Retornar ao mundo de A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, 1991), depois de tantos anos, era um caminho incerto. A expectativa é alta ao relembrarmos das proporções que a animação tomou: a produção foi indicada ao Oscar de melhor filme e sua importância é comparada à Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937), primeiro longa de animação da Disney. Para alguém que cresceu assistindo uma cópia da produção em VHS e sempre soube de cór todas as falas, o nervosismo começou cedo: desde os primeiros rumores da produção do filme a da confirmação de Emma Watson no papel principal.
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A versão deste ano, feita em live-action (com atores reais), manteve toda a beleza e a delicadeza da animação de 1991. A trama conta a história de Bela (Emma Watson), que é infeliz em uma pequena aldeia da França do século 18. Um dia, seu pai é capturado por uma Fera (Dan Stevens) e a jovem decide se entregar para que o pai possa ficar em liberdade. A criatura, que na verdade é um príncipe amaldiçoado, vive em um castelo onde todos os criados foram transformados em objetos e se apaixona por Bela. O amor da jovem em retorno torna-se a única esperança para quebrar o feitiço.
O enredo se mantém fiel, com muitas falas e planos idênticos à animação. No entanto, a versão se apresenta mais colorida e moderna. A protagonista ganha atitudes mais empoderadas, tentando fugir do castelo de diversas formas e participando das cenas de ação. No entanto, as histórias secundárias não são mais aprofundadas nesse filme, como era esperado por alguns fãs. O passado de Bela e o de sua mãe é a única parte mais elaborada nessa trama.
![A Bela e a Fera 2](http://jornalismojunior.com.br/cinefilos_old/wp-content/uploads/A-Bela-e-a-Fera-2.jpg)
O grande alarde feito pelas afirmações do personagem LeFou (Josh Gad), braço direito de Gaston (Luke Evans), ser gay, criaram uma expectativa que não corresponde ao que vemos na tela. A produção apresenta cenas fracas, que não chegam a desenvolver uma trama. A atuação de Gad apenas reforça o estereótipo de personagens homossexuais de Hollywood, com comportamento maldoso e responsável por cenas cômicas.
Após o sucesso de A Pequena Sereia (The Little Mermaid, 1989), a Disney decidiu fazer a animação de A Bela e a Fera como um filme musical, o que foi um grande acerto: a produção foi indicada ao Oscar em seis categorias e ganhou em duas delas – melhor trilha sonora e melhor canção original. Regravado 26 anos depois, o live-action não decepciona. Todas as canções de 1991 foram regravadas e ainda inseriram novas. A caracterização da obra original foi mantida, contando com as composições de Alan Menken, que também foi responsável pela trilha sonora de diversas outras animações da Disney.
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Mas, afinal, por que fazer uma nova versão de algo que foi tão marcante e deu tão certo na história da Disney? O filme não traz uma nova perspectiva para a história e pode até ser mais progressista ideologicamente, mas sua principal função é prestar uma homenagem à obra de 1991 e aos seus fãs, que sentem a mesma sensação da primeira vez que assistiram ao filme. Além disso, a produção pode servir para que um novo público, mais jovem, também conheça a história de mais uma princesa empoderada, como estamos acompanhando nos novos contos de fadas.
Confira o trailer!
por Lucas Almeida
almeidalucas1206@gmail.com