Um dos primeiros blockbusters de 2017, Passageiros (Passengers, 2016) vendia um filme de ficção científica aos moldes de outros lançamentos da mesma época do gênero, mas acabou focando mais no romance entre os personagens de Jennifer Lawrence e Chris Pratt. Já O Espaço entre Nós (The Space Between Us, 2017), que estreia no Brasil nesta quinta feira, dia 30, entrega uma história de amor fofa entre dois adolescentes, usando do sci-fi apenas como um plano de fundo discreto, o que faz do longa uma opção simpática e agradável até mesmo para quem não gosta do gênero.
A história começa com uma expedição para Marte liderada pela astronauta Sarah Elliot (Janet Montgomery), mas encabeçada por Nathaniel (Gary Oldman). O que os colegas de Sarah não esperavam é que a moça estivesse grávida, dando origem assim ao primeiro humano nascido no planeta vermelho. 16 anos depois, a trama realmente tem início com o protagonista vivido por Asa Butterfield, Gardner Elliot.
O relacionamento de Gardner com Tulsa (Britt Robertson) começa de uma maneira muito comum para a chamada geração Millenials: pela internet. Os dois conversam online e tem uma amizade a distância, e Tulsa nem desconfia que o garoto está muito mais longe do que ela imagina. Apesar dos clichês adolescentes, como o fato de Tulsa ser deslocada, excluída na escola e com problemas familiares, plano de fundo da maioria desses romances, a dinâmica do casal protagonista convence o espectador graças a simpatia dos atores que os interpretam.
Mas não é só de paixão adolescente que vive Gardner. Asa Butterfield, conhecido por interpretar o protagonista de A Invenção de Hugo Cabret (The Invention of Hugo Cabret, 2011), e que disputou o papel de novo Peter Parker com Tom Holland, é um ator para ficar de olho. As descobertas do marciano na Terra e o fascínio que ele tem com o planeta, ora bastante emocional e outros momentos mais cômicos, é o elemento que eleva a história de algo esquecível a uma trama interessante. E a atuação de Butterfield é o principal responsável por essa evolução.
E por falar em atuações, o personagem de Gary Oldman lembra por algumas vezes seu papel como Sirius Black na franquia Harry Potter (2001 – 2011), porém de forma mais apagada e desperdiçando o talento do ator. Outra decepção do filme é a fotografia e direção de arte, que prometiam serem mais exploradas devido a temática, mas deixam a desejar.
Mesmo com seus defeitos, O Espaço entre Nós entrega mais do que se propõe e tem grandes chances de agradar muito seu público-alvo.
Assista ao trailer:
Por Mel Pinheiro
mel.pinheiro.silva@gmail.com