lado do campo estava a Inglaterra. Nessa partida a seleção brasileira tinha tudo para se desestabilizar. O primeiro gol dos ingleses chegou após somente 22 minutos de jogo e uma falta tirou Ronaldinho Gaúcho de campo, mas se engana quem acha que ele saiu sem carimbar a rede. Rivaldo marcou aos 47 do primeiro tempo e Ronaldinho aos quatro do segundo tempo. 

A semi foi contra a Turquia. De novo os times encontram-se dentro de campo. O Brasil garantiu a passagem para a final por 1×0. Agora, a um passo da vitória, era a Alemanha que esperava a seleção canarinho em campo.  

A data foi 30 de junho de 2002. O Brasil chegou a uma final novamente. Depois do fracasso no jogo contra a França 4 anos antes, agora o país precisava fazer diferente.

 A Alemanha ostentava o temido Oliver Kahn, eleito o melhor goleiro do mundo pela FIFA, mas naquele dia, era o Brasil que estamparia mais uma estrela no peito. Ronaldo foi autor dos dois gols que consagraram a seleção com o penta, ambos no segundo tempo.

Jejum de 20 anos

1958, 1962, 1970,1994, 2002 … 2022?.  Há exatos vinte anos da conquista do último mundial, o Brasil se prepara para quebrar o jejum de duas décadas. Entre os principais nomes por trás de toda a expectativa, está, claro, o jogador do Paris Saint Germain Neymar, o goleiro Alisson e outros nomes também já conhecidos pelo público,como Daniel Alves, que disputa sua 3° Copa. Como estreantes, Vinicius Junior e Richarlison compõem a forte juventude da seleção e prometem estampar as manchetes da Copa.  

1 comentário em “Seleção Brasileira: o sonho do hexa está próximo de se tornar realidade? ”

  1. Texto muito foda! Uma verdadeira viagem no tempo 🤩
    Espero que Neymar e Vinícius Jr. não tenham medo de mostrar sua plasticidade e possam nos dar um gostinho dessa ginga e dessa arte que já não vemos há algum tempo. Com muita dança e ousadia, creio que a magia acontece e o hexa estará bem próximo hehehe
    Pra cima deles! 💚💛

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