Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

“Tá Todo Mundo Mal” e as crises nossas de cada dia

Antes de começar essa resenha, tenho duas confissões à fazer: 1) Eu amo a Jout Jout. Sou muito fã dessa mulher, e assisto cada videozinho que ela posta. 2) Sou um pouquinho ansiosa, então, é claro, já passei por várias crises na minha vida. É por esses dois motivos que sabia, antes mesmo de pegar …

“Tá Todo Mundo Mal” e as crises nossas de cada dia Leia mais »

Antes de começar essa resenha, tenho duas confissões à fazer: 1) Eu amo a Jout Jout. Sou muito fã dessa mulher, e assisto cada videozinho que ela posta. 2) Sou um pouquinho ansiosa, então, é claro, já passei por várias crises na minha vida. É por esses dois motivos que sabia, antes mesmo de pegar o livro Tá Todo Mundo Mal (Companhia das Letras, 2016), que eu ia amá-lo. E, devo dizer, não me decepcionei.

Tá Todo Mundo Mal é o primeiro livro da youtuber Julia Tolezano, mais conhecida por Jout Jout, que ficou famosa com o vídeo “Não tira o batom vermelho”, em que fala de relacionamentos abusivos.

Outro exemplar do boom de livros de youtubers que atinge as livrarias atualmente (dos livros mais vendidos do ano, de acordo com a PublishNews, 4 são de youtubers), Tá Todo Mundo Mal foge à fórmula mais comum do tipo – contar a trajetória do autor antes e depois de o canal fazer sucesso. Ao escolher abordar, em um conjunto de crônicas curtas sob o subtítulo “O Livro das Crises”, as inúmeras crises pelas quais ela passou e, provavelmente, eu e você passamos também, Jout Jout se expõe e mostra que, apesar de ser uma personalidade da internet, não é perfeita e também passa por momentos difíceis. Tal como todas as outras pessoas, também está mal, e não faz questão de esconder isso e manter a imagem impecável que costuma acompanhar a vida online.

Começando com um prefácio de Caio Franco, seu atual namorado, em que ele conta sua versão da já conhecida história (pelo menos àqueles que acompanham os vídeos) de quando ele pediu para ler um texto dela, Jout Jout segue falando de diversos dramas que acompanharam sua vida. Decepções juvenis, puberdade, autoestima, a escolha do curso superior, relacionamentos amorosos, o fato de não saber lidar com críticas, o desejo de ser excelente em tudo que faz e mesmo os puns quentinhos do dia-a-dia e o que fazer com as sobras de comida japonesa, todos são temas de crônicas. Entre crises sérias e outras nem tanto assim, a youtuber fala de tudo um pouco de maneira simples e bem-humorada e consegue, ao tratar de situações que ocorreram com ela, abordar angústias comuns à maioria de nós, criando uma conexão e indentificação entre ela e os leitores. Afinal, como ela diz na apresentação do livro, “Então aqui estou. Enumerando gentilmente meus piores momentos. Para você avaliar se os seus foram um pouquinho melhores e ter um sono mais tranquilo”.

A leitura é leve, rápida e engraçada. Em várias passagens, me peguei rindo alto com algumas constatações de Jout Jout ou ao me sentir contemplada por uma das crises comuns à mim e à ela. Mas, ao mesmo tempo, o livro tem crônicas que são uma série de ‘tapas na cara’ e que fazem tanto sentido que você precisa parar para refletir e respirar antes de seguir para a próxima.

Julia soube escrever seu primeiro livro de maneira semelhante ao que faz de melhor – entreter o mundo e brilhar através de vídeos na internet, falando de assuntos interessantes e divertidos com simplicidade, clareza e uma dinâmica incrível. A velocidade de leitura e o estilo de texto, que exprime algumas caracteristicas da autora, conhecidas através do canal no Youtube, dão ao leitor a sensação de estar assistindo à vídeos do Jout Jout Prazer.

Jout Jout escolheu um bom tema para o livro – falar de suas crises, e por tabela, das nossas – lhe permitiu explorar os pequenos dramas cotidianos e as grandes crises que nos acompanham durante a vida de forma divertida e tipicamente “JoutJoutiana” , desconstruindo essa relação de medo que cultivamos com as nossas angústias e crises existênciais, e provando que está tudo bem passar por algumas decisões erradas e situações desconfortáveis e ser quem você é, afinal, seja ela ou sejamos nós, tá todo mundo mal.

Por Victória Martins
victoria.rmartins19@gmail.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima