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“Quando estou Amando” é o gerúndio de todo dia

Felipe Maia Quando estou Amando é mais um filme francês. Dizer “mais um filme” é reducionismo demais, ou crueldade demais, mas o filme não passa disso. Se colocada numa linha, a leva dos novos filmes franceses vem oscilando entre altos e baixos. Nessa escala “Quando estou Amando” é no máximo mediano. O porquê só Deus …

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Felipe Maia

Quando estou Amando é mais um filme francês. Dizer “mais um filme” é reducionismo demais, ou crueldade demais, mas o filme não passa disso. Se colocada numa linha, a leva dos novos filmes franceses vem oscilando entre altos e baixos. Nessa escala “Quando estou Amando” é no máximo mediano. O porquê só Deus sabe, mas o diretor e roteirista Xavier Giannoli não quis ver os horizontes da fita — podia ser muito, mas não quis tanto.

quando estou amandoA começar pelo protagonista, interpretado por Gerard Depardieu. Este, sem choro nem vela, um dos maiores atores do cinema francês. Não pelo número de filmes, mas por seu trabalho denso e apurado. Longe do que se vê no filme: sua personagem é tão profunda quanto uma taça de Martini. Porém, sendo quem é, a taça fica sutilmente saborosa. Ele interpreta um cantor romântico de bailes, um Roberto Carlos pras tias francesas. Alan Morin é um cantor fora do seu tempo, talvez antiquado, mas que se esforça pra se ajustar à era do mp3. Num de seus shows conhece a jovem Marion (Cécile de France). Também desajustada, mas por suas relações familiares, Marion se envolve com Alan e a trama se desenrola entre encontros e desencontros.

A película apresenta um Depardieu com uma voz boa de se ouvir. Por isso vale muito o ingresso — na primeira meia hora, pois é bem chato ouvir um sem número de canções românticas cuja pretensão parece ser mais tapar buraco. As músicas salvam no começo, contudo não tiram o filme de um tom monótono. Porque depois delas tem um diálogo que dá o riso; ou uma seqüência provocadora; ou um plano muito bem pensado. São uns pulsos que dão a impressão de que a coisa vai melhorar, mas não. Giannoli pisa fundo no comum e prefere não se jogar no abismo do existencial — aquele que ele mesmo propôs ao apresentar personagens aparentemente cheios de crises e problemas emocionais. Até quando a fotografia dá pinta de jogo de sombras e dualidade, ou quando a montagem dá o tal ritmo desajustado, tudo volta para as luzes do baile ou para a enfadonha linearidade.

Quando estou amando podia ser um forte imperativo, mas não vai além do rotineiro gerúndio. Desse mal de podia, mas não é também sofre Cécile de France: insossa a maior parte do tempo. No resto da história tem gente até sem nome, sem lenço e sem documento: personagens que parecem figurantes. Aí pronto: está feita uma história pra lá de bagunçada sobre uma relação que pode ser bagunçada e não passa de água com pouco açúcar.

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