Alemanha e Japão se enfrentaram na quarta-feira (24), no Estádio Internacional Khalifa, pela primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. A partida entre os times do Grupo E terminou com a vitória japonesa, de virada, por 2 a 1, conferindo 3 pontos aos Samurais Azuis.
Pré-Jogo
Ambas as equipes apostaram na formação 4-2-3-1 para o início da partida.
A escalação alemã contou com o capitão Neuer; Raum, Schlotterbeck, Rüdiger e Suele; Gündogan e Kimmich; Musiala, Müller, Gnabry e Havertz.
Já os japoneses entraram em campo com Gonda; Nagatomo, o capitão Yoshida, Itakura e Sakai; Endo e Tanaka; Kubo, Kamada, ITO e Maeda.
Antes da bola rolar, os jogadores alemães realizaram um ato de protesto. No momento da captura da foto oficial dos jogadores titulares, os atletas cobriram a boca com uma das mãos. O gesto simbolizou a discordância da equipe em relação à proibição, pela Fifa, do uso da braçadeira “One Love”. A peça carregava as cores do arco-íris, em apoio à causa LGBTQIA+.
A partida
O Japão começou o jogo com forte marcação. A princípio, a tática dos nipônicos seria de proteção, apostando em contra-ataques rápidos para levar perigo ao gol de Neuer. A escolha do técnico Hajime Moriyasu se mostrou efetiva quando, aos 7’, uma bola roubada no meio-campo terminou nos pés de Maeda, que empurrou para o gol. Contudo, o lance foi anulado por impedimento.
Até a metade do primeiro tempo, a partida seguia sem grandes movimentos. O trabalho de bola alemão encontrava dificuldades em furar a zaga japonesa. Kimmich e Gündogan, aos poucos, foram conseguindo encontrar espaços.
Aos 32’, a Alemanha abriu o placar. Em uma jogada de Kimmich para Raum, o jogador sofreu uma forte entrada do goleiro Gonde dentro da pequena área. O pênalti foi marcado e Gündogan converteu para a NationalMannschaft .
Após o gol, a Alemanha seguiu jogando com tranquilidade, priorizando a posse de bola, troca de passes e construção de jogadas. Os jogadores japoneses faziam um bom trabalho: ocuparam muito espaço e frearam as tentativas germânicas. Musiala se tornava o principal nome da partida, criando e sendo acionado diversas vezes.
O árbitro adicionou quatro minutos ao tempo regular. Havertz precisou de apenas 3 (aos 48’) para estufar as redes. Porém, o gol foi rapidamente anulado por impedimento e a primeira etapa do jogo foi encerrada.
A volta para o segundo tempo contou com apenas uma mudança: a saída do meio-campista Kubo para a entrada do zagueiro Tomiyasu. O reforço da zaga nipônica pareceu convencer o técnico alemão Hansi Flick de que o Japão apostaria numa postura mais “retranqueira” e não ofereceria tanto perigo.
A Alemanha continuava jogando majoritariamente no campo de ataque, de maneira muito criativa e construindo boas jogadas. Musiala, novamente, destacou-se, enquanto Havertz perdia boas chances.
O técnico japonês decidiu, então, mudar sua estratégia e impulsionar o ataque dos Samurais Azuis. Nagatomo e Maeda saíram para a entrada de Mitoma e Asano, respectivamente, aos 57’. Os efeitos aparecem em pouco tempo; a seleção passa a atacar mais e melhor.
Hansi Flick decidiu renovar o meio campo, aos 67’. Müller saiu para a entrada de Hofmann, e Gündogan saiu para a entrada de Goretzka, já acostumado a ser parceiro de Kimmich pelo Bayern de Munique.
Com a entrada de mais um atacante aos 71’, Doan no lugar de Tanaka, o Japão passou a levar muito mais perigo ao gol de Neuer, que fez incríveis defesas. A última das mudanças feitas por Moriyasu foi colocar Minamino no lugar de Sakai.
Tais mudanças foram fundamentais para o desfecho da partida. Elas tornaram o Japão muito mais incisivo e ousado. Aos 75’, Minamino deu um passe com profundidade e a finalização de Asano foi defendida por Neuer. Porém, Doan foi rápido e converteu o rebote em gol. O placar ficou igual: 1 a 1.
Flick faz mais duas mudanças, ao substituir Musiala por Götze e Havertz por Füllkrug. Contudo, a renovação dos jogadores mais avançados da equipe alemã não foi párea para a sede de vitória japonesa.
Em uma bela jogada aos 83’, Asano invadiu a área para finalizar e virar o jogo. O gol do Japão definiu o placar da partida: 2 a 1.
Durante os sete minutos de acréscimo dados pelo árbitro, Flick faz sua última mudança. Gnabry saiu para a estreia do jogador mais novo a atuar pela Alemanha em uma Copa do Mundo, Youssoufa Moukoko (18 anos e 3 dias). Logo na sequência, o juiz apitou o fim de jogo.
Virada histórica do Japão
Dos 22 jogos disputados pela seleção japonesa em Copas, esse foi o primeiro a ser vencido de virada. Grande parte do mérito é do técnico Moriyasu, cujas excelentes substituições garantiram três pontos aos nipônicos. A próxima partida da Alemanha é contra a Espanha, no dia 27/11, às 16h. Já o Japão enfrenta a Costa Rica, no mesmo dia, às 7h.