Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dolittle: entre narrativas confusas e chances desperdiçadas

O novo filme das aventuras do extraordinário médico Dr. John Dolittle (Robert Downey Jr.) poderia ser promissor. Um ator de peso, técnicas avançadas de CGI (imagens geradas pelo computador) e uma proposta interessante, em um mercado que já não mais estranha animais falantes. Mas não é. Dolittle (2020) é uma produção que não estranharíamos se …

Dolittle: entre narrativas confusas e chances desperdiçadas Leia mais »

O novo filme das aventuras do extraordinário médico Dr. John Dolittle (Robert Downey Jr.) poderia ser promissor. Um ator de peso, técnicas avançadas de CGI (imagens geradas pelo computador) e uma proposta interessante, em um mercado que já não mais estranha animais falantes. Mas não é. Dolittle (2020) é uma produção que não estranharíamos se víssemos passando na sessão da tarde, mas estranhamos quando vemos nas grandes telas.

O longa conta a história do famoso médico capaz de conversar com animais. Mas quem pensa no filme original, estrelado por Ed Murphy em 1998, logo se surpreende. O reboot é baseado na série original de livros infantis criada pelo britânico Hugh Lofting, e, portanto, conta com o aspecto fantasia presente. Ponto promissor, mas que é desperdiçado.

Na trama, que parece se passar em meados dos anos 1900, Dolittle é um médico devastado pela perda de sua companheira Lily (Kasia Smutniak) e que agora se comunica exclusivamente com os animais que vivem em sua grande propriedade. Um dia, duas crianças, Stubbins (Harry Collett) e Lady Rose (Carmel Laniado), aparecem em sua casa. Stubbins vem como um desejo de ser aprendiz do renomado médico e Rose vem a pedido da Rainha (Jessie Buckley), que sofre com uma enfermidade e precisa ser tratada pelo médico dotado. 

A dinâmica infantil poderia servir como aproximação com o público mais jovem, mas, nesse ponto, os animais desempenham um papel mais atrativo. No roteiro, a existência das crianças parece ser apenas uma etapa para cumprimento da jornada do herói, já que Collet e Laniado poderiam facilmente ter sido retirados, sem perdas significativas para a história.

O vilão, Dr. Blair Müdfly (Michael Sheen), que desde o início já sabemos que é o vilão, é também uma caricatura digna de sessão da tarde. A fórmula serve para atrair o público infantil, mas entedia os adultos. Com pequenas alterações no roteiro, a trama poderia seguir um caminho sem explorar o antagonista, que até tenta, mas falha em ser cativante (ou engraçado).

Dolittle e o gorila Chi-Chi, dublado por Rami Malek. [Imagem: Reprodução/Universal Studios]

A dublagem dos personagens, feita por atores como Emma Thompson (que é também a narradora, contribuindo para o tom fantástico da obra), Tom Holland e Rami Malek, é um ponto forte. Mas as outras confusões da narrativa fazem com que a magia se perca. Em suma, é como se estivéssemos vendo um filme tentando achar seu lugar ao sol. E falhando.

As técnicas aprimoradas de CGI permitem que os animais tenham mais expressão. No entanto, a voz dos dubladores continua sendo a forma mais interessante de mostrar a personalidade de cada um. A atuação de Downey Jr. deixa a desejar, já que seu sotaque britânico forçado é difícil de compreender, ultrapassando a barreira do médico exótico acostumado a se comunicar apenas com animais e se tornando apenas balbucios.   

Dolittle peca em explorar a parte mais interessante da história, que é, justamente, a fraternidade que nasce entre o médico exótico e os animais. Falha também nos momentos em que tenta incluir um discurso de preservação ambiental, que mais parece uma lição de moral sem embasamento. Outro ponto desperdiçado. 

Ao invés disso, o enredo investe em uma oposição entre os antagonistas que querem tomar o poder e um médico, acompanhado de seu aprendiz, que salva o dia com a ajuda de animais. Novamente: até legal para ver durante a sessão da tarde, mas definitivamente um filme fora do escopo das grandes telas.

O longa tem data de estreia prevista para 20 de fevereiro no Brasil. Confira o trailer:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima