A Seleção Brasileira Feminina de Handebol iniciou, no Estádio Nacional Yoyogi, mais uma corrida por medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Em sua estreia neste sábado (24), enfrentaram o time do Comitê Olímpico Russo, atuais campeãs da modalidade na Rio 2016, no Brasil.
O jogo foi equilibrado do início ao fim e terminou com o placar de 24 a 24. As brasileiras deixaram um bom cartão de visitas para o restante da competição após um jogo agressivo e parelho contra as russas.
As favoritas para o confronto eram as atletas do Comitê Olímpico Russo, por serem medalhistas de ouro em 2016 e seus bons resultados durante o ciclo olímpico até Tóquio. Conquistaram o vice-campeonato Europeu em 2018, medalha de Bronze no Mundial de 2019 e 5ª colocação no Europeu de 2020.
Com a pressão do lado de lá, a Seleção Brasileira não entrou acuada e jogou solta. A Seleção de Handebol vem ganhando corpo desde a medalha de ouro no Pan de Lima em 2019, após anos de resultados ruins, como o 17ª colocação no mundial de 2019. A expectativa é que o grupo evolua ainda mais durante a fase de grupos para ficar entre as 4 classificadas para o mata-mata.
Primeiro tempo
No primeiro minuto de jogo as brasileiras abriram o placar de 1 a 0 pela ponta esquerda com um gol de Larissa Araújo, número 20. Ambos iniciaram jogando rápido, as russas, sobretudo, com um ataque bastante efetivo e defesa bem organizada. Logo empataram o jogo e tomaram a liderança do placar. Abriram uma vantagem de 2 gols ao marcar o 6 a 4 russo e se mantiveram na frente até um gol da nossa jogadora Bruna de Paula, número 2, para empatar em 11 a 11 aos vinte minutos.
Nessa altura do jogo, a defesa brasileira já havia abandonado a marcação 6×0 — em que cada jogadora marca uma — para adiantar mais a marcação nas atletas do Comitê Olímpico Russo que mais marcavam gols.
Contudo, o primeiro tempo foi delas, fechando em 14 a 12. O placar seguiu o roteiro do lá e cá com os times marcando gols o tempo todo, mantendo certa alternância. Destaque para a goleira brasileira Babi, Bárbara Arenhart, que foi bastante efetiva nas defesas, inclusive dos tiros de sete metros, em que a atleta pode arremessar direto para o gol só com a goleira na defesa — o equivalente a um pênalti no futebol.
Segundo tempo
O segundo tempo seguiu bastante o que foi o primeiro tempo. As seleções voltaram do intervalo em um jogo equilibrado na defesa e nos ataques. A alternância nos gol continuou. 15 a 13 russo. 16 a 14. 17 a 15. As brasileiras estavam sempre correndo atrás no placar.
O Brasil só conseguiu ficar pela primeira vez à frente das russas perto dos 20 minutos do segundo tempo com a cobrança de penalidade dos sete metros. Quem marcou foi a brasileira número 3, Alexandra do Nascimento, confirmando o 21 a 20 para o Brasil. As Russas, entretanto, retomaram a liderança marcando 23 a 22 aos vinte e três minutos.
Faltam 5 minutos
O Brasil passou a correr atrás, mas logo alcançou o empate. Faltando cinco minutos para o fim da partida elas conseguiram chegar em 23 a 23. Os últimos momentos da partida foram os mais eletrizantes do jogo. Várias faltas foram cometidas e pareciam que iriam definir os rumos do placar.
Uma penalidade dos sete metros causada pela brasileira Samara, número 22, serviu para a Seleção do Comitê Olímpico Russo abrir 24 a 23. Em seguida, a russa Vladlena Bobrovnikova, número 17, causou uma penalidade dos sete metros e o Brasil conseguiu empatar em 24 a 24 com a cobrança da Samara, que também sofreu a penalidade.
Até o final, os times seguiram equilibrados e tiveram chances de desempatar. O último ataque foi do Brasil através da jogadora Bruna de Paula, número 2, porém ela não conseguiu confirmar o gol e tivemos o fim de partida com o empate em 24 a 24.
Saldo geral das Seleções
O equilíbrio descrito durante a partida se reflete, também, nos números finais. O Brasil teve uma eficiência de 55% no jogo, 24 gols confirmados de 44 oportunidades, enquanto o time de Handebol do Comitê Olímpico Russo teve 53%, 24 gols confirmados de 45 oportunidades. Para o lado brasileiro, as penalidades de sete metros tiveram um peso maior, com um aproveitamento de 100% em sete cobranças. Já do lado russo apenas 3 gols foram marcados em seis oportunidades, fechando um aproveitamento de 50%. As russas terminaram o jogo com mais cartões amarelos, 2 cartões contra 1 do Brasil. As brasileiras lideraram nas suspensões da quadra por 2 minutos, 4 suspensões contra 3 do Comitê Olímpico Russo.
A Seleção Brasileira de Handebol Feminino chega bem para a competição. Isso se confirma após uma atuação forte e equilibrada contra uma das favoritas ao título. Destaque para Bruna de Paula, número 2, que marcou sete gols na partida e saiu com grande atuação individual. A goleira Babi, também, deve ser lembrada após várias defesas que impediram o time russo de se impor no jogo.
O próximo encontro é contra a Hungria na noite do domingo(25), às 23h.
*Imagem de capa: COB/Wander Roberto
Excelente reportagem que noticiou lances importantes de um esporte pouco valorizado, mas não menos importante no Brasil. Está visibilidade que a reportagem deu ajuda e muito a valorizar e difundir a prática do esporte.